Sondagem #4

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Na pole em que tentámos saber as apostas dos nossos leitores para a vitória na presente edição da Champions, após o apuramento de 42 votos, o campeão europeu em título Bayern de Munique foi a equipa mais votada com 14 votos. Os bávaros superaram o Real Madrid com 12 votos e o Barcelona com 4. PSG e Chelsea recolheram 3 votos, o Atlético de Madrid de Simeone 2, e várias equipas (as de Manchester, o Galatasaray e o Schalke 04 recolheram 1; decerto que o Schalke não sairá vencedor depois de ter sido esmagado em casa pelo Real Madrid por claros 6-1). Olympiacos (tem tudo para eliminar o United) Milan, Dortmund (apuramento praticamente garantido) Arsenal, Bayer Leverkusen e Zenit não tiveram qualquer voto.

Dentro de minutos serão colocadas duas novas polls.

Champions #11

Estádio Petrovsky em S. Petersburgo, a equipa da casa o Zenit efrenta o Dortmund na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos campeões, jogo que à partida estaria facilitado para o Borrussia visto que beneficia nesta altura de mais ritmo competitivo do que o Zenit (o campeonato russo encontra-se na paragem de Inverno desde Dezembro até Março).

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Como já tínhamos previsto aqui o Dortmund estava em clara de posição de vir da Rússia com o passaporte aos quartos de final carimbado e sem precisar de suar muito (diga-se que o frio também não deixou que tal acontecesse) e nem o facto de estar privado de jogadores tão importantes como Hummels (está a regressar de lesão), Kuba, Bender e Subotic por exemplo, fez com que o óbvio se tornasse inesperado. Diria que dado os recentes resultados desta equipa, esta eliminatória com o Zenit calhou tão em graça como as luvas e snoods usados pelos jogadores para combater o frio russo. Do lado do Zenit baixas importantes de Danny e Ansaldi, dos portugueses apenas em campo Luís Neto que podia ter feito melhor jogo, mas não se pode pedir muito de uma equipa desorganizada e onde os processos se tornam tudo menos fáceis, parecendo (ou mostrando realmente) que o valor dos milhões não faz um plantel de qualidade e capaz de exercer bom futebol, capaz de lutar por algo mais que uma passagem à tangente num grupo dos mais fracos da Liga dos Campeões dos últimos anos.

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Do jogo em si, apesar de pouco apelativo foi bem dominado pelo Dortmund, o facto de ter entrado praticamente a ganhar com uma entrada desenfreada que culminou aos 4′ com Mkhitaryan a dar a vantagem depois de uma boa insistência de Reus (o passe de Lewandowski é simplesmente divinal a servir o camisola 11) a desmontar toda a defesa dos russos e já em esforço a evitar cair na tentação de ganhar o penalty e oferecer de bandeja ao colega a jogada e aos 5′ o mesmo Reus ter dilatado o resultado colocando o Dortmund definitivamente lançado para a vitória, ajudou bastante a que no fim houvesse motivos para Klopp poder saltar e sorrir de alegria no banco de suplentes. Depois disto a tarefa descomplicou e os alemães apenas precisaram de controlar, entregaram a bola ao adversário que tinha de chegar à frente e assumir o jogo se queria inverter a eliminatória e limitaram-se a ter rasgos de genialidade dos mais talentosos, conseguindo um caudal ofensivo a espaços, mas sempre bastante perigoso.

