NBA 2013\2014 #9

Vi em directo e adorei. Foi o melhor jogo desta época so far. Teve tudo (intensidade ofensiva, intensidade defensiva, pontos, jogadas individuais das vedetas, um prolongamento e emoção até ao fim) para ser um 7º jogo de uma final de conferência por exemplo. Grande exibição de Westbrook, coroada com o cesto que deu a vitória à equipa treinada por Scott Brooks. Westbrook carregou a equipa às costas quando Durant “esteve ausente da partida” – 34 pontos para o base, 25\13 ressaltos para o extremo. Durant só apareceu verdadeiramente na partida no último período do tempo regular (7-22 em lançamentos de campo\11-12 at the line).

Do outro lado Steph Curry e Harrison Barnes. O base lançou de todo o canto e esquina como é seu apanágio. 32 pontos, 11 ressaltos e uma eficácia 13\26 em lançamentos de campo e 4\10 de 3 pontos. É incrível a eficácia que o base tem dada a forma como lança: mid-range, long-range de todo o lado, com 1,2,3 adversários pendurados. Mais incrível é a coragem que tem de pegar no jogo, coragem essa que é muito importante para os Warriors. Klay Thomson por exemplo não tem essa capacidade. Para já. Num lance desta partida, na linha de lance livre, o poste chegou a mandar um “pedragulho” que passou ao lado do cesto e que de resto motivou um embaraçoso sorriso ao jogador. Quanto a Barnes, por um lado, penso que os seus números e exibições enquanto titular indicam que a contratação de André Iguodala poderá ter sido prejudicial ao crescimento do sophomore que os Warriors escolheram no #7 do draft 2012. No entanto, Barnes e Iguodala tem a vantagem de oferecer a Mark Jackson uma certa completude para aquela posição. Barnes na sua capacidade de tiro e Iguodala na capacidade que tem de ir debaixo do cesto, na entrega defensiva e na velocidade que oferece à equipa no fastbreak game.

Para finalizar. A ler as palavras de George Karl sobre o seu antigo pupilo André Iguodala. Estas declarações indiciam que o antigo jogador de Denver que se mudou este ano para Oakland poderá ter sido o espião\intruso do seu novo treinador Mark Jackson no balneário dos Nuggets aquando da ronda dos playoffs de 2013 que pôs frente a frente as duas equipas. Muitas interpretações se podem tirar das declarações do antigo treinador dos Nuggets que actualmente é comentador da NBA da ESPN.

Superbock! Fresquinha #7

Tudo ao Molho! – Como é que me explicam estas contas? Ou o FC Porto mente no valor que recebe nas vendas dos seus atletas ou então grande parte das verbas relativas às transferências são comissões pagas a empresários… Não se compreende como é que 2 jogadores que são vendidos por quase 70 milhões de euros só resultam em mais-valias no valor de 26 milhões (O Porto dispendeu 19 milhões na aquisição de Hulk e Álvaro Pereira. Até aos 70 milhões existiram 25 milhões completamente a voar…)  –  “impacto negativo das rubricas relacionadas com passes”.

Estou portanto curioso para ver as contas do Porto daqui a um ano quando tiverem os resultados das vendas de James e Moutinho…

Exemplos de boa gestão – Se alguém neste país ainda duvidava do milagre financeiro que Bruno de Carvalho está a executar no Sporting veja isto.

 

Brevíssima

O Conselho de Administração da SAD do Beira-Mar entrou com um pedido de um Processo Especial de Revitalização para evitar a insolvência requerida pela Direcção do Clube, um dos stakeholders da SAD. O PER irá permitir a renegociação da dívida da SAD, evitar penhoras e arrestos em decurso enquanto a “capacidade produtiva” do clube (jogadores, staff, funcionários) continuará intocável.

A tenda continua armada. Continua presente a visível incapacidade que os corpos sociais do clube estão a ter para conseguirem finalmente expulsar um problema que por eles foi criado em 2012 quando avançaram para a constituição da SAD com a chegada de Majid Pishyar – ver o que escrevi aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui.
Já escrevi demasiado sobre o assunto, já sofri demasiado sobre o assunto, já tentei levar a cabo várias propostas para ajudar a resolver o assunto. Nos últimos meses, o Beira-Mar Sport Club tem sido uma bola de pinguepongue entre Majid Pishyar e o seu filho Amin e a direcção do clube presidido por António Regala. Chegou ao ridículo de ser a direcção do clube a propor a contrasensual insolvência da SAD, facto que à luz dos novos regulamentos da Liga poderá levar o clube para os distritais. Sei quem queira em Aveiro ver o Beira-Mar bater no fundo – tenho amigos que defendem essa solução pois dizem (e bem) que seria a melhor forma de correr com o cancro que meteu o clube nesta situação. De certa maneira concordo com proposta de resolução do problema. Contudo, seria triste para mim enquanto beiramarista ver o clube a disputar os distritais contra clubes de lugarejo. A solução do problema foi o seu próprio início – seduzidos pelo dinheiro fácil numa altura em que o clube não conseguia cumprir com as suas obrigações, os vendilhões do templo que hoje tentam colocar Pishyar fora de Aveiro, acreditaram nos planos megalómos do iraniano e respectivo séquito (que noutros carnavais já tinha falido com dois clubes, um na Áustria e outro na Suiça) sem pensar nas consequências que poderiam advir deste negócio caso o megalómano (repito) plano desportivo apresentado não se concretizasse. O que acabou por ser algo que facilmente se previa desde o primeiro minuto em que o líder da 32 Group colocou os pés em Aveiro.

p.s: sempre que a equipa vence um jogo para a 2ª liga cria-se uma onda de euforia na cidade de aveiro. A equipa bem que pode andar em 3º ou em 15º – uma vitória é o suficiente para despertar o alarme da súbida de divisão entre algumas hostes beiramaristas. Quando vi o Beira-Mar pela primeira vez esta época (Taça da Liga – União da Madeira – no final do mês de Julho) pensei logo que íriamos ter uma época de sofrimento. Já vi a coisa mais negra. A SAD reforçou o plantel. Não se pode exigir a um treinador que tem um plantel fechado à 8ª jornada, cheio de jogadores vindos dos quintos cantos do mundo que não se conhecem que consiga muito mais do que uma época tranquila a meio da tabela. Considerar este problemático Beira-Mar um candidato à subida quando existem duas equipas com duas estruturas consolidadas (Portimonense e Penafiel) e outra que só com uma transferência (Ghilas) deu ao seu treinador a equipa que ele quis e não quis. Já ficava contente se conseguissemos seguir em frente na Taça contra Feirense e Académica.

