Superbock! Fresquinha! #82

Momentos-chave para a compreensão e análise do jogo:

  • A primeira parte foi efectivamente dominada pelo Porto. Os portistas tem no primeiro tempo as três grandes ocasiões de golo da partida. No remate de Ricardo Quaresma ao poste e nas investidas onde “cegou” literalmente Cedric. Na deliciosa jogada que construiu para Silvestre Varela, dando um nó em Cedric seguido de um brilhante e certeiro cruzamento de letra para a entrada do seu companheiro no coração da área. No lance que Jackson desperdiçou na cara de Patrício.
  • A primeira parte trouxe novamente o melhor de Quaresma. Ao seu estilo, cheio de fantasia e objectividade. Cedric viu-se muito mal com as investidas do cigano e preferiu não subir no terreno.
  • Perante um Sporting alto robótico nos seus processos de jogo. Bola na área e cruzamento à procura de Slimani.
  • A fantástica pressão alta exercida pelo Sporting nos primeiros 15 minutos da 2ª parte, obrigando o Porto a jogar mal.
  • O lance do golo. Fora-de-jogo claro de André Martins. Se não tivesse resultado em golo, seria considerado agora um erro grostesco de arbitragem?
  • As enormes falhas dos centrais do Porto. Jogar para as costas dos centrais do Porto é neste momento o melhor estrategema ofensivo a utilizar pelos seus adversários. Luis Castro voltou a experimentar um esquema de defesa subida de forma a colocar sistematicamente os homens mais avançados do Sporting em fora-de-jogo. O objectivo foi por vezes conseguido. Noutras, obrigou Helton e Fabiano a saídas arrojadas fora da área aos pés do argelino. Slimani foi muito combativo na primeira parte. Na 2ª parte, na primeira vez em que o deixaram à solta na área aproveitou uma defesa de Helton para atirar por cima. Na segunda vez em que Abdoulaye falhou a marcação, não perdoou. Para além disso, os centrais voltaram a mostrar muita intranquilidade quando chamados a iniciar as jogadas do FC Porto. Ambos falharam muitos passes em zonas onde jamais deverão falhar.
  • Capel e Jefferson. Nas suas acções individuais, o espanhol voltou a usar e abusar da sua velocidade. Contudo nem sempre foi um jogador esclarecido nas suas acções. Nas acções com o lateral conseguiram criar bastantes desequilíbrios pelas alas mas o brasileiro em quase todos os lances não conseguiu centrar bem.
  • Mais uma espantosa exibição de William Carvalho no meio-campo do Sporting. Não só secou por completo o meio-campo do Porto quando Juan Fer Quintero tentava trazer alguma criatividade ao mesmo como voltou a demonstrar muita classe a descongestionar o jogo em situações de aperto e a iniciar as transições do emblema de Alvalade. É muito mas mesmo muito difícil ganhar uma dividida com o 14 do Sporting a meio-campo.
  • A intranquilidade de Rui Patrício em dois lances: no lance em que se desentendeu com Dier e Jackson só não marcou porque o inglês conseguiu travar in-extremis o remate do colombiano e num lance ocorrido poucos minutos depois quando num canto largou a bola e colocou novamente a sua baliza em risco.
  • Juan Fernando Quintero e Carlos Mané – O primeiro é indiscutivelmente o único pensador de jogo presente neste plantel do FC Porto. O segundo foi um mouro de trabalho. O miúdo está a crescer a olhos vistos. É raçudo, agressivo, nunca dá um lance como perdido, tem um drible rapidíssimo, desconcertante, desequilibrador.
  • Uma exibição monumental de Eric Dier e Marcos Rojo. Entalaram Jackson no seu meio e não permitiram grandes veleidades ao colombiano. Estiveram simplesmente impecáveis no desarme. O primeiro roubou um golo a Jackson na sua parte enquanto o 2º fez dois excelentes desarmes a Ricardo Quaresma quando o “Harry Potter” ameaçava por em perigo a baliza de Patrício.
  • A lesão de Helton. Esperemos que não seja motivo para Helton terminar a carreira. Fala-se que esta temporada terminou para o guarda-redes brasileiro. Helton não merece este desfecho para a sua carreira. Clubismos à parte, é um autêntico senhor dentro do futebol português. Por isso é que a massa associativa de Alvalade decidiu ovacioná-lo de pé.
  • A arbitragem de Pedro Proença. Dois erros. Um do seu assistente no golo do Sporting. Outro quando decidiu dar o amarelo a Abdoulaye num lance em que o vermelho era a cor mais adequada para a falta do senegalês pois Carlos Mané ficaria isolado na cara de Fabiano.
  • A expulsão de Fernando. Montero atrasou a reposição de bola e levou um amarelo justíssimo. Fernando tem intenção de agredir. Segundo as leis do jogo, o cartão vermelho não se aplica apenas à consumação do acto mas também à intenção da sua prática. Expulsão justíssima.
  • Os 10 minutos finais. 4\5 iniciativas em contragolpe por parte do Sporting poderiam ter matado o jogo. Faltou objectividade a Montero e a Jefferson em dois lances. No primeiro, o colombiano quis fazer o bonito sobre Abdoulaye. No segundo, o brasileiro deslumbrou-se com tantas facilidades.
  • O golo de Slimani, precedido ou não de fora-de-jogo, deu justiça a uma grande 2ª parte do Sporting. Mais pressionante, mais rápido, mais lutador nas batalhas de meio-campo, mais construtor, mais assertivo defensivamente e sobretudo, mais eficaz que o FC Porto na 2ª parte.

Homem do jogo: William Carvalho. De longe o melhor em campo. O meio-campo na 2ª parte foi dele. Desvastou, ganhou todas as 2ªs bolas, descongestionou, construiu, arrancou, decidiu sempre bem em todos os lances em que teve a bola nos pés, mesmo naquele que conseguiu desenvencilhar-se no meio de 4 adversários do FC Porto. Estamos perante o nascimento de um jogador de classe mundial.

Superbock! Fresquinha! #73

paulo fonseca

Algumas palavras sobre o comando do despedido Paulo Fonseca e sobre o seu sucesso, ainda que interino, Luis Castro.