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No segundo tempo mais do mesmo, mas o Zenit pareceu ligeiramente mais revitalizado, assumiu mais ainda o jogo e lá conseguiu complicar a vida a Friedrich, Schmelzer e Papasthopoulos que se viram e desejaram nalgumas jogadas protagonizadas por Shatov que acabaria por marcar na sequência de uma jogada de insistência e algo estranha, com bastantes ressaltos e que acabou por relançar um pouco o jogo, no entanto por pouco tempo, porque pouco depois o inevitável Lewandowski acabou por aparecer e fazer o habitual, marcar um bom golo, mais uma vez a municiar o avançado esteve Reus, sempre bastante activo na frente, a criar e oferecer bastantes bolas de golo o que lhe valeu mesmo o título de melhor em campo no fim do jogo. Mas o jogo ainda tentou relançar-se quando aos 67′ o árbitro de baliza desencantou uma penalidade sobre Hulk, que chamado a marcar converteu ao seu estilo, forte, preciso e sem hipótese para Weidenfeller, mas mais uma vez não foi suficiente e aos 70′ novamente os suspeitos do costume, a dupla Reus – Lewandowski, com o primeiro a desnortear a defensiva do Zenit para que o Polaco simplesmente pudesse bisar e fechar o encontro. Depois disto a imagem que vi na SkySports Alemã foi simplesmente a de Luís Neto a reclamar com os seus colegas de defesa e logo de seguida o desnorte de Spalletti que é simplesmente demasiado passivo e banal para conseguir fazer algo de uma equipa que até tem boas pedras para compor um onze de respeito e  com qualidade capaz de se bater com as grandes equipas, no entanto o italiano é claramente curto em sabedoria futebolistica para chegar a tanto.

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Resultado fechado e no fim ressalta o que já prevíamos derrota do Zenit e a eliminatória praticamente arrumada, em Dortmund nem dois Hulks chegam para sair de lá o Zenit apurado para os quartos, mas isto sou eu a antecipar coisas que podem não acontecer!

Da Champions #12

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enquanto o Simões escreve o #11 e o #13 (Olympiacos vs Manchester United) está a caminho… fiquem com a preciosidade do dia. O Paulo Fonseca abriu o precedente, o Hulk capitalizou. A ganhar jogos tão importantes em tão curto espaço de tempo (2-0 na Quarta em Londres, 2-2 na quinta no Porto, 4-0 no domingo em Moenchagladbach e ontem 4-2 em São Petersburgo) não me admiro nada se forem bicampeões europeus.

Pré-Champions

Hoje o cartaz traz-nos um Zenit – Dortmund e logo de seguida um Olimpyacos – Manchester United.

Zenit – Dortmund

Diria de antemão que o Dortmund teria tudo a seu favor para passar a eliminatória com relativa facilidade e digo relativa apenas e só devido às ausências forçadas a que Jurgen Klopp se vê obrigado. Kuba, Gundogan e Subotic são peças fulcrais que têm estado lesionados e a juntar a estes há os problemas com Reus, e Bender que no último jogo com o Hamburgo sofreu uma rotura no músculo da virilha o que lhe garante uma ausência até final de Abril. Por outro lado o Zenit está sem competir a alto nível desde 6 de Dezembro, quando jogou o último jogo para o campeonato Russo, desde essa data que apenas jogou jogos amigáveis (torneios no Qatar, Israel e Turquia) devido à paragem de Inverno do campeonato Russo. Além disso o Zenit não é equipa com tradição na Liga dos Campeões e o melhor resultado que obteve foi mesmo o alcance dos oitavos de final frente ao Benfica em 2011/2012. Como se isto não bastasse o Zenit vê-se também privado de Danny e Ansaldi lesionados e Shirokov ainda estava em dúvida devido a problemas num calcanhar. O único ponto que o Zenit pode ter a seu favor, eventualmente serão os maus resultados dos alemães, especialmente esta última derrota frente ao Hamburgo (3-0), ainda assim reforço a ideia que prevejo que o Dortmund tenha uma tarefa complicada na Rússia, mas que a resolva com alguma facilidade dado o nível e ritmo da equipa serem outros que este Zenit não tem.