Porto 27-24 KIF Kolding Kobenhavn

Apesar de ser sportinguista de gema, estou a torcer pelo sucesso do andebol do FC Porto na sua participação na edição deste ano da Liga dos Campeões. Grande vitória dos Portistas sobre os Dinamarques do Kolding que ainda poderá dar alguma esperança de apuramento ao Porto (passam os 4 primeiros de cada grupo) nas próximas jornadas (se bem que o apuramento não depende exclusivamente dos resultados que o Porto fizer nas próximas 3 jornadas). Espero que o meu Sporting tenha a mesma sorte que acompanhou os portistas na tarde de hoje no jogo que se aproxima para a 2ª mão da 3ª eliminatória da Taça EHF (20.30 na Bola TV) contra os Croatas do RK Porec. Na primeira mão na Croácia, o Sporting empatou a 24 golos.

#Secção de Basquetebol da AAC (adenda)

leio no Record de hoje na sequência do que escrevi aqui de manhã – artigo de Tiago Almeida

“Coimbra não merecia – Mário Saldanha volta a criticar Ricardo Morgado”

O presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) manifestou “profunda tristeza” pela desistência da Académica, equipa com um passado histórico na modalidade”, criticando duramente o presidente da direcção-geral da Associação Académica de Coimbra. “Coimbra é uma cidade de gente apaixonada pelo basquetebol, que não merecia uma traição destas de um senhor chamado Ricardo Morgado”, aponta Mário Saldanha, frisando que o dirigente é “um bom organizador de Queima das Fitas, mas um péssimo gestor de desporto”. Esta atitude vem dar razão ao que disse anteriormente”, conta ainda Saldanha que acusa Ricardo Morgado de “enganar as pessoas como fez com a federação”. (…)

Vou tentar explicar sinteticamente a orgânica e a mecânica da AAC ao Sr. Presidente da Federação:

1. O Ricardo Morgado não organiza Queima das Fitas. Apesar de ser membro do Conselho-Geral da Queima das Fitas, cargo que ocupa por inerência do facto de ser presidente da DG\AAC, a Queima das Fitas tem dois “órgãos” (Comissão Central, eleita pelos estudantes e Secretário; constituído por nomeação por parte do Secretário-Geral da Queima das Fitas) que tem como missão organizar a festa, sendo o Conselho-Geral (constituído por 5 elementos; os 5 beneficiários\responsáveis pelos lucros\prejuízos da festa) apenas responsáveis pela aprovação de decisões tomadas pela Comissão Central e pelo Secretariado.

2. O Ricardo Morgado (como se pode ver nas declarações acima postadas) não enganou ninguém neste processo. Assim como todos os presidentes que conheci naquela casa (Fernando Gonçalves, Paulo Fernandes, André Oliveira, Jorge Serrote, Miguel Portugal, Eduardo Barroco de Melo) estou seguro que o Ricardo fez o que esteve ao seu alcance para manter a equipa sénior da Secção de Basquetebol como o faria com qualquer outra das 25 secções desportivas da AAC em semelhante situação.

3. Espanta-me que o Sr. Mário Saldanha, pelo conhecimento que tem da modalidade em Portugal, desconheça até hoje o que realmente se passou na Secção de Basquetebol da AAC nos últimos anos. Pior que isso, é o Sr. Mário Saldanha insinuar (diria melhor, disparar para todos os lados) sem ter conhecimento de causa do que fala. Se desconhecer, peço-lhe então que chegue a contacto comigo que eu tratarei de lhe explicar tudo, virgula a virgula, ponto a ponto, nome a nome, daqueles que enterraram a Secção ao longo dos anos.

4. O Ricardo Morgado não é o responsável principal pela gestão das Secções Desportivas da AAC. Para além de um órgão consultivo para as Secções Desportivas que a AAC possui (Conselho Desportivo), a gestão de cada secção está a cargo de uma direcção eleita pelos sócios da secção. Os responsáveis pelos actos de má gestão cometidos na Secção de Basquetebol foram dirigentes da referida secção. Facilmente o Sr. Mário Saldanha chegará a quem cometeu os actos que imputa ao presidente da DG\AAC.

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giggs

a primeira vez que o vi jogar foi há coisa de 18\19 anos, ainda a Premier League dava ao sábado à tarde na RTP 2 e os comentários eram do Paulo Catarro\Gabriel Alves. Ele ziguezagueava pela esquerda, ganhava a linha e metia as bolas que a dupla Cantona\Cole queria e não queria. Era o final da era do kick and rush puro. Dos terrenos minados que a Premier oferecia em Leeds, em Sheffield, nos Crystal Palaces, nos Queens Park Rangers, nos Wimbledons, nos Blakburns (chegou a ser campeão numa dessas épocas com Shearer, Chris Sutton, Ian Pearce, Kevin Gallacher, Graeme Le Saux) e por aí adiante. O início de uma era de continentalidade, o início do franco-holandesismo de Wènger. Tenho muitas saudades desse futebol. Tenho saudades da alegria radiante que era ter um jogo do Arsenal a dar na 2 ao meio-dia e um quarto, coisa que só mais tarde vim a entender. Giggs sobreviveu a isso e tudo mais. Continua a dar cartas todos os sábados, não na esquerda, mas no miolo. Será um herói eterno nas nossas mentes até ao final da nossa vida.

As Manobras de Diversão de Bruno de Carvalho

Assim num jeito mais informal (e talvez parcial), confesso que, enquanto Sportinguista, acho piada ao tempo de antena que certos adeptos, no meu feed de redes sociais e grupos/fóruns que participo com relativa atividade, deram a Bruno de Carvalho durante esta semana.

Enquanto adepto acérrimo do Sporting Clube de Portugal, dá-me gozo ver alguém com as capacidades de gestão do Bruno de Carvalho à frente do Sporting e que fez em menos de 9 meses. De uma forma resumida, transformou a estrutura por dentro de uma ponta à outra, e conseguiu que o exterior nos começasse a ver como uma ameaça. Tanto que ainda há dias, elegeram o Sporting para Marca de Excelência 2013 pela Superbrands. E neste momento, o Sporting está na linha da frente para lutar pelo título, embora ainda não tenha assumido a candidatura (e bem, a meu ver).