Quanto a Paulo Fonseca – Ao contrário do argumento que muitos amigos me tentaram vender aquando da sua contratação, nunca acreditei que Paulo Fonseca tivesse sucesso no Porto. Sempre achei que, com apenas 2 épocas enquanto treinador de uma equipa profissional de futebol (apenas 1 na primeira liga), apesar de, muitas vezes, o Porto vencer literalmente sem treinador, Paulo Fonseca pouco ou nada tinha mostrado para ocupar cargo com tamanha responsabilidade.

Defendo que o 3º lugar conquistado na Liga ao serviço do Paços de Ferreira foi sobrevalorizado por toda a comunidade do futebol português. Não querendo subvalorizar o futebol praticado pelos pacenses na época passada (verdade seja dita, a equipa era mortífera a jogar em contra-ataque), tal pole deveu-se sobretudo à incompetência demonstrada por Sporting e Sporting de Braga. Claro está também que uma equipa que conseguiu o seu objectivo para a temporada bastante cedo (a manutenção) tendeu naturalmente a galvanizar-se para procurar algo mais que a manutenção. Foi exactamente aquilo que se sucedeu na capital de móvel. Atingido o objectivo inicial, a equipa livrou-se da pressão inerente aos seus objectivos e aos seus estatutos e, vitória após vitória, derrota após derrota dos naturais candidatos ao 3º lugar, foi acreditando jornada após jornada, vitória após vitória que poderia escrever uma página dourada na história do clube. No entanto, a mensagem subliminar que o Paços de Ferreira passou para a comunidade foi a de um treinador competentíssimo, estudioso do futebol, moralizador, capaz de ressuscitar para o futebol o mais incorrigível dos futebolistas, como foi o caso de Josué, em suma, um dos big things do futuro. 

E o FC Porto, decidido a fazer sair Vitor Pereira pela porta grande depois de ter ganho dois campeonatos da forma que ganhou, acreditou que Fonseca seria o homem capaz de reconsolidar o estatuto nacional do FC Porto e ambicionar uma grande epopeia europeia.

Paulo Fonseca chegou ao Dragão ao mesmo tempo em que o clube decidiu vender dois dos mais valiosos jogadores do plantel e um jogador cuja ascendência nesta temporada seria mais que previsível (Christian Atsu). Bastará apenas dizer que o primeiro tinha sido o verdadeiro motor do Porto nas últimas conquistas. Nos primeiros meses de trabalho, vencendo para a liga, Paulo Fonseca conseguiu disfarçar não só as carências do plantel que dispunha assim como a intranquilidade vivida no seio do reino do Dragão. Desde logo denotei que este Porto apresentava inúmeras fragilidades, mais fragilidades que o normal. Não só nas soluções das quais não dispunha no seu plantel (um 10 que conseguisse pensar o jogo, um extremo desiquilibrador, um central rápido) como na disposição de alguns jogadores em permanecer no clube (Fernando, Fucile) como nos inúmeros casos em que a psicologia do clube não estava a funcionar (Marat Izmailov). Tudo somado tornava a vida do treinador extremamente complicada, mas…

Paulo Fonseca entrou a matar. O discurso articulado pelo treinador nos primeiros meses era um discurso pomposo, um discurso à Porto, um discurso vindo de alguém que a julgar, já tinha sido plenamente vitorioso na sua carreira. O discurso de Fonseca era extremamente confiante e dava quase como adquiridos os 3 pontos antes da partida se jogar. Era ofensivo. Paulo Fonseca não se coibia de responder à letra a declarações de Jorge Jesus ou atacar constantemente o treinador do Benfica. Rapidamente, com as derrotas no plano europeu, passou a ser o discurso do coitadinho – “jogámos bem e o resultado foi injusto para o que jogámos. Fomos melhores mas a outra equipa foi lá uma vez e aproveitou os nossos erros” – e da teoria da conspiração: “a tal cabala contra o FC Porto, o tratamento injusto e diferenciado por parte da imprensa” – imprensa essa que determinantemente se baldava ao acto de, aproveitar para escrever, todos os escândalos que iam, paulatinamente, sendo tornados públicos. A medo e medindo bem as palavras, alguns iam tentando explorar as fugas de informação (nada habituais) oferecidas pela estrutura do FC Porto.

Em Janeiro, Lucho saiu. Se até então Paulo Fonseca estava a revelar dificuldades para acertar com a fórmula do meio-campo,experimentando Herrera, Defour e Carlos Eduardo sem que um destes tivesse o rendimento esperado, a saída do argentino, motivada pelo dinheiro fresco oferecido pelos árabes, aniquilou metade da ofensividade do plantel portista. A outra metade foi claramente abafada pela quebra de rendimento dos laterais Danilo e Alex Sandro, de forma clara, os dois jogadores mais ofensivos deste FC Porto. Quando uma equipa tem como os dois grandes motores ofensivos os laterais, não pode, no futebol moderno, aspirar a nenhuma conquista.

Com as derrotas, a mensagem deixou de passar. Se há factor que não trás confiança aos jogadores para executar a sua profissão, esse factor são as derrotas. Paulo Fonseca tornou-se confuso, bizarro. Revoltado em certos jogos. A gaffe cometida na conferência de imprensa de antevisão do jogo contra o Eintracht de Frankfurt assim como aquelas que cometeu no pós-jogo, foram a morte do artista que, pelas minhas contas, foi, desde que tenho memória futebolística, o 4º treinador despedido por Jorge Nuno Pinto da Costa.

O futuro de Paulo Fonseca – O Porto tem destas coisas. Tanto pode ser o clube exportador de treinadores (como o foi com muitos; Mourinho, ABV, António Oliveira e de certa maneira com Vitor Pereira) como pode ser o fim da linha para quem não consiga vencer. Se repararmos, dos 4 treinadores despedidos a meio da temporada por Jorge Nuno Pinto da Costa:

  • Octávio Machado nunca mais orientou nenhum clube de futebol.
  • Victor Fernandez treinou o Zaragoza de 2006 a 2008, cumpriu um hiato de dois anos sem treinar, orientou o Betis por uns meses, cumpriu novo hiato de 3 anos e agora está a orientar o Gent da Bélgica.

Gigi Del Neri foi o único que ainda teve algum futuro depois do Porto, orientando entre outros a Roma, o Palermo e a Juventus sem obter resultados de maior.