Olympiakos – Manchester

Este é um jogo que pode dar algum espectáculo e qualquer resultado dos três possíveis, mas sinceramente acho que o que vai acontecer será um empate entre as duas equipas. O Olympiacos em casa é uma equipa bastante forte não só no campeonato, mas também nas competições europeias e o Manchester United como todos têm assitido este ano não está  propriamente a jogar ao nível que o nome exige. Sendo uma deslocação difícil e dado o estatuto dos ingleses acredito mais num empate que numa vitória de qualquer das equipas, no entanto até aos 90 minutos não digo que o jogo não possa pender para qualquer um dos lados. Ambas as equipas vêm de vitórias fora para o campeonato que acabam por ser um factor de motivação para os jogadores (apesar de para o Olympiacos já ser um habitué ganhar quase sempre e bem). Um dado curioso é que Manchester e Olympiacos já se cruzaram quatro vezes anteriormente e Ryan Giggs esteve presente em todas, contribuindo com 3 golos que ajudaram sempre à vitória do Manchester United.

Sorteio Champions

Criam-se situações para tudo nos dias que correm. O canal do city mostra-nos a reacção dos jogadores do City ao sorteio da Champions.

1. Manchester City vs Barcelona é em conjunto com o Bayern de Munique vs Arsenal um dos jogos cabeça de cartaz dos oitavos de final. 4 equipas com aspirações. O City chega pela primeira vez aos oitavos-de-final da prova. Depois de duas experiências falhadas na maior prova da UEFA (dois 3ºs lugares e consequente repiscagem para a Liga Europa, onde não conseguiu atingir os quartos-de-final; uma das eliminações ocorreu naquele jogo fantástico que o Sporting de Sá Pinto fez no City of Manchester) o City conseguiu acabar com o enguiço da fase de grupos e os milhões imperaram. Pellegrini está a fazer um grande trabalho no City (assim como o fez em Madrid ao contrário do que todos os pseudo-experts de bola afirmam; perdeu o campenato mas foi até agora o treinador que obteve a maior pontuação dos merengues na Liga) e o futebol de ataque protagonizado pela equipa de Manchester levou a que incomodasse o imperioso Bayern no Allianz Arena. Aos 11″ o Bayern vencia por 2-0 e Ribery dava espectáculo. Vindos de uma fantástica goleada por 7-0 ao Werder Bremen para a Bundesliga suspeitava-se nessa hora que os bávaros iriam arrancar para mais uma goleada. Pé ante pé (com uma exibição enorme de Fernandinho) os homens de Pellegrini conseguiram fazer o que os clubes alemães não fazem há 40 jogos para a Bundesliga: vencer no terreno do fantástico Bayern, cada vez mais cunhado na toada de Guardiola: uma equipa que entra a matar, constrói uma vantagem segura nos primeiros 25 minutos de jogo e depois retira qualquer oportunidade de reacção ao adversário a partir de um jogo de posse e circulação de bola. A única diferença que vislumbro deste Bayern em relação ao Barcelona de Guardiola é a fome insaciável de golos que Arjen Robben e companhia têm mesmo a ganhar. Pela frente, os homens de Pellegrini terão o Barcelona de Tata Martino. O argentino tem cunhado algumas diferenças no estilo de jogo da equipa em relação ao que era apresentado pelos seus antecessores. A essência de Guardiola continua lá mas foi alterada por Martino. O fio de jogo continua lá: os desiquílibrios pelo miolo de Messi (e Neymar pelo flanco esquerdo), a constante subida dos laterais ao último terço do terreno, a infindável posse de Xavi e Iniesta, o rigor táctico de Busquets no equilíbrio da equipa e a figura de Alexis como um avançado móvel trabalhador não-finalizador. Contudo, Martino incutiu mais objectividade na equipa e ao contrário de Guardiola e Villanova, esta não fecha a loja quando se encontra a vencer por 2 ou 3-0.

Prevê-se um duelo muito renhido. Messi pode não alinhar na eliminatória ou alinhar em péssimas condições de forma em virtude da lesão que está a tratar na Argentina com o staff médico da sua selecção. Neymar está a subir imenso de rendimento e assume-se como o patrão de equipa na ausência do astro argentino. O City poderá repetir em Nou Camp a façanha cometida no Allianz Arena, sendo portanto expectável uma eliminatória em que qualquer equipa poderá vencer fora de portas.