Não sei se terá sido ou não uma afirmação escusada. O meu patriotismo não gosto que gozem de Portugal muito menos da sua bandeira, embora não tenha sentido nem que Bruno de Carvalho tentou criticar a Bandeira e Portugal, nem tentou picar o Sport Lisboa e Benfica. Foi uma afirmação que, após dita, teve direito a cinco versões diferentes em cada jornal, o que além de provocar uma certa confusão, é má informação. Mas já se está habituado à grande distorção que a nossa imprensa desportiva gosta de fazer. É o que dá ter gente parcial na frente de certos jornais. Sim, estou mesmo a falar dessa pessoa que estás a pensar. Convém também lembrar que para quem diz que o Bruno de Carvalho apenas diz falsidades e procura incendiar os ânimos do Futebol Português, que muitas frases que Bruno de Carvalho proferiu ao longo da época estão bem longe da mentira. Convém recordar o ataque a Duarte Gomes, há umas semanas. Como se fosse mentira. Ou o ataque a Pinto da Costa com a história dos elefantes. Não há factos, mas há o passado suficiente para assumir a teoria da conspiração.

Mas deixando o assunto de lado, o alerta que vos queria deixar é este: sem ninguém dar muito por isso, sem sequer os adeptos dos outros clubes (e até do Sporting) se aperceberem que passaram a semana toda a falar do Bruno de Carvalho e da Bandeira Nacional da República Portuguesa, hoje é sexta-feira. O Sporting joga domingo, frente ao Paços de Ferreira, mais um jogo para dar sequência à boa forma na Liga Portuguesa. Foi uma semana tranquila em Alcochete, após um jogo de enorme dificuldade. Tanto o treinador como os jogadores não tiveram pressão nenhuma a preparar a semana. As manobras de diversão do “garoto” continuam, semana após semana, e a equipa entra em campo para ganhar, sem mais nada que pensar.

Entretanto, Bruno de Carvalho prepara o guião da próxima semana…

momentos estranhos da vida nacional

cena 1: A televisão de um café transmite um Rio Ave vs Estoril.

Personagem 1: “Est Est, está a jogar o Estrela da Amadora?”

Personagem 2: “Não, é o Estoril”

Personagem 1: “Mas podia ser o Estrela da Amadora. Em que lugar anda o Estrela da Amadora?”

(um certo anacronismo revivalista)

cena 2: No mesmo café…

Personagem 1: “Manelito, quem é que pôs o Jesus no Benfica?”

Personagem 2: “Foi Deus!”

Personagem 1: “E o Vieira?”

Personagem 2: “Os pneus!”

Personagem 1: “Manelito, quem é que pôs o Jesus no Benfica?”

Personagem 2: “Foi Deus!”

Personagem 1: “E o Vieira?”

Personagem 2: “Os pneus!”

(em repeat all night long)

#Secção de Basquetebol da AAC

A Direcção-Geral da AAC, em decisão ponderada e apoiada com o Conselho Desportivo da AAC e com a Secção de Basquetebol do referido organismo decidiram extingir a equipa sénior de basquetebol da AAC, a actual vice-campeã nacional, após alguns meses de incertezas (já havia falhado alguns jogos) quanto à sua participação na Liga Portuguesa de Basquetebol.

Foi uma decisão inevitável devido ao passivo que a secção acumlou durante vários anos de má gestão e de opções estratégicas que colocaram o basket da Académica num patamar para o qual não existiam recursos disponíveis. Penso que é hora (para bem de outras secções desportivas da AAC\secções da OAF que se encontram na mesma situação da secção de basquetebol) de chamar à capa os principais responsáveis por certas decisões tomadas no decurso das últimas épocas. A impunidade tem que acabar. Não se pode dar o passo maior que a perna. A AAC enquanto instituição de utilidade pública séria e honesta não pode ter no seu seio dirigentes que põe em causa o bom nome da instituição. Muitas vezes defendi no seio dos órgãos da casa a sustentabilidade das suas secções. Não acho correcto que a Académica enquanto instituição eclética que tem como base sustentável a sua formação, ande a gastar consideráveis somas de dinheiro na formação de atletas para depois esses atletas não terem lugar nas equipas séniores pela contratação de jogadores estrangeiros, alguns deles de qualidade muito duvidosa. Foi precisamente a contratação desses atletas estrangeiros que originou o rol de dívidas que a Secção de Basquetebol acumulou na última década e a extinção desta equipa de basquetebol.

(hoje vou ser super parcial)

diego capel

via A Tasca do Cherba

Peço desculpa aos meus colegas Eduardo Mendes, João Pedro Campos e Diogo dos Santos pelo conteúdo deste post pois sei que não partilham da minha paixão clubística, mas…

são efectivamente estas palavras, este sentimento, a garra com que Capel disputa todas as bolas, todos os lances, todos os minutos, todos os segundos com a verdinha colada ao corpo, como se “en la cancha” se disputasse um jogo de vida ou morte, que me levaram a ser sportinguista e que me faz acreditar que somos muito grandes e muito orgulhosos do que conquistamos até hoje e do que iremos conquistar no futuro.

NBA 2012\2013 #8

Lakers @ Nets – 96-94 para os Lakers no Brooklyn a 8 segundos do fim. Nets com 4-10 na tabela classificativa, necessitados uma vitória (a todo o custo) para poderem sacodir a poeira que paira em volta da equipa – Jason Kidd está sem descontos de tempo e pede a Tyshawn Taylor para chocar de propósito contra ele para verter a bebida que lhe é servida por alguém do staff da equipa. O jogador choca com Kidd, o líquido verte-se no pavilhão e obriga um membro do staff a ter que limpar o piso enquanto Kidd convoca os seus jogadores para um “desconto de tempo” improvisado.

De nada valeu o desconto de tempo. Os Lakers acabaram por vencer o jogo por 99-94. Teoricamente não existe qualquer regra na liga que condene o acto na parte que diz respeito ao comportamento dos jogadores e dos treinadores. Estamos portanto perante uma “lacuna na lei” da NBA. Vamos ver o que é que o Basketball Operations Department comunica sobre o assunto. Isto é, se for feita uma exposição ao dito departamento sobre a situação. Pessoalmente defendo uma punição exemplar ao treinador dos Nets. Valeu-se de uma artimanha para extrapolar por completo as regras do jogo. Como já não é o primeiro castigo de Kidd esta época, como a gravidade da acção é um péssimo exemplo para todos os praticantes e treinadores da modalidade e como a acção foi vista por milhões de agentes da modalidade, deveria ser punida de forma exemplar com 20 jogos de suspensão pelo menos. Kidd desiludiu-me. Depois de uma carreira de jogador pautada por diversos exemplos de fair-play e lealdade pelo jogo, Kidd não tinha necessidade nenhuma de mudar a sua postura só porque o seu lugar em Brooklyn está em risco.