O interino

Luis Castro

Se existe personalidade no futebol de quem posso escrever com conhecimento de causa, essa pessoa é Luis Castro. Durante a minha infância vi Luis Castro jogar vezes sem conta ao serviço do clube da minha cidade, o Recreio Desportivo de Águeda, clube ao qual chegou já no final da sua carreira em 1990, foi capitão durante várias épocas na 2ª divisão B e na 3ª divisão e começou a sua carreira de treinador em 1998, tendo alcançado até no primeiro ano a subida à 2ª divisão B. Ainda hoje sou amigo da sua filha.

Como jogador lembro-me de ver Castro a central. Segundo o que sei, só o foi no Águeda já no final da sua carreira. Era duro e certinho, fazendo da sua experiência no futebol (jogou vários anos no União de Leiria e no Vitória de Guimarães) o seu maior trunfo. Batia muito bem livres à entrada da área. Nunca mais me esqueço de um golo de livre numa goleada ao Oliveira do Bairro em 95 ou 96 por 5-0 ou 5-1 se não estou em erro, num jogo em que chovia imenso. Lembro de ter sido um golo quase perfeito.

Enquanto treinador, foi muito injustiçado pela direcção e pelo povo de Águeda. Em 1998\1999 conseguiu terminar a série C do campeonato da 3ª divisão no 2º lugar, apenas atrás do rival Oliveira do Bairro. A repentina subida de divisão e a propensão que o clube tinha nas suas camadas de formação, levaram na altura as gentes de Águeda a pensar que a gracinha poderia ser repetida no ano seguinte na segunda Divisão B. Para o efeito, o clube investiu em 5 ou 6 jogadores com estatuto nessa divisão, um deles que até tinha sido o melhor marcador da zona centro, para colmatar a saída do brasileiro Roger, o melhor marcador do futebol português na temporada anterior para o Sporting de Espinho, equipa que na altura tinha ambições na 2ª liga. Castro acabou por sair a meio da época e o Recreio desceu. Apesar do treinador ter ainda orientado alguns clubes da região, sempre pensei que o seu futuro não seria nas distritais. Até que apareceu a oportunidade Penafiel e o treinador fez um brilharete com os penafidelenses.

Eis que surge a oportunidade de coordenar a estrutura de formação do FC Porto. Não sei se por falta de ambição, bom contrato ou simples comodidade, Castro aceitou o desafio e bloqueou a hipótese de crescer no futebol português. Não tenho a menor dúvida que poderia chegar facilmente a orientar um grande caso continuasse a trilhar o seu caminho. O futuro escreve-se muitas vezes por linhas tortas e eis que, hoje, Castro assume interinamente o FC Porto depois de um excelente trabalho quer na formação do clube da invicta quer na equipa B dos dragões onde para além dos resultados que são bons de ver, conseguiu potenciar imensos jogadores da formação do Porto (Rafa, Tozé, Podstawski, Kadu, Mikel), todos eles capazes de se afirmar na equipa principal do clube.

Desconfio que não fique mais do que 1 ou 2 jogos. Existem muitos pretendentes ao trono: Marco Silva, AVB, Domingos Paciência. Contudo, não seria mal jogado deixar o treinador mostrar todo o seu potencial até ao final da época até porque esta está perdida. Quem sabe se o treinador não será a melhor opção que o Porto tem para o seu comando técnico?

FC Porto X (Bayern, B. Leverkusen) Eintracht Frankfurt

Está explicado o porquê do resultado de ontem para a Liga Europa (mais um jogo em casa sem ganhar para as competições europeias desta época) do FCP, ao que parece jogaram contra 4 equipas num só jogo e em diversificados momentos. Nas bancadas estava um ambiente espectacular e só foi pena os Portistas não conseguirem cativar mais adeptos (fruto do mau futebol que têm praticado) pois os alemães trouxeram nada mais, nada menos que cerca de 7000 adeptos, o que antes do jogo até obrigou a PSP a utilizar um cordão policial devido aos problemas que começaram a acontecer entre apoiantes de cada um dos clubes.

Em campo a história foi outra, o jogo até prometia e os créditos da primeira parte foram inteiramente para os azuis e brancos, afinal a equipa estava montada para jogar contra os melhores da Bundesliga, mas do outro lado do campo estava só o 12º classificado (na última época tinha conseguido um brilhante 4º lugar). Quaresma foi o mais endiabrado em campo e claro que isso acabou por se traduzir num brilhante golo, de levantar todo o estádio e que acabou por tirar algum do peso dos ombros à equipa, no entanto ficou sempre patente que a consistência dos dragões não existe, ou está longe do que é desejável. Apesar do tridente do meio campo ser talvez o melhor de que Paulo Fonseca dispões, Herrera joga e faz jogar, mas rapidamente quebra no lado físico, Josué está longe de mostrar o que mostrou no Paços e Fernando vem de uma paragem o que confere pouco ritmo e capacidade de transição à equipa. Depois existe ainda o caso de Jackson que pelo simples facto de não ter um municiador que lhe garanta bolas de golo, simplesmente está muitos furos abaixo daquilo que evidenciou a época passada (neste jogo conseguiu ter mais dois falhanços incríveis). Em sentido contrário aparece Varela (marcou o segundo golo aos 68′) está numa forma bastante boa e isso tem-se visto pela maneira como tem jogado e como tem marcado (resolveu o último jogo com 2 golos e acabou por dar o 2-0 neste jogo).

Com o 2-0 no placard o Porto tentou gerir o resultado, mas essa gestão não durou nem 5 minutos, pois com a amorfidade que a equipa ganhou deu espaço para o Frankfurt vir para a frente e aos 72′ numa jogada de insistência Mangala acaba por aliviar mal e Joselu aproveita com um tiraço do meio da rua, colocando novamente pressão adicional no jogo. Felicidade para o Frankfurt e para os seus adeptos que iam dando um enorme espectáculo no Dragão (o Porto pareceu estar a jogar na Alemanha durante diversos momentos do encontro), talvez isso tenha subido os índices de motivação dos de Frankfurt e aos 77′ conseguiram mesmo chegar ao empate, num lance em que é marcado canto, mais uma vez a defesa muito passiva, há uma carambola entre Heltón e um jogador do Frankfurt, Helton no chão nada mais consegue fazer, Alex Sandro ainda tenta cortar em cima da linha de golo, mas apenas confirma o inevitável e estava feito o empate no jogo. Os adeptos do portistas não gostaram nada disto e começou a ouvir-se um coro enorme de assobios em desagrado com tudo o que têm assistido deste Porto. Até ao fim do jogo Paulo Fonseca apenas se limitou a tentar o tudo por tudo lançando gente para a frente (acabou a jogar com 5 unidades na frente e com lances de chuveirinho) o que ainda ia valendo um golo a Ghilas, mas que este falhou clamorosamente.