Bayern e Arsenal encontrar-se-ão no final de Fevereiro. Sobre a equipa de Guardiola existe pouco a dizer. A equipa de Wènger tem agora nos próximos dias o seu maior teste: passar o boxing day na liderança. Em situações normais, com o Arsenal em 3º ou 4º o boxing day costuma ser muito difícil para a equipa de Wènger. Na liderança, será um teste de fogo às capacidades internas deste Arsenal que faz da criatividade dos homens do meio-campo (Wilshere, Ramsey, Ozil) o seu forte. Se o Arsenal passar o infernal calendário do natal sem derrotas, estou certo que chegará a Fevereiro com todas as possibilidades de vender muito cara a eliminatória à equipa bávara.

Noutro vértice temos os duelos entre Atlético de Madrid e Milan. Madrilenos e milaneses irão encontrar-se em Fevereiro para uma eliminatória com conteúdos interessantes. Duas épocas completamente distintas, com objectivos iniciais completamente distintos. Apesar do Atlético ter o objectivo de se posicionar a meio da luta de titãs que tem caracterizado a liga espanhola nos últimos 10 anos, se vendessem a Simeone a conjectura actual interna e externa do Atleti, estou certo que o Argentino seria capaz de a comprar no imediato a pronto pagamento. Allegri vai vivendo dias de amargura no seu desesperável Milan. Com um pé fora do clube dia sim dia não, com um plantel desiquilibradíssimo, com resultados muito fracos a nível interno e um apuramento europeu arrancado a ferros (ou melhor, com um empate em amesterdão resultante de um penalti assinalado num lance em que a falta pertence a Mario Balotelli) o treinador italiano aguarda apenas o momento em que Barbara Berlusconi receba a tão esperada ordem do seu pai para passar o cheque de indeminização por despedimento. O que de certa forma é injusto para um treinador cuja direcção prometeu uma reestruturação total ao plantel na época passada e não cumpriu. Ainda para mais quando Allegri cumpriu os objectivos traçados pela direcção na época passada, época essa em que a direcção milanese decidiu estoirar por completo com o plantel da sua equipa com a venda dos melhores jogadores (Zlatan e Thiago Silva num primeiro momento e Kevin Prince Boateng num segundo já no passado defeso).

Carga positiva. Dois estilos que tem alguns traços em comum. O cinismo catenacciano da equipa de Simeone, assimilado talvez nos anos em que o Argentino jogou na Lázio. Uma defesa extremamente organizada, eficaz. Alessandro Nesta revestido de Diego Godín. Favalli num certinho Felipe Luis que só não é titular na selecção do seu país porque do outro lado, junto à Plaza Cibelles mora o melhor lateral-esquerdo do mundo, Marcelo. Koke na pele de Sérgio Conceição. Gabi, o cérebro. Arda Turan, o homem que sabe tudo sobre bola a lembrar os bons tempos de Dejan Stankovic. Diego Costa, o target-man, a fazer talvez, aquela, que será lembrada como a sua melhor época no futebol. O Atleti é uma equipa que defende com 10 homens, raramente se desorganiza, raramente deixa jogar, e, cuja organização nunca seja posta em causa no poderíssimo contragolpe que possuí, quase sempre efectuado com poucos homens.