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p.s: ainda por cima os aparelhos sonoros instalados na zona do banco dos Nets apanharam Kidd a dizer ao seu jogador “Hit me”, o que torna o acto completamente deliberado.

p.s 2: em breve irei postar uma análise crítica mais intensiva às últimas 2 semanas da liga.

Da Champions #2

Algumas notas sobre os jogos de ontem e anteontem da champions.

Grupo A

Com os resultados obtidos ontem, Leverkusen e Shakhtar vão discutir o apuramento para a próxima fase na última jornada com os alemães a visitar o Anoeta e os Ucranianos a terem que visitar Old Trafford com a obrigação de fazerem o mesmo resultado que o Leverkusen para se apurarem. Não postei o vídeo para falar do Shaktar Donetsk mas sim da Real Sociedad.

Confesso que a Real Sociedad está a defraudar as previsões que tinha para a equipa esta época. É certo que o verão mudou muita coisa na sensacional equipa de San Sebastian. Philippe Montagnier abandonou o barco depois de uma época histórica para abraçar um novo desafio no Rennes, que, até ver, não está a ter os resultados que se previa. Montagnier deixou a sua anterior equipa nas mãos do seu adjunto Jagoba Arrasate. Aos 35 anos, Arrasate cumpre a sua primeira época enquanto treinador principal de uma equipa de primeira escalão e, para primeira experiência num clube deste nível, tem a missão de melhorar um trabalho de topo que colocou a equipa no 4º lugar no final da liga espanhola e, consequentemente, no playoff da Liga dos Campeões. Ou seja, resumindo e concluíndo, Arrasate chegou à Real Sociedad num estádio de desenvolvimento onde fazer melhor que o seu antecessor afigurava-se como uma tarefa quase impossível.

Depois de uma época histórica em que a Real Sociedad partia para a Liga como um clube que tinha como principal objectivo conseguir um lugar no meio da tabela, conseguindo um brilhante apuramento para a Champions, creio que a direcção basca cometeu o que chamo o “pecado capital” – ou seja, tomando um conjunto de decisões inadequadas para um clube que conseguiu atingir o topo sem querer e que para evoluir necessitava de outro tipo de decisões ao nível de jogadores e staff técnico. Trocando por miúdos: a Real Sociedad necessitava de se reforçar com jogadores mais experientes, mais calejados na Champions e necessitava de ter os serviços de um técnico mais experiente. Na mesma situação em que se encontra actualmente a Real Sociedad, muitos outros clubes acabaram por sucumbir. Villareal, Deportivo, Newcastle, Estugarda, Boavista, Parma e Fiorentina foram equipas que pagaram demasiado caro o preço da ambição que outrora tiveram em colocar-se na principal montra do futebol europeu. Apesar de Arrasate ter sido o adjunto de Montagnier e de, consequentemente, ter pegado no trabalho\legado deixado pelo francês, opções melhores que o jovem treinador de 35 anos não faltaram durante o verão. Como Montagnier fez questão de decidir em tempo útil que não iria renovar contrato com o clube, a Real Sociedad teve tempo para atacar treinadores como Rafa Benitez, Ernesto Valverde ou Míchel (que tão bom trabalho está a desenvolver no Olympiacos). Estes 3 só no mercado espanhol. Mesmo empregado, Juande Ramos (actualmente no Dnipro) poderia ser outra das escolhas viáveis para o clube basco. Estou certo que Juande não diria que não a um desafio como estes dado o plantel dos bascos, o desafio constituído com o legado Montagnier e a possibilidade de voltar à ribalta do futebol europeu, facto que não é permitido ao treinador espanhol mesmo com o Dnipro na Liga Europa.

A direcção basca conseguiu manter maior parte das suas referências. A única excepção foi a saída de Asier Illarramendi para o Real Madrid por 30 milhões. Com o encaixe financeiro obtido com a venda do internacional sub-21 espanhol e com a entrada na Champions, para colmatar a saída do trinco para a equipa madrilena, a direcção da equipa de San Sebastien reforçou o plantel com as entradas de Esteban Granero e José Angel (estava na Roma), Haris Seferovic (um talentoso avançado que não tinha espaço na Fiorentina com Giuseppe Rossi e Mario Gomez) e conseguiu manter as duas principais vedetas: Carlitos Vela e Antoine Griezmann. Granero acaba por ser o único jogador dos bascos com conhecimento de causa no que toca à liga milionária do futebol europeu.

A dupla vitória sobre o “modesto” (modesto é favor!) Lyon deu-me a sensação que a Real Sociedad estava pronta para dar o passo e afirmar-se na Europa. É certo que o grupo que calhou aos bascos na prova foi o pior que poderia calhar. O Manchester United é o Manchester United. Com ou sem o vitorioso Ferguson. A equipa orientada por David Moyes ainda está numa fase experimental, como não poderia deixar de ser depois da saída da era Ferguson. O Shakhtar Donetsk é a equipa com quem ninguém quer calhar na Champions. Para além de praticar um futebol bonito, fruto da presença açucarada dos habituais jovens craques brasileiros que o clube ucraniano sistematicamente recruta nos maiores clubes brasileiros, os ucranianos tem um futebol pragmático à imagem e semelhança da filosofia que o seu treinador (Mircea Lucescu) sempre incutiu pelos clubes pelos quais passou. O Leverkusen é o outsider da Bundesliga. Kiessling. Ponto final.