Em resumo, mais um jogo em casa para as competições europeias que o Porto não ganha, mais um mau jogo, mais um péssimo resultado para Fonseca que cada vez mais se vê sem manobra possível para escapar deste imbróglio em que está metido.

Superbock! Fresquinha! #62

jogo

Há capas que me fazem rir. A do Jornal O Jogo de hoje é uma delas.

1) A começar pelo destaque. O FC Porto continua a usar o “jornal do pato” para vender a sua mercadoria. Quaresma entrou no lote de pré-convocados de Paulo Bento. A bom da verdade, apenas saiu deste mesmo lote quando deixou de competir. A entrada do “cigano” neste lote deu azo para fazer o clube promover os seus habituais fait divers. O jogador não entrou mal na equipa de Paulo Fonseca mas também não entrou com a pujança que o clube da invicta e a imprensa faziam crer. Não é preciso ter dois palminhos de testa para ver e perceber que o jogador, mesmo apesar de não possuir o ritmo competitivo que se exige para esta fase da temporada, já não apresenta as características de antigamente. O Quaresma dos processos simples, das trivelas, do brilhantismo, da explosão deu lugar a uma sombra daquilo que o jogador era há 6\7 anos atrás, ou seja, um jogador que se agarra em demasia à bola e que com tal vício congela todas as jogadas ofensivas que a equipa cria até a bola chegar aos seus pés.

2) Fernando – Quando questionado no passado sobre a possibilidade de convocar o brasileiro recentemente naturalizado português, Paulo Bento afirmou que enquanto for seleccionador português não irá forçar junto da FPF pedidos para a naturalização de jogadores portugueses. O que equivale a dizer que o seleccionador português não está nem praí virado. Fernando naturalizou-se no passado mês de Dezembro. Paulo Bento nunca mais voltou a pronunciar-se quanto à possibilidade de convocar o jogador do FC Porto. Contudo, para O Jogo tal vai confirmar-se. Os iluminati dos Jogo consideraram na notícia publicada que o dossier Fernando deixou de “depender da vontade do seleccionador” mas sim da autorização que a FIFA terá que dar para o efeito.

Na minha opinião ficou claro que a renovação do trinco com o Porto terá afastado o principal interessado no jogador, o Manchester City. Uma coisa é assinar com um jogador livre. Outra coisa é ter que o comprar por 30 ou 40 milhões de euros. No futebol mundial, nenhum clube vai deixar de contratar um jogador em final de contrato em ano de mundial para depois da prova o comprar por 30 ou 40 milhões. Mais: Nenhuma equipa no futebol desperdiça a oportunidade de contratar um jogador em final de contrato antes do mundial, sabendo de antemão que o mundial é uma das provas que mais jogadores valoriza. As boas exibições num mundial valem ouro e aumentam o lote de interessados. O aumento do lote de interessados num jogador é benéfico pois valoriza ainda mais os jogadores na medida em a recepção de várias propostas (aumento da procura) leva automaticamente ao aumento do preço.

O empresário do jogador proferiu há uns dias atrás a certeza de que o jogador irá rumar à Premier League na próxima época. Duvidando eu que o City continue interessado no jogador (até porque os citizens tem 3 excelentes opções para a posição), que o Chelsea esteja interessado depois de ter contratado Matic ou que o Manchester United mude o alvo (neste momento os red devils estão prontos a avançar por William Carvalho) das duas uma: ou Antonio Araújo conseguiu convencer o Tottenham a contratar o jogador (exceptuando as três anteriormente mencionadas, é actualmente a única equipa da Premier com capacidade financeira para recrutar o brasileiro nos valores exigidos pelo FC Porto) ou então, a promoção que está a ser feita pelo Jogo em torno da convocação do brasileiro para a selecção portuguesa não é mais do que uma manobra de pressão para o jogador ir ao mundial, fazer 1 ou 2 boas exibições e consequentemente angariar um novo lote de interessados.

3) Jefferson – Tal informação não foi ainda veículada pelo Sporting Clube de Portugal. No entanto, o próprio Jefferson deverá ter esfregado as mãos de contentamento ao ler a notícia. Dada a quantidade abismal de notícias nos últimos dias que deram conta do “aumento salarial” obtido pelo jogador e quantidade de vezes que já tentaram arrumar com a carreira de Jefferson através de entradas assassinas, tomara o brasileiro ser aumentado todos os dias. Um jogador de futebol nunca sabe quando é que uma entrada mais dura que o habitual pode terminar uma carreira…

4) Herculano Lima – O presidente do Conselho de Disciplina da FPF não terá gostado de saber que gravações das reuniões do organismo federativo que dirige foram tornadas públicas. Como é que o Jornal do Pato sabe que foram tornadas públicas? Ah pois… foram eles que publicaram o primeiro rumor de que a decisão seria favorável ao FC Porto. Tão simples como os 3 vértices do triângulo das Bermudas. Ou então, cá para mim foi obra e graça da empresa de espionagem do Paulo Pereira Cristóvão para culpabilizar o sporting. Faça-se rapidamente uma denuncia caluniosa….

5) Mário Figueiredo – O título é sugestivo. Indicia que o presidente da Liga de Clubes está a ser vítima de coacção psicológica no trabalho. Que não se lhe dê um esgotamento nervoso. Com tal cabeçalho comecei a perceber porque é que no domingo em Paços de Ferreira optou por esconder-se debaixo da asa de Luis Filipe Vieira. Ou terá sido dentro das calças?

Superbock! Fresquinha! #61

Tudo ao Molho! –

Bruno

Bruno de Carvalho foi esta noite ao programa SIC Notícias dar um autêntico “show de bola” fora das 4 linhas… Com a ironia que lhe é característica, o presidente do Sporting analisou a actualidade do futebol português e do clube leonino nas respostas efectuadas às “armadilhadas” (algumas foram mesmo ridículas) perguntas feitas pelo jornalista Paulo Garcia.