O Milan de Allegri também funciona nesses moldes. Uma equipa de pendor defensivo, com um meio-campo muito musculado (De Jong, Muntari, Nocerino) e com um ataque vocacionado para o contra-ataque: Kaká, Robinho e Balotelli. Menor organização defensiva do que a demonstrada pelo Atlético, mais instabilidade, probabilidade de existirem mudanças drásticas em Janeiro. O Atlético parte com maior favoritismo para a eliminatória mas precisa de ter cautela: este mesmo Milan causou calafrios ao Barcelona na mesma fase da edição passada, com uma “allegri” vitória em San Siro e um jogo interessante em Nou Camp onde esteve muito perto de selar passagem para a fase seguinte não fosse um fatídico minuto mudar toda a sua sorte com uma bola no poste de Mbaye Niang depois de uma cavalgada rusticana do francês de campo a campo sequenciada por um golo de Messi que na altura fez o 2-0 e empatou a eliminatória. Num jogo a eliminar contra uma equipa italiana, nunca fiando. Simeone sabe-o perfeitamente por experiência própria.

O mesmo se aplica a Mourinho no excitante Chelsea vs Galatasaray. Treinador italiano, jogadores com milhões de km de champions que se dão bem no contra-ataque (Eboué, Sneijder, Drogba, Altintop), um jovem sedento de títulos (Bruma) e um amoroso brasileiro de nome Felipe Melo a distribuir cacete quanto baste no meio campo. Contra a Juventus provou-se a filosofia deste novo Galatasaray: mais italianos que os caralhos dos italianos!

Mourinho baixou as espectativas. Afirmou recentemente que muito dificilmente será capaz de vencer um título esta época. Mais uma vez jogou de forma inteligente. Mourinho sabe que num dia sim de Hazard e Schurrle é capaz de se bater taco-a-taco contra quem vier. No entanto, recordou que está a formar uma equipa. É certo que quando Mou precisar do velho bastião blue (Terry, Lampard, Obi Mikel, Ashley Cole, John Obi Mikel, Michael Essien) este virá em seu auxílio. Mourinho tem a vantagem de conhecer o outro lado por dentro e por fora visto que conduziu os 2 principais jogadores da equipa turca à glória noutras batalhas da sua carreira.

Trigo limpo farinha amparo.

PSG vs Bayer Leverkusen. O mundo lembrou-se subitamente de Kiessling. Joachim Low lembrou-se subitamente de Kiessling. Gonzalo Castro é um jogador apetitoso e tornou-se cobiçado por meia europa e Lars Bender passou a ser o mais bonito dos gémeos Bender. Tretas. Icy est Paris. Laurent Blanc arrebenta com todas as escalas e avança com o objectivo Lisboa. Para os “veteranos” Zlatan, Thiago Silva, Maxwell, Lavezzi, Thiago Motta poderá ser a última vez na carreira que reunem toda a química necessária para escrever uma página nunca antes escrita na equipa parisiense e nas suas carreiras. Os novos como Cavani. Matuidi, “Pirlo Son” Marco Verrati, Gregory Van Der Wiel, Lucas Moura, Rabiot, Digne tem aqui a sua oportunidade de ouro. Prevejo uma eliminatória resolvida de forma fácil no jogo de Paris.

Real Madrid vs Schalke. Idem.

Borussia de Dortmund vs Zenit. A jogar como jogou na fase de grupos, Spaletti arrisca-se a levar uma copiosa humilhação na eliminatória. Sem estar o Dortmund a fazer uma época primordiosa. Se Hulk sair em Janeiro como se fala, com Shirokov lesionado e Danny arredado das escolhas por ofensas verbais ao lunático italiano, será uma porca miseria.

Da Champions #5

Confesso que fiquei com alguma pena deste resultado do FCP.

1. É dado assente que a equipa não está a produzir o futebol a que nos habituamos a ver no clube. Falta muita coisa a este Porto para ser o grande Porto. À cabeça, faltam extremos que sejam capazes de produzir jogo para o ponta-de-lança que a equipa dispõe. Quando os grandes extremos do Porto (ainda ontem se viu pelas constantes subidas de Danilo e Alex Sandro) são os laterais, penso que está tudo dito quanto a esta questão. Daí advém o facto de Paulo Fonseca ser (quase) obrigado a colocar Josué numa das alas. Mais uma vez viu-se que o médio do Porto sempre que pode foge para o centro, posição do terreno onde se sente mais confortável. As más decisões de Paulo Fonseca derivam desse problema: para se jogar em 4x3x3 é necessário que se disponha de dois extremos com qualidade de 1×1 e cruzamento, matéria que Fonseca não dispõe. Necessita de um bom 8, posição para a qual Fonseca tem matéria-prima em abundância (Josué e Lucho) e de um 10 desiquilibrador pelo miolo, posição que no futuro sei que irá ser ocupada pelo jovem Quintero, ainda tenrinho para estas andanças.