Lançados os dados, vi nos primeiros jogos oficiais da equipa Antoine Griezmann fazer as suas habituais picadinhas por cima dos guarda-redes, Vela fazer as suas flecções direita-centro-remate com a precisão que não está ao alcance de todos, Xabi Prieto organizar o jogo dos bascos como só ele o sabe fazer (desconfio que este médio de 30 anos que jogou sempre na Real Sociedad ao longo da sua carreira passou ao lado de uma grande carreira) e os centrais Cadamuro e Inigo Martinez colocarem muita agressividade nos processos defensivos da equipa. À primeira vista pensei que esta Real Sociedad poderia surpreender novamente. Todavia, ao ler a equipa nas entrelinhas apercebi-me das suas fraquezas. Desde logo os laterais. Ansoategui na direita e De La Bella na esquerda são o tendão de aquiles da equipa. O primeiro é um lateral banalíssimo, o 2º sobe em demasia pelo flanco esquerdo, não sendo devidamente compensado pelo ala do seu flanco (por norma quem cai ali é Griezmann quando actua pela esquerda ou o Uruguaio Chori Castro). Iñigo Martinez tem estado irreconhecível durante esta época. Granero e José Angel ainda não pegaram de estaca na equipa. Para finalizar, a equipa não tem gente com qualidade para a frente de ataque no banco de suplentes. Como a equipa vive essencialmente do jogo que Vela e Griezmann criam, exceptuando o jovem internacional Suiço Haris Seferovic (um ponta-de-lança fixo) não se vêem outras soluções no banco dos bascos que possam criar desiquílibrios quando a equipa se encontra a perder.

Nani marcou um golo. Em vez de nos continuar a mimar com os seus habituais rodriguinhos, conseguiu pela primeira vez em anos ser objectivo ao dominar a bola e atirar para o fundo das redes. Deve considerar-se um feito histórico. Folgo porém em saber que não sou o único que acha que o Nani não evoluíu nadinha em todos estes anos em Manchester.

Grupo B

A noite de Arturo Vidal no Dell´Alpi. Sem penaltis fantasma. Galatasaray vs Juventus na última jornada vai ferver com certeza!

Grupo E

Mourinho já pode afirmar que Mohammed Salah é a sua besta negra. Desde o primeiro minuto que acho que este egípcio será um dos grandes jogadores desta geração. Rápido, pragmático (não é jogador de engonhar, tem drible fácil e sabe sempre o que há de fazer com a bola) com um drible fortíssimo em velocidade, bom tecnicamente, versátil (alinha em qualquer posição do ataque) com um fortíssimo poder de desmarcação (quase sempre encosta-se à linha e faz com que nenhum lateral dê por ele) e finalização tem tudo para dar o salto já esta época. Confirma a tradição que o Basileia tem demonstrado nos últimos anos. É uma equipa fortíssima ao nível de formação (basta ver a quantidade e qualidade dos jogadores que tem formado e vendido nos últimos anos) e\ou ao nível da evolução de jovens jogadores adquiridos a clubes desconhecidos como foi o caso de Salah (alguém conhece o Al Moqaweloon do Egipto?!!!). Nos últimos anos, a equipa formou ou lançou no alto futebol europeu jogadores como Philipp Degen, Valentin Stocker, Behrang Safari, Fabian Frei, Marcelo Diaz (estão no plantel actual da equipa) e venderam outros como Zdravko Kuzmanovic, Marco Streller (voltou ao clube depois da passagem pelo futebol alemão) Alexander Frei, Felipe Caicedo, Ivan Rakitic, David Degen, Eren Derdyok, Xherdan Shaqiri, Gokhan Inler, Granit Xhaka, Jacques Zoua, Cabral, Hakan Yakin, Alexander Dragovic, entre outros… O Basileia é efectivamente um modelo para todos os clubes que pretendem ser vencedores com uma gestão sustentada e sustentável.

É uma equipa que vence campeonatos atrás de campeonatos e que vai às fases finais das provas europeias com planteis que são renovados quase na integra de ano para ano fruto das saídas dos talentos que confirma e dos jovens semi-desconhecidos que vai adquirindo a preços de saldo à periferia do futebol mundial. Comprar barato para formar e depois vender caro.  O que torna, claro, as coisas bem mais difíceis para quem se sente no banco de suplentes da equipa mas muito fáceis para os gestores do clube. Com os cofres cheios de receitas da champions e de vendas como a de Shaqiri ao Bayern ou Xhaka ao Borussia de Moenchagladbach (cerca de 22 milhões os dois) o Basel dá-se ao luxo de dar tiros no escuro.

A propósito dos factores que acima enunciei no caso da Real Sociedad, o Basel tem todas as condições para continuar a construir a sua posição na alta roda do futebol europeu. A juntar aos factores que acima enunciei, o Basel enquadra-se noutro conjunto de factores que permitem a sua ascenção no futebol europeu: está numa liga em que a concorrência interna está a milhas do seu potencial, em que a gestão financeira tem que ser sustentável (como se verifica no futebol alemão, as contas dos clubes suiços são auditoradas até ao osso por entidades transparentes e credíveis de 3 em 3 meses não havendo portanto paninhos quentes para os clubes que apresentem maus exemplos de gestão ou modelos de gestão que contenham negócios obscuros; olá Majid Pishyar!) e em que a própria liga estabelece um tecto salarial máximo por jogador. Ao contrário da liga turca por exemplo, os clubes suiços não podem reforçar-se a qualquer preço mesmo que tenham possibilidades financeiras para tal. Transferências são a dinheiro batido, a pronto. Para além desse facto, tem infraestruturas de topo, uma filosofia de gestão desportiva equilibrada que está assente numa sincronia perfeita entre o scouting de jovens jogadores com talento-formação-evolução-venda e um nível de pressão de resultados (na europa) muito baixa.

Prevê-se um duelo fantástico entre o Schalke 04 e o Basel daqui a 2 semanas na Arena de Gelsenkirchen. Apesar dos alemães terem para mim o favoritismo pelo factor casa, já vi este Basel a eliminar o United em Old Trafford com uma exibição monumental.

Grupo F

Desculpem lá qualquer coisa em relação ao Arsenal desta época.

Grupo G

2 notas, a primeira relacionada com o jogo do Porto, a segunda com o jogo de São Petersburgo:

1. Quanto ao jogo do Dragão, de forma sintética:

1.1 – Pinto da Costa foi ao relvado na segunda. Quando Pinto da Costa desce ao relvado (ainda para mais com os problemas de saúde que o presidente do Porto teve nas últimas semanas) é sinal que está na altura dos actores começarem a trabalhar. Caso contrário, irão rolar cabeças em breve.