A entrevista começou como não poderia deixar de ser com a questão da praxe: o celeuma levantado pelo atraso do FC Porto no jogo contra o Marítimo para a Taça da Liga. Bruno de Carvalho referiu que é uma injustiça se a decisão que amanhã é anunciada pelo Conselho de Disciplina não der razão ao Sporting. O presidente do Sporting motivou a sua posição ao considerar a justificação apresentada pelos dirigentes do FC Porto como uma desculpa esfarrapada: “A conta do Fernando bate mal. Desculpa pobre, de mau pagador. E nem essa é boa, que foi inventada… Em terra de cegos, quem tem olho é rei, mas o rei também falha. Nem as horas batem certo…” – o presidente do Sporting não se coibiu a proferir algumas palavras em relação ao dito “sistema” que é comandado pelo FC Porto. BdC afirmou que o conhecimento que o público tem do dito sistema não bate certo com a realidade. Do “sofisticado sistema que toda a gente pensa ser uma estrutura com ramificações afinal é do mais bacoco possível”. E com isto o presidente do Sporting foi, na minha opinião o mais simples possível: o sistema passa apenas pela colocação (por parte dos clubes) de marionetes de confiança dentro das instituições que gerem o futebol de forma a poderem manobrar o rumo do futebol português a seu belo prazer.

No que concerne ao documento que o Sporting enviou para vários órgãos (desportivos e políticos), o presidente do Sporting rejeitou que o emblema de Alvalade tenha como objectivo categórico a imposição da sua própria lei, voltando a reiterar que o Sporting (e os vários clubes que já associaram à discussão promovida pelo clube de Alvalade nas últimas semanas) pretendem modificar as bases em que está assente o futebol português de forma a melhorá-lo: O Sporting está neste momento em algo que envolve muitos clubes, que é um trabalho sério em prol do futebol. Não tenha dúvidas, se o futebol quiser avançar, é preciso atrair pessoas. Gente mais nova… Ou o futebol muda, ou atraímos a mesma coisa de sempre. Ou muda e passa a respirar, ou não muda e vamos continuar na mesma como a lesma. Uns falam, são filhos; outros falam e são enteados. O Sporting estará cá para fazer mais e melhor. Em vez de andar sempre a queixar-me, vou impulsionar um movimento positivo para mudar o futebol. Podem decidir o que quiserem, dar um tratamento diferente, mas água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Não tenha dúvidas de que as coisas vão mudar”

O assunto debatido puxou obrigatoriamente para o diálogo Vitor Pereira. O presidente do Sporting foi concludente na análise às declarações que o presidente do CA proferiu no final da reunião tida com as mais altas instâncias da FPF: “Transmiti aquilo que depois apareceu na documentação do Sporting. Essa reunião foi normalíssima, onde ele ouviu. Tivemos essa conversa e depois, como se costuma dizer, ‘as palavras leva-as o vento’. O Sporting acaba de apresentar a documentação e foi o que se viu. Dizer que as propostas do Sporting não melhora o futebol. Não é bonito, mas há tanta coisa que não o é…” e Vitor Pereira levou Paulo Garcia a interrogar o presidente do Sporting sobre as arbitragens. Este não teve problemas em meter o dedo na ferida ao afirmar que foi “anjinho” por ter falado da maneira que falou depois do jogo da Taça de Portugal contra o Benfica e da Liga contra o Nacional. Para melhor explicar o seu argumento, Bruno de Carvalho recorreu a dois casos análogos ocorridos com presidentes de outros clubes. O presidente do Sporting referiu que quando proferiu as duras críticas à arbitragem de Manuel Mota no Sporting vs Nacional viu o presidente da APAF pedir publicamente uma “punição exemplar para o presidente do Sporting” – Contudo, quando o presidente do FC Porto veio dar uma entrevista onde criticou a arbitragem de um jogo do Porto, ninguém pediu uma punição exemplar para as declarações do mesmo. Ou quando o presidente do Braga, na passada quinta-feira, falou o que falou da arbitragem de Olegário Benquerença em Vila do Conde, ninguém pediu uma punição exemplar.
O presidente do Sporting aproveitou a deixa para alfinetar mais uma vez Vitor Pereira, ao afirmar que quando o Sporting reclama das arbitragens, nem Vitor Pereira nem os árbitros vem a público falar sobre o assunto ou mostrar arrependimento. BdC realçou que o mesmo não se passou noutras ocasiões, referindo que de vez em quando aparecem árbitros a mostrar arrependimento de algumas das decisões que tomam.

Esgotado o conteúdo do quente período introdutório, Paulo Garcia rodou o disco e puxou a conversa para o quotidiano do clube leonino. Sobre o caso de Elias, o presidente do Sporting respondeu que o jogador brasileiro e o “pai\empresário tentaram montaram uma estratégia” contra o clube de Alvalade que, se limitou a defender os seus interesses. “Sou conhecido como o presidente dos comunicados. Acho que me vou divertir quando explicar o que foi todo o processo do Elias. Ao nível do que se escrito sobre o Elias e sobre tudo tem sido tão ridículo mas explicarei tudo. Por vezes leio tudo sobre o Elias e devo pensar que o presidente do Sporting é atrasado mental e depois percebo que afinal se trata de mim”, disparou em tom sarcástico. Aproveitando a deixa e a pergunta de Paulo Garcia em relação à possibilidade de ter que vender alguns jogadores para manter o clube sustentável no seu plano financeiro, Bruno de Carvalhou deixou óbvio que “alguns clubes” já se aperceberam que em Alvalade mora gente que não está disposta a vender as jóias da coroa a preços de saldo. Neste capítulo, o presidente do Sporting chegou mesmo a afirmar que grande parte dos clubes que visitam alvalade para observar os jogadores do Sporting já sabem que só terão feedback da SAD leonina se apresentarem propostas vantajosas para o clube de Alvalade. Ou seja, os clubes já se aperceberam que o Sporting realizou algumas mudanças e como tal, relacionam-se de forma diferente com o clube leonino.