2. Por esclarecer continuam as posições e tarefas que Herrera e Defour deverão ter no terreno. O mexicano já jogou ao lado de Fernando contra o Zenit no Dragão e deu-se mal. Fonseca avançou-o ligeiramente no terreno e o mexicano tarda em pegar de estaca. Enquanto João Moutinho tinha a facilidade de, ofensivamente, pautar todo o jogo do Porto e defensivamente formar o primeiro bloco de pressão\oposição à equipa adversária, o mexicano passa jogos atrás da bola sem conseguir acertar com um opositor e quando tem bola não tem qualquer tipo de rasgo ou capacidade de construir jogo.

Quanto ao Belga, tanto Vitor Pereira como o seu sucessor tentaram (sem exito) recuar o médio. Já foi 6, já foi 10, já foi ala no lado direito e ainda não foi aquilo que era no Standard de Liège: um 6 puro, um jogador para jogar ao lado de Fernando, um médio de trabalho que também é versátil ao ponto de se incorporar no plano ofensivo e ter bola nos pés.

3. Custou-me ainda mais ver a eliminação do Porto sabendo que o Áustria de Viena estava a golear o Zenit. Este Zenit foi sem sombra de dúvidas, o elo mais fraco deste grupo. Vi 5 jogos dos russos. É uma equipa sem fio de jogo num tosco 3x5x2 onde poucos se salvam. As excepções à regra são Hulk, Danny, Kerzhakov, Shirokov, Ansaldi e Lombaerts. Resumidamente, é uma equipa que, na ausência de Shirokov (o maestro de orquestra) e Danny (um dos afinadores dos instrumentos) apenas consegue tocar música para Hulk. Prova disso foram os 3 jogos caseiros que realizaram. Tanto contra o Áustria, como contra Atlético e Porto, a equipa virou-se sistematicamente para Hulk e passou o jogo a endossar bolas para o brasileiro resolver. A espaços apareceu o perigoso Arshavin no contra-golpe (contra o Atlético por exemplo) mas, o internacional russo, já não é jogador para estas andanças.

4. Voltando ao jogo de Madrid. 4 bolas na barra é dose. Danilo e Alex Sandro galgaram quilómetros mas Jackson nunca se conseguiu superiorizar aos centrais do Atlético. Josué meteu pena. Principalmente na primeira-parte quando derivou quase sempre para o miolo. Não coloco sequer a questão do penalty porque foi bem defendido por Aranzubia. Licá continua uma lástima. Mais um erro de Fonseca. Na esquerda não rende. Os centrais do Porto estão por deveras intranquilos. Mangala continua a perder imensas bolas em zona proibida. Do outro lado, vimos aquilo que se esperava: a equipa de operários de Simeone, a defender num bloco muito baixo, com uma agressividade muito acima da média, de forma eficaz e a sair em contra-ataque sempre que possível de forma cautelosa com poucas unidades, sempre à procura do target-man Diego Costa. A equipa que apanhar o Atlético na próxima fase terá que deixar sangue e suor no campo para eliminar esta fantástica equipa de Simeone.

5. In and Out –

In – O médio Oliver Torres. Já o tinha visto nos minutos que jogou no Petrovski. Irá ser (sem peneiras) o próximo Jogador Espanhol. Aos 17 anos já é habituée dos sub-21 espanhóis. Grande técnica individual.

Out – David Villa. Gordo. Pachorrento. Maçado por lesões. Não é nem por sombras o agressivo e incisivo Villa que conhecemos no auge da carreira.