1.2 – Vitor Pereira era meio cego. Meio só. Mesmo quando a equipa vencia (mal e porcamente, carregados às costas por João Moutinho), o antigo treinador do Porto dizia sempre que o Porto tinha feito a melhor exibição da época. Estratégias de comunicação, talvez. Paulo Fonseca é totalmente cego. Na melhor das hipóteses, o memento de cegueira é temporário e o treinador do Porto ainda não se apercebeu que tem o pior plantel do Porto dos últimos 20 anos (como tal tem que trabalhar o dobro dos seus antecessores) que já perdeu uma catrefada de jogos numa altura do ano em que a normalidade dita um mês de Novembro com o Porto teoricamente apurado para a próxima fase da champions e líder do campeonato e que, fazendo um mix destas duas últimas afirmações, o Porto não só não está próximo dos objectivos traçados para o início de época como está a jogar um futebol muito fraquinho. Contudo, Paulo Fonseca continua a afirmar (sempre que não vence) que os resultados são injustos “porque o Porto foi a melhor equipa da partida” – contra o Belenenses, contra o Nacional, contra o Zenit, contra o Atlético de Madrid, as declarações do treinador do Porto não foram de todo o espelho do que se passou em campo. Contra o Nacional, só o treinador do Porto não viu a avalanche de contra-ataques perigosos que o Nacional fez para justificar o (merecido) golo do empate.

1.3 Porto a espaços. Na mecânica do Porto, existem dois pontos fortes que qualquer treinador adversário percebe rapidamente e faz por anular: a influência de Lucho Gonzalez na organização de jogo do Porto e a influência dos laterais nos processos ofensivos. Muito se tem falado da inexistência de desiquílibradores no plantel do Porto. É certo que eles existem (Danilo, Alex Sandro, Jackson, o menino Quintero, Josué nos lances de bola parada\nos cruzamentos que consegue colocar na área, Varela a espaços) mas também é certo que os laterais de classe mundial que o Porto apresenta nas suas fileiras não dão para todos os gastos numa equipa em que os extremos não conseguem ganhar um 1×1 quando se deparam com laterais com maior propensão defensiva. Mais. Licá não consegue meter um centro na área. Facto que não é abonatório quando se tem uma referência de área como Jackson Martinez. Outro dos problemas que surgiu em relação à equipa foi quem deveria ocupar a vaga de João Moutinho. Enquanto Herrera não faz rentabilizar os 13 milhões investidos pelo clube na sua contratação e Defour ainda não consegue ser uma alternativa concreta ao desempenho táctico que a posição exige, Paulo Fonseca continua a optar por colocar o jogador mais qualificado para o lugar (Josué) a extremo. Uma escolha que de resto não se compreende. Josué nunca irá ser extremo. Apesar de ter processos de jogo que o permitem “safar-se” na posição (o seu poder de cruzamento, por exemplo) Josué não tem outras ferramentas necessárias para a posição (drible, velocidade) que lhe permitam desempenhar a função de extremo. É portanto um desperdicio colocar a extremo um jogador com o portento técnico e com a facilidade de passe que Josué tem e que em muito pode resolver os problemas de construção de jogo que o Porto ostenta (ajudando Lucho a libertar-se para outras tarefas) quando este é o substituto mais fidedigno de João Moutinho. Só entendo a colocação de Josué nas alas na medida em que a falta de confiança de Fonseca nos seus extremos assim o obriga.

1.4 – Não é também usual no futebol do FC Porto tantas falhas da sua defesa resultarem em golos do adversário e correspondentes perdas de pontos. Primeiro foi Mangala no Restelo, depois o lance do 2º golo do Atlético de Madrid em que a defesa ficou parada a ver o desenrolar o lance, depois Otamendi contra o Nacional e finalmente, na terça, Danilo a oferecer o golo de bandeja aos pobres austríacos.

2. Quanto ao jogo do Petrovski:

2.1 – As escolhas de Simeone. Deixar 9 dos 11 titulares em casa foi um gozo perante os restantes competidores do grupo. Um facilitismo que não se deve admitir numa prova em que estão em jogo milhões e onde milhões pagam para ver os melhores do mundo jogar. O Atlético está a fazer uma época sensacional e Simeone (já apurado) fez descansar as vedetas para fazer gestão de esforço do plantel – na Liga Inglesa por exemplo, as poupanças levam castigo. Quem não apresentar o seu melhor onze poderá sofrer penalizações que vão da multa à subtracção de pontos.

2.2 – A equipa do Zenit. Uma equipa que consome vários “euromilhões” por ano tem um futebol miserável. Tudo à espera que Hulk resolva. O deficit crasso: ao nível de pontas-de-lança a alternativa mais credível a Kerzhakov é Bukharov, que, não joga!

Grupo H

Duas notas breves:
ajax fan

O jogo entre Ajax e Barcelona fica marcado por mais uma terrível tragédia – um fã de 46 anos do Ajax caiu de uma altura considerável da bancada para o fosso que separa as bancadas do relvado do Amsterdam Arena aquando do 2º golo da equipa Holandesa. O fã foi de imediato transportado para o hospital onde se encontra nos cuidados intensivos com diagnóstico reservado.

Quanto ao jogo:

– Na antevisão para esta jornada da champions, vi Pedro Henriques (antigo jogador de Porto e Benfica\actual comentador da Sporttv) afirmar em entoação categórica: “O ajax não terá quaisquer hipóteses em conseguir vencer ou ganhar aqui qualquer ponto” – sou assinante Sporttv. Pago a exorbitante conta de 27 euros para ser assinante deste canal. Já tenho que aturar por vezes com os “erros ignorantes” com que os locutor\comentadores (alguns conseguem ser mais visgarolhos que o Andrea Bocelli. Se não o são parecem…) nos brindam em alguns jogos. Já tive que aturar com os erros históricos do José Marinho ou com as terríveis dissecações táctico-obsessivas que Joaquim Rita fazia do Chelsea de Mourinho. Ou com o locutor que passou uma partida inteira do Valência a chamar Hedwiges Moreno a Hedwiges Maduro, ou como um outro que uma vez disse que estava a assistir a um Real Madrid vs Sevilla no Santiago Calderón. Fiquei espantado com o bitaite ao estilo “tábua rasa, tá ganho” de Pedro Henriques. Espantado porque Pedro Henriques esteve mais de 20 anos no futebol e como tal deve saber que no futebol (nesta competição em particular) não existem vencedores antecipados. Fica o anotamento.