Paulo Garcia proporcionou o momento imbecil da noite quando perguntou se Bruno de Carvalho ia oferecer um “relvado novo a Leonardo Jardim como presente da época que o treinador está a realizar no comando do clube” e se o presidente concordava com a tomada de posição tomada pelo seu treinador ao não poupar jogadores em risco de sanção disciplinar. O jornalista da SIC questionou se a estrutura profissional do Sporting tinha gerido mal a questão dos amarelos de William Carvalho. BdC respondeu categoricamente, partindo de um argumento base: “Leonardo Jardim foi uma escolha pessoal. O Sporting necessitava de um treinador que demonstrasse trabalho, exigência (…) se ele não concorda, eu também não concordo”

Superbock! Fresquinha! #57

Esta cerveja enfeitiçou-me!

Assim se explicam algumas das manobras que são feitas nos bastidores do nosso futebol. Escreve Daniel Oliveira na edição de hoje do Record:

«[…] nestes últimos meses ficou clara para mim uma coisa: pelo menos no campo, o campeonato será decidido no confronto entre o Benfica e o Sporting. Quanto ao Porto, que nos tem presenteado com exibições abaixo de deprimentes, lá terá, se ainda souber, de voltar a tentar ganhar no campeonato da secretaria.
E, regresso ao tema, as coisas vão bem encaminhadas numa competição menor: a Taça da Liga. Herculano Lima é juiz jubilado e conhecido amigo do Futebol Clube do Porto. Em pleno processo de investigações do Apito Dourado disse, em declarações públicas, que a montanha iria parir um rato. O experiente obstetra deste mundo pouco salubre da bola viu o seu desejo confirmado. Herculano também é presidente do Conselho de Disciplina da FPF e dissipou todas dívidas logo na primeira audição sobre o caso do atraso do Porto no jogo com o Marítimo. Segundo o Record, o que o juiz queria saber de Fernando, o jogador que só se lembra das dores uma semana depois de as sentir, era se o Porto também teria vencido o jogo caso tivesse entrado em campo na hora marcada. Como a resposta é impossível de dar e a pergunta era para um jogador do FCP, fica a parecer que o objetivo destas inquirições é o convívio. Onde também participou o vogal Ricardo Pereira, que, seguramente imparcial nestas guerras, foi advogado de Lourenço Pinto contra Carolina Salgado.
Não há, portanto, qualquer ansiedade para o Sporting. Ao contrário do dérbi, o resultado é mais do que certo e parece-me que não será “limpinho”. E, no entanto, não há qualquer dúvida que o Porto quis atrasar o jogo para daí obter vantagem. E que os regulamentos punem esse comportamento com derrota. Ficam a saber os árbitros: quando marcarem uma grande penalidade ao Porto, por causa de uma rasteira na grande área, terão de perguntar ao faltoso se aquela jogada mudaria o desfecho do jogo. Porque é assim que se faz justiça no futebol nacional.»

O futebol português mete-me nojo! –

Vila do Conde em polvorosa. O Rio Ave chega pela segunda vez à final de uma competição do futebol português. A Antena 1 deslocou meios para a cidade situada no distrito do Porto e promoveu, no seu programa da manhã, reportagens da cidade vilacondense. Oba oba, Carnaval antecipado! A vitória dentro de campo foi completamente gamada. Nada disto interessa aos vilacondenses. Fazendo jus ao pensamento do comum português no que às exibições dos  apitos concerne, ganhar roubado até é mais saboroso. Perdõem-me a linguagem: o caralho é quando se perde por causa do apito.

Na conferência de imprensa do Estádio dos Arcos, o professor pardal mostrou-se indignado. Com toda a razão. Pela lógica do castigo aplicado na terça-feira a Sérgio Conceição, Jesualdo Ferreira deverá ser castigado pelas declarações que proferiu. Para a Liga castigar treinadores por declarações sobre as árbitragens, basta apenas criticar um erro de arbitragem “Foi uma meia-final de uma das três competições do calendário nacional, que o Rio Ave, a jogar em casa com um relvado mau e com vento muito mau, dos quais não tem culpa, acabou por ganhar sem que nos possam culpar de alguma coisa. A meia-final não teve uma equipa de arbitragem à altura. O Sp. Braga foi prejudicado e todas as análises que possa fazer vão sempre recair na mesma personagem e naquilo que acaba por manchar o trabalho do Rio Ave, a quem felicito por estar na final. Fomos penalizados de uma forma pouco clara e pouco nítida. Tiraram-nos uma final”

Não querendo ser o advogado do diabo, enalteço a frontalidade demonstrada pelo presidente do Sporting de Braga no final da partida quando afirmou: “Tiraram-nos uma final, mas não nos movem do sentimento de busca e luta pela verdade desportiva, pelo que vamos fazer uma exposição para o CA sobre tudo o que se passou neste jogo de má memória para o futebol português, enquanto aguardamos pela nota com que este senhor do apito será brindado. Esta Liga tem de parar de prejudicar o futebol português! Os discursos são muito bonitos e falam muito da indústria futebol, mas que serviço estão estes senhores da Liga – pagos e bem pagos, refira-se – a prestar ao nosso futebol quando autorizam que uma meia-final se realize num campo que nem de ‘batatal’ merece ser chamado? Isto é promover o espetáculo? Isto é proteger os jogadores? Não, isto é próprio de um organismo que não faz cumprir as leis e que acha que vive num mundo à parte e com regras próprias” – tais declarações só me fazem concluir que as propostas apresentadas pelo presidente do Sporting fazem todo o sentido.

rui silva

Já o adjunto do Rio Ave Rui Silva deu uma de puritano ao afirmar: O nosso líder merece esta vitória porque trabalhou muito por ela. É uma vitória do grupo e ele merece isto. Desde início do campeonato que não falamos em lances da arbitragem. Há lances difíceis de analisar e também os houve na área contrária”. – não comentar as arbitragens realizadas em jogos em que se é beneficiado pela mesma parece ser a postura politicamente correcta da actualidade do futebol português. Desculpe? Quais são os lances em que teve dificuldade de analisar? O lance em que o seu atleta caiu sozinho na área e ainda teve o displante de pedir grande penalidade? O lance em que o seu jogador corta uma bola com a mão na área? Vai-me perdoar Rui Silva, mas declarações como as suas não podem ter lugar no futebol português. Seria portanto uma atitude para com o futebol português e para com o adversário admitir aquilo que toda a gente viu.