6. Por último, o Áustria de Viena. Estes austríacos estrearam-se na versão moderna da Champions com boas exibições. Melhores que a do Zenit na minha opinião. Bateram-se taco-a-taco contra Porto e Zenit, fazendo das suas tripas coração. Muito limitados no plano técnico, procuraram um jogo directo para o seu ponta-de-lança Hosiner. Lá na frente, este austríaco descendente de pais croatas deu água pela barba a todos os centrais das equipas adversárias. Rápido, bom de bola e bom finalizador. Tem 24 anos e pelo que estive a pesquisar está em carreira ascendente (começou na 2ª equipa do TSV Munique 1860 e desde aí passou pelo Sandhausen da 3ª liga alemã que o catapultou para a Liga Austríaca, onde alinhou durante 2 anos no First Vienna e no Admira Wacker antes de chegar no verão de 2012 ao Áustria). Leva 35 golos em 44 jogos pelo Áustria nesta época e um terço vá. Antes disso já tinha apontado 28 pelo First Viena\Admira Wacker. É jogador para equipas de gama média alta do futebol europeu.

7. Já que estamos a falar de austríacos – Li algures na imprensa desportiva que o “Porto necessita de um jogador em Janeiro que pegue de estaca como pegou por exemplo Marco Janko” – já não me lembro se li isto na Bola ou no Record de ontem. Se Marco Janko pegou de estaca no Porto de 2011\2012 vou aqui e já venho. Tanto pegou de estaca que foi logo despachado no verão seguinte.

Se quisesse embarcar nas habituais teorias da conspiração, diria que este golo foi a mais pura retaliação da Gazprom às acções activistas que a Greenpeace está a levar a cabo no palco mediático da Champions contra a empresa russa. Sem menosprezo do grande jogo que me parece ter feito o Schalke pelos resumos que vi da partida.

Escrevi aqui há uns tempos que Platini largou a ideia de se gravarem as conversas dos 5 árbitros durante os jogos da Champions. Fico espantado como 5 almas não viram tantos jogadores do Schalke 04 acampados aquando do passe, onde se incluía obviamente o teuto-camaronês Joel Matip. Mais uma decisão de arbitragem (europeia) que deixa a desejar e que silenciou por completo qualquer resposta que o Basileia poderia dar na partida para evitar a passagem dos alemães aos oitavos-de-final. Pelos jogos que o Basileia fez na fase de grupos, em particular os dois contra o Chelsea, bem que mereceu o apuramento. Contudo, o Basileia também se deve queixar da miséria exibicional que teve nos jogos contra o Steaua de Bucareste.

A pergunta prévia para iniciar a escrita sobre este jogo é: quantas vezes viste uma equipa fazer 12 pontos na Champions e ser eliminada? Ontem, abordou-se o caso do Benfica com 10. 5 tinham sido as equipas a serem eliminadas com esse número de pontos desde 1997. A essas 5 juntou-se a equipa portuguesa e o Napoli que até fez mais 2.

San Paolo ferveu. Gritou-se mil vezes o nome de Gonzalo Higuaín quando o Argentino inaugurou o marcador aos 74″ com uma rotação de mestre. Outras 500 no espectacular chapelão de Callejón quando tudo já estava decidido a favor dos Gunners e do Borussia de Dortmund. Tarde demais. Se o espanhol tivesse feito o 2-o a 10 minutos do fim, iria ser o diabo para Wènger e seus pares. Ou saíriam eliminados de Napoli ou no mínimo saíriam esfolados pelos colossais adeptos tiffosi que nunca se calaram durante todo o jogo e no final da partida aplaudiram de pé o esforço dos seus rapazes. Não é para menos: este Napoli de Benitez pode não ganhar nada mas joga à bola que se farta.