Diário da Champignons

Arturo+Vidal+anota+el+gol+del+título+de+la+Juventus

Hoje foi quarta-feira de Liga dos Campeões, e é verdade que um espaço de culto como este exigia um post com uma análise minuciosa a respeito da noite europeia. Afinal de contas, não é comum haver uma noite de Liga dos Campeões com 36 golos em oito jogos, sinal da elevada qualidade das partidas que hoje se disputaram. Por motivos pessoais, não pude acompanhar nenhum jogo hoje, mas a julgar pelas leituras feitas em periódicos online, há vários destaques que podem ser feitos: o hat-trick de Arturo Vidal (17 pontos na Fantasy League aqui para o Je!) na vitória por 3-1 da Juventus sobre o Copenhaga; a vitória por 5-0 do United em Leverkusen (respira Moyes!), e a do Shakthar por 4-0 frente à Real Sociedad (a maior desilusão da prova?) são talvez os resultados que mais saltam à vista.

Analisando individualmente cada um dos grupos cujos jogos decorreram hoje, não me parece que haja grandes surpresas à entrada para a última jornada da fase de grupos: no Grupo A, teremos de esperar para saber quem acompanha o Manchester United rumo aos “oitavos” (eu aposto no Leverkusen!); no Grupo B, o Real Madrid está apurado, e será preciso que o Galatasaray vença em casa a Juventus para que haja surpresa (já empataram 2-2 em Turim..!) e para que os turcos se mantenham na Liga dos Champignons (como diz o outro); no Grupo C, PSG apurado e Benfica e Olympiacos a discutirem o apuramento até à última (aqui não vou dizer qual é o meu prognóstico, não vão os leitores benfiquistas ficar aborrecidos); e por fim, no Grupo D, tudo resolvido com os apuramentos mais que previsíveis de Bayern Munique e Manchester City (dois dos principais favoritos à vitória da Competição, ou a equipa do City ainda não tem andamento para isto?).

Outros Destaques: O Rodrigo marcou um golo (Juro!); o Ibrahimovic não pára de marcar golos; o Nani ainda mexe; o Sérgio Ramos foi expulso (ele que nem é nada destas coisas..)

O Golo: Gareth Bale Goal vs Galatasaray

(O golo do Douglas Costa também não é nada de deitar fora..!)

A Figura da Noite: Arturo Vidal, pelos três golos.

(Peço desculpa se não aparecer o link do golo, e também por não conseguir formatar o texto, mas ainda ando à descoberta do WordPress..)

God save the queen (or at least try to…) #2

Cinco mini-feeds rápidos:

1. O que começa torto jamais se endireita.

2. Hugo Lloris anda numa de dar um pito por semana. Não quero com isto dizer que o primeiro golo do City (Jesus Navas) não é um golão porque é, mas, não deixa de ser uma reposição de bola ridícula e inadmissível do guardião francês.

3. Alguém que diga a André Villas-Boas que a equipa dele custou demasiadas Libras (Boas) para andar a atascar desta maneira pelas valetas. Não é um comentário menosprezivo para a exibição monumental que o City realizou. Verdade seja dita, o Tottenham tem armas para fazer muito mais do que isto e o português não se pode queixar que a direcção não lhe deu um “plantel de sonho”.

4. O trabalho de Negredo para o 5º golo do City é absolutamente abismal e constituí-se já como uma das 10 maravilhas que vi no futebol.

O que eu ando a ver #7

portugal

Teste muito ambicioso para a selecção nacional de rugby nas vésperas da segunda volta do Torneio Europeu das Nações\Qualificação para o Campeonato do Mundo de 2015. Na antecamara do que considero “muito difícil”, ou seja, recuperar em 5 jogos (a disputar em Fevereiro\Março com 2 jogos fora na Rússia e na Roménia, esta última onde a selecção nacional apenas venceu 1 vez) os 7 pontos de desvantagem para a Rússia (para garantir um lugar no playoff final de acesso para o mundial contra a 2ª classificada da zona africana e 1ª da zona sul-americana) e os 12 de desvantagem para Geórgia e Roménia, a jovem selecção nacional de Rugby (recheada de caras novas e a trabalhar há poucos meses sob a liderança de Frederico Sousa depois da demissão do neozelandês Errol Brain) recebeu a selecção 15ª do ranking IRB (Canadá) no Estádio Universitário de Lisboa.

Portugal veio de uma vitória esmagadora na Arena Barueri em São Paulo contra o Brasil (no primeiro jogo disputado entre as duas selecções) por 68-0 num jogo em que a selecção brasileira, como se previa, não apresentou o nível adequado para dar alguma competição à nossa selecção. Não querendo ser crítico em relação ao trabalho dos responsáveis da Federação Portuguesa de Rugby, a ida dos Lobos a São Paulo nesta janela da IRB acabou por ser, na minha modesta opinião, contrasensual com o trabalho de evolução que se pretende para estes novos internacionais que Frederico Sousa inseriu na equipa visto que não é a jogar contra o Brasil que estes jovens irão ter a evolução necessária para encarar os próximos 5 jogos oficiais da equipa. A ida ao Brasil acaba até por chocar com a estratégia de “back on track” que a FIRA\AER traçou para o Rugby Português de forma a colmatar o défice competitivo que este sofreu nos últimos anos. Falo portanto da vaga na Amlin Cup (para os menos entendidos, a Amlin Cup é uma espécie de Liga Europa do Rugby) que a Federação Europeia granjeou esta época aos Lusitanos, equipa formada por jogadores da espinha dorsal da selecção, com o intuito de dar uma maior experiência aos jovens jogadores das equipas portuguesas com vista ao desenvolvimento da selecção portugal em particular e do jogo em Portugal.

O Canadá veio a Lisboa depois de 3 derrotas consecutivas contra os All-Blacks, Roménia e Geórgia. Contudo, o jogo contra os Georgianos em Tiblissi haveria de ser marcado (pela negativa) por uma vergonhosa batalha campal protagonizada em sonância pelos jogadores, dirigentes e público georgiano. Nada que espante um conaisseur dos habituais mimos que os homens de Tiblissi brindam a todas as selecções que os visitam.

O histórico de jogos entre a selecção portuguesa e a selecção canadiana prometiam um jogo equilibrado. Das últimas vezes que se tinham defrontado, os canadianos levaram a melhor por 3 e 8 pontos, sendo que numa dessas partidas a selecção Portuguesa esteve empatada até 4 minutos do fim da partida.