Pré-Derby ou Pré-Derbys

Ainda decorre na sede da FPF em Lisboa a reunião do Conselho de Disciplina do referido organismo. Em análise está o atraso do FC Porto no jogo frente ao Marítimo a contar para a Taça da Liga. Ao que se sabe, o FC Porto veio a Lisboa defender a sua versão através de Antero Henrique e Fernando. O jogador foi o alibi utilizado pelo clube na sua defesa por escrito. Nesta, o clube alega que o atraso cometido no referido jogo se deveu ao facto de ter sido necessária a realização de exames extraordinários ao jogador nos minutos que antecederam o jogo para se ter a certeza de que poderia ser utilizado no mesmo. Boatos que tem surgido nas últimas horas dão conta que os membros do CD\FPF estão mais inclinados para a prescrição de uma multa ao clube da invicta ao invés de puni-lo com a derrota no jogo, sanção máxima que pode ser aplicada neste caso pelos regulamentos da competição.

Superbock! Fresquinha! #49

Tudo ao Molho! –

O desaparecimento de Izmailov “era uma novela”. Fucile foi encostado por não querer renovar contrato. Otamendi é um “caso administrativo”. O problemático Fernando, jogador que não quer renovar contrato com o clube “é um processo de recuperação” – as justificações são mais que muitas. Estranho considero, num clube que está a ter os piores resultados de que tenho memória, descartar assim 4 opções técnicas num plantel onde as soluções, como se tem visto, não abundam. Sinais de derrocada eminente?

Da Champions #5

Confesso que fiquei com alguma pena deste resultado do FCP.

1. É dado assente que a equipa não está a produzir o futebol a que nos habituamos a ver no clube. Falta muita coisa a este Porto para ser o grande Porto. À cabeça, faltam extremos que sejam capazes de produzir jogo para o ponta-de-lança que a equipa dispõe. Quando os grandes extremos do Porto (ainda ontem se viu pelas constantes subidas de Danilo e Alex Sandro) são os laterais, penso que está tudo dito quanto a esta questão. Daí advém o facto de Paulo Fonseca ser (quase) obrigado a colocar Josué numa das alas. Mais uma vez viu-se que o médio do Porto sempre que pode foge para o centro, posição do terreno onde se sente mais confortável. As más decisões de Paulo Fonseca derivam desse problema: para se jogar em 4x3x3 é necessário que se disponha de dois extremos com qualidade de 1×1 e cruzamento, matéria que Fonseca não dispõe. Necessita de um bom 8, posição para a qual Fonseca tem matéria-prima em abundância (Josué e Lucho) e de um 10 desiquilibrador pelo miolo, posição que no futuro sei que irá ser ocupada pelo jovem Quintero, ainda tenrinho para estas andanças.

2. Por esclarecer continuam as posições e tarefas que Herrera e Defour deverão ter no terreno. O mexicano já jogou ao lado de Fernando contra o Zenit no Dragão e deu-se mal. Fonseca avançou-o ligeiramente no terreno e o mexicano tarda em pegar de estaca. Enquanto João Moutinho tinha a facilidade de, ofensivamente, pautar todo o jogo do Porto e defensivamente formar o primeiro bloco de pressão\oposição à equipa adversária, o mexicano passa jogos atrás da bola sem conseguir acertar com um opositor e quando tem bola não tem qualquer tipo de rasgo ou capacidade de construir jogo.

Quanto ao Belga, tanto Vitor Pereira como o seu sucessor tentaram (sem exito) recuar o médio. Já foi 6, já foi 10, já foi ala no lado direito e ainda não foi aquilo que era no Standard de Liège: um 6 puro, um jogador para jogar ao lado de Fernando, um médio de trabalho que também é versátil ao ponto de se incorporar no plano ofensivo e ter bola nos pés.

3. Custou-me ainda mais ver a eliminação do Porto sabendo que o Áustria de Viena estava a golear o Zenit. Este Zenit foi sem sombra de dúvidas, o elo mais fraco deste grupo. Vi 5 jogos dos russos. É uma equipa sem fio de jogo num tosco 3x5x2 onde poucos se salvam. As excepções à regra são Hulk, Danny, Kerzhakov, Shirokov, Ansaldi e Lombaerts. Resumidamente, é uma equipa que, na ausência de Shirokov (o maestro de orquestra) e Danny (um dos afinadores dos instrumentos) apenas consegue tocar música para Hulk. Prova disso foram os 3 jogos caseiros que realizaram. Tanto contra o Áustria, como contra Atlético e Porto, a equipa virou-se sistematicamente para Hulk e passou o jogo a endossar bolas para o brasileiro resolver. A espaços apareceu o perigoso Arshavin no contra-golpe (contra o Atlético por exemplo) mas, o internacional russo, já não é jogador para estas andanças.

4. Voltando ao jogo de Madrid. 4 bolas na barra é dose. Danilo e Alex Sandro galgaram quilómetros mas Jackson nunca se conseguiu superiorizar aos centrais do Atlético. Josué meteu pena. Principalmente na primeira-parte quando derivou quase sempre para o miolo. Não coloco sequer a questão do penalty porque foi bem defendido por Aranzubia. Licá continua uma lástima. Mais um erro de Fonseca. Na esquerda não rende. Os centrais do Porto estão por deveras intranquilos. Mangala continua a perder imensas bolas em zona proibida. Do outro lado, vimos aquilo que se esperava: a equipa de operários de Simeone, a defender num bloco muito baixo, com uma agressividade muito acima da média, de forma eficaz e a sair em contra-ataque sempre que possível de forma cautelosa com poucas unidades, sempre à procura do target-man Diego Costa. A equipa que apanhar o Atlético na próxima fase terá que deixar sangue e suor no campo para eliminar esta fantástica equipa de Simeone.

5. In and Out –

In – O médio Oliver Torres. Já o tinha visto nos minutos que jogou no Petrovski. Irá ser (sem peneiras) o próximo Jogador Espanhol. Aos 17 anos já é habituée dos sub-21 espanhóis. Grande técnica individual.

Out – David Villa. Gordo. Pachorrento. Maçado por lesões. Não é nem por sombras o agressivo e incisivo Villa que conhecemos no auge da carreira.