Confesso que só apanhei o directo aos 13″ com o Canadá a liderar por 7-0. Desde logo consegui apanhar o fio à meada. A Selecção Portuguesa apresentou ao longo de todo o jogo (excepto no lance do ensaio obtido por Pedro Ávila) uma grande dificuldade na montagem de fases ofensivas perante uma defesa canadiana muito experiente, muito equilibrada e muito coordenada tanto a deslizar para os flancos como a fechar todos os canais, não permitindo portanto grandes veleidades aos jogadores Portugueses. Tal facto obrigava invariavelmente os jogadores das linhas atrasadas portuguesas a pontapear bolas para os seus congéneres do lado oposto. Nesta estratégia, os canadianos sentiram-se em casa. Em duas três fases, colocavam os seus homens recuados a galopar com muito à-vontade nas linhas portugueses sem que em 2 ou 3 placadores as jogadas fossem travadas. Aí residiu outro dos problemas que a defensiva portuguesa não conseguiu executar ao longo do jogo. Aproveitando a organização (e o pontapé certeiro) do australiano naturalizado canadiano 15 James Pritchard (o mais experiente dos canadianos; jogou em clubes de topo como o Perpignan ou os Northampton Saints; a besta negra dos portugueses pelo número de pontos marcados sempre que actuou contra a selecção portuguesa), o poder de aceleração do ponta Taylor Paris e o enorme jogo do asa Moonlight que anulou por completo os portugueses nos rucks, rapidamente os canadianos chegaram a uma vantagem de 17-0 a meio do 1º tempo. Para travar Moonlight sentiu-se a falta de Julien Bardy. Portugal haveria de responder apenas com um pontapé de penalidade de Pedro Leal, reduzindo a vantagem canadiana de 17-0 para 17-3.

À excepção de Pedro Ávila que ao longo de todo o jogo tentou várias perfurações na defesa canadiana, a linha de 3\4 de Portugal foi uma sombra daquilo que costuma ser e alguns jogadores (como Miguel Leal) acabaram a primeira parte em enormes dificuldades físicas.

Nos descontos de tempo, depois de um turnover, James Pritchard ganha a bola de um dos pontas e num 2 para 1 contra Pedro Leal  assassina mais uma vez a selecção portuguesa sem grande oposição. 3-25. Péssima primeira parte portuguesa do ponto de vista defensivo. Grande primeira parte do veterano e mais experiente jogador canadiano james pritchard (20 pontos). Falha a conversão atirando aos postes.
Portugal tinha obrigatoriamente que melhorar certos aspectos na 2ª parte para se manter na partida: na parte defensiva teria que placar mais alto e com mais efectividade); na parte ofensiva, necessitava-se mais paciencia e organização na montagem das fases e mais bolas nas linhas atrasadas que não tiveram no primeiro tempo jogo à mão.

O descalabro.

Se no primeiro tempo, estes departamentos do jogo não foram vistos na exibição da selecção portuguesa, o pior haveria de vir no 2º tempo.

Com algumas alterações nas linhas recuadas da selecção, Frederico Sousa tentou colocar alguma paciência na organização do jogo ofensivo de Portugal com as 3 substituições ao intervalo. Das substituições resultou por exemplo a passagem de Pedro Leal de centro para a sua posição de origem a médio de formação. Nuno Penha e Costa entrou para 15 e Francisco Appletton entrou para o lugar do lesionado Miguel Leal.

Os primeiros 5 minutos da 2ª parte mascararam bem aquilo que veio a ser o compto geral dos 40 minutos. A selecção teve mais tempo com bola, mais paciencia para organização de fases e mais posse terrotorial. Muita batalha no meio-campo canadiano. Portugal perde a bola e o 6 canadiano Moonlight consegue receber bem um pontapé para as costas da defensiva portuguesa. É Vasco Uva quem o placa e quem evita o ensaio canadiano. Contudo, a aceleração do asa canadiano é superior à dos jogadores portugueses que se encontram nas imediações. Moonlight não consegue dar sequência à jogada e passa para a frente. Ficou a sensação que o ensaio canadiano ficou muito perto. Valeu Vasco Uva.

Aos 7″ falta portuguesa na introdução por derrube da melée, garante a pritchard mais um pontapé de penalidade facil em zona central dentro dos 22″. Pritchard converte e coloca o jogo em 3-28. Portugal entra melhor mas é o canadá quem aproveita todas as oportunidades de somar pontos.

11″ – O ponta canadiano Taylor Periss passa por um molho de jogadores portugueses (sem que alguém esboçasse uma placagem) e entra dentro dos 22″ onde é placado por Vasco Uva. Os canadianos colocam a bola perto da linha de ensaios mas acabam por perdê-la com uma grande intervenção ao pé de Erick dos Santos. O jogador de 20 anos do Biarritz (1ª liga francesa) parece um jogador de outro nível Na sequencia da jogada, o ponta Taylor Periss faz uma investida à mão e arruma 3 jogadores portugueses com alguns sidesteps até à linha de ensaio fazendo o 3-33. Com um pontapé facil dentro dos 22 em zona central James Pritchard eleva a conta pessoal e coloca o jogo num frustrante 3-35. Pritchard consegue o seu 25º ponto.

Os ensaios sucederam-se até ao resultado final de 8-52. – 22″ apareceu a melhor jogada do desafio para a selecção portuguesa que ali conseguiu sacar o seu ensaio de honra no meio do pesadelo tortuoso que foi o test-match contra os canadianos. Grande incursão de Vasco Uva que embalado no meio campo pelo canal central e depois de escapar a tres placagens transmite para o centro Pedro Avila que, com um hand-off afasta um jogador canadiano e marca o primeiro ensaio para Portugal. Pedro Leal não consegue converter o ensaio. 8-42 no marcador. Bom prémio para o esforço leonino de Vasco Uva, o unico jogador que conseguiu furar a bem armada defensiva canadiana e para Pedro Ávila, em conjunto com o mítico capitão nacional nunca se conformou com a péssima exibição dos seus colegas.
8-52 para os canadianos numa exibição muito triste da selecção nacional. Frederico Sousa afirmou no final à Sporttv que estes jovens vem de campeonatos pouco competitivos necessitando de evoluir com mais competição contra selecções deste nível, pelo que, não se pode esperar que estes jovens consigam jogar ao nível de selecções como o Canadá de um dia para o outro. Estas declarações a meu ver são, mais uma vez, indicadoras do puro contrasenso que acima afirmei em relação ao jogo que a selecção foi fazer a São Paulo. Sinceramente, creio que mais valia ter aproveitado bem esta janela para dar ritmo internacional a estes jovens atletas, coisa que não se vai adquirir contra uma selecção que não é mais forte do que qualquer selecção do Grupo C do Torneio Europeu das Nações. Mal por mal mais valia termos feito um jogo contra a selecção espanhola.