6. Por último, o Áustria de Viena. Estes austríacos estrearam-se na versão moderna da Champions com boas exibições. Melhores que a do Zenit na minha opinião. Bateram-se taco-a-taco contra Porto e Zenit, fazendo das suas tripas coração. Muito limitados no plano técnico, procuraram um jogo directo para o seu ponta-de-lança Hosiner. Lá na frente, este austríaco descendente de pais croatas deu água pela barba a todos os centrais das equipas adversárias. Rápido, bom de bola e bom finalizador. Tem 24 anos e pelo que estive a pesquisar está em carreira ascendente (começou na 2ª equipa do TSV Munique 1860 e desde aí passou pelo Sandhausen da 3ª liga alemã que o catapultou para a Liga Austríaca, onde alinhou durante 2 anos no First Vienna e no Admira Wacker antes de chegar no verão de 2012 ao Áustria). Leva 35 golos em 44 jogos pelo Áustria nesta época e um terço vá. Antes disso já tinha apontado 28 pelo First Viena\Admira Wacker. É jogador para equipas de gama média alta do futebol europeu.

7. Já que estamos a falar de austríacos – Li algures na imprensa desportiva que o “Porto necessita de um jogador em Janeiro que pegue de estaca como pegou por exemplo Marco Janko” – já não me lembro se li isto na Bola ou no Record de ontem. Se Marco Janko pegou de estaca no Porto de 2011\2012 vou aqui e já venho. Tanto pegou de estaca que foi logo despachado no verão seguinte.

Se quisesse embarcar nas habituais teorias da conspiração, diria que este golo foi a mais pura retaliação da Gazprom às acções activistas que a Greenpeace está a levar a cabo no palco mediático da Champions contra a empresa russa. Sem menosprezo do grande jogo que me parece ter feito o Schalke pelos resumos que vi da partida.

Escrevi aqui há uns tempos que Platini largou a ideia de se gravarem as conversas dos 5 árbitros durante os jogos da Champions. Fico espantado como 5 almas não viram tantos jogadores do Schalke 04 acampados aquando do passe, onde se incluía obviamente o teuto-camaronês Joel Matip. Mais uma decisão de arbitragem (europeia) que deixa a desejar e que silenciou por completo qualquer resposta que o Basileia poderia dar na partida para evitar a passagem dos alemães aos oitavos-de-final. Pelos jogos que o Basileia fez na fase de grupos, em particular os dois contra o Chelsea, bem que mereceu o apuramento. Contudo, o Basileia também se deve queixar da miséria exibicional que teve nos jogos contra o Steaua de Bucareste.

A pergunta prévia para iniciar a escrita sobre este jogo é: quantas vezes viste uma equipa fazer 12 pontos na Champions e ser eliminada? Ontem, abordou-se o caso do Benfica com 10. 5 tinham sido as equipas a serem eliminadas com esse número de pontos desde 1997. A essas 5 juntou-se a equipa portuguesa e o Napoli que até fez mais 2.

San Paolo ferveu. Gritou-se mil vezes o nome de Gonzalo Higuaín quando o Argentino inaugurou o marcador aos 74″ com uma rotação de mestre. Outras 500 no espectacular chapelão de Callejón quando tudo já estava decidido a favor dos Gunners e do Borussia de Dortmund. Tarde demais. Se o espanhol tivesse feito o 2-o a 10 minutos do fim, iria ser o diabo para Wènger e seus pares. Ou saíriam eliminados de Napoli ou no mínimo saíriam esfolados pelos colossais adeptos tiffosi que nunca se calaram durante todo o jogo e no final da partida aplaudiram de pé o esforço dos seus rapazes. Não é para menos: este Napoli de Benitez pode não ganhar nada mas joga à bola que se farta.

Digam o que disserem, tanto Higuaín como Callejón têm espaço na equipa do Real Madrid. Um é de caretas melhor que um certo chuta cocos de nome Karim Benzema. O outro já fez mais em Napoli em 3 meses do que o que Gareth Bale irá fazer em toda a época em Madrid. A dispensa de Callejón se pode entender (como podemos vislumbrar nas exibições do espanhol em Napoli) se atendermos que é um jogador que se dá bem a jogar em contra-ataque. Contudo, também deverei dizer que o extremo espanhol sempre que saía do banco na era Mourinho molhava a sopa! Se o Napoli tiver capacidade para os segurar arrisca-se a ter um futuro ainda mais risonho do que o que tem. Se não os segurar, estou seguro que tanto um como o outro rapidamente estarão num grande italiano e o Inter aparece-me à cabeça como o principal interessado nestes dois quando voltar a ter um mega projecto.

Existem equipas cuja linha estratégica compreendo, outras não. O Real Madrid pertence ao clube daqueles que não percebo. Existem vários exemplos disso no passado: o Luis Enrique que mais tarde seria símbolo do rival Barça, o Steve McManaman que deu um título europeu ao clube antes de ser encostado no início da era dos galáticos (nunca mais conseguiria jogar ao mais alto nível) ao Eclipse das passagens de Arjen Robben e Wesley Sneijder em Madrid, jogadores que anos mais tarde foram obreiros nos títulos europeus de Bayern de Munique e Inter de Milão. Isto sem falar de inúmeros casos de jogadores muito pouco aproveitados na sua estadia em Madrid como Klaas-Jan Huntelaar, Roberto Soldado, Borja Valero, Antonio Cassano, Juan Manuel Jurado, Esteban Cambiasso, Juanfran, Javi Garcia – só na última década – senhores cuja saída de Madrid trouxe o seu melhor futebol e cujos exitos desportivos noutras equipas são bem conhecidos. Resumindo e concluíndo: o dinheiro deu para tudo e se existe clube onde o dinheiro é o factor primordial para fazer uma estratégia e não uma condicionante da estratégia que se pretende levar a cabo, esse clube é o Real Madrid.

Voltando ao jogo. Final dramático no San Paolo. Higuaín agarrou-se à camisola e chorou copiosamente durante minutos numa cena comovente que deverá ter agradado e muito aos fervorosos adeptos do clube Napolitano. O Dortmund venceu em Marselha e ganhou um novo balão de oxigénio numa altura da época em que bem precisava depois das derrotas contra o Bayern de Munique e Bayer de Leverkusen. Grupo que se previa muito equilibrado e que terminou muito equilibrado. Futebol de muita qualidade, principalmente nos jogos entre Dortmund e Napoli. Os Napolitanos são um dos principais contenders à vitória da Liga Europa.