Digam o que disserem, tanto Higuaín como Callejón têm espaço na equipa do Real Madrid. Um é de caretas melhor que um certo chuta cocos de nome Karim Benzema. O outro já fez mais em Napoli em 3 meses do que o que Gareth Bale irá fazer em toda a época em Madrid. A dispensa de Callejón se pode entender (como podemos vislumbrar nas exibições do espanhol em Napoli) se atendermos que é um jogador que se dá bem a jogar em contra-ataque. Contudo, também deverei dizer que o extremo espanhol sempre que saía do banco na era Mourinho molhava a sopa! Se o Napoli tiver capacidade para os segurar arrisca-se a ter um futuro ainda mais risonho do que o que tem. Se não os segurar, estou seguro que tanto um como o outro rapidamente estarão num grande italiano e o Inter aparece-me à cabeça como o principal interessado nestes dois quando voltar a ter um mega projecto.

Existem equipas cuja linha estratégica compreendo, outras não. O Real Madrid pertence ao clube daqueles que não percebo. Existem vários exemplos disso no passado: o Luis Enrique que mais tarde seria símbolo do rival Barça, o Steve McManaman que deu um título europeu ao clube antes de ser encostado no início da era dos galáticos (nunca mais conseguiria jogar ao mais alto nível) ao Eclipse das passagens de Arjen Robben e Wesley Sneijder em Madrid, jogadores que anos mais tarde foram obreiros nos títulos europeus de Bayern de Munique e Inter de Milão. Isto sem falar de inúmeros casos de jogadores muito pouco aproveitados na sua estadia em Madrid como Klaas-Jan Huntelaar, Roberto Soldado, Borja Valero, Antonio Cassano, Juan Manuel Jurado, Esteban Cambiasso, Juanfran, Javi Garcia – só na última década – senhores cuja saída de Madrid trouxe o seu melhor futebol e cujos exitos desportivos noutras equipas são bem conhecidos. Resumindo e concluíndo: o dinheiro deu para tudo e se existe clube onde o dinheiro é o factor primordial para fazer uma estratégia e não uma condicionante da estratégia que se pretende levar a cabo, esse clube é o Real Madrid.

Voltando ao jogo. Final dramático no San Paolo. Higuaín agarrou-se à camisola e chorou copiosamente durante minutos numa cena comovente que deverá ter agradado e muito aos fervorosos adeptos do clube Napolitano. O Dortmund venceu em Marselha e ganhou um novo balão de oxigénio numa altura da época em que bem precisava depois das derrotas contra o Bayern de Munique e Bayer de Leverkusen. Grupo que se previa muito equilibrado e que terminou muito equilibrado. Futebol de muita qualidade, principalmente nos jogos entre Dortmund e Napoli. Os Napolitanos são um dos principais contenders à vitória da Liga Europa.

Quid Iuris?

A lesão de Sami Khédira no jogo amigável que opôs a selecção alemã à selecção italiana veio levantar novamente a questão da utilização de jogadores pelas suas selecções e as respectivas compensações a serem pagas aos clubes pelas federações.

O jogador alemão, segundo indicam os primeiros cenários, poderá estar lesionado cerca de 6 meses, não estando certa a sua participação no Mundial do Brasil. A lesão do atleta é exactamente a mesma que já o afastou do mundial da África do Sul.

Nos últimos anos temos assistido a vários episódios semelhantes ao que aconteceu ontem com o jogador do Real Madrid. Rapidamente, os clubes levaram para o campo da discussão a hipótese das federações pagarem compensações por lesões ocorridas ao serviço das selecções nacionais visto que algumas seguradoras recusaram a pagar a compensação salarial do jogador no tempo fora dos relvados pelo facto da lesão ter ocorrido fora do clube, logo, fora do posto de trabalho do atleta. E não só. A própria UEFA (em conjunto com a Associação Europeia de Clubes de Futebol) já prevê um mecânismo de compensação aos clubes, pago pelas federações nacionais que contempla uma parcela do salário auferido pelo jogador em relação aos dias de estágio nas selecções. Nos últimos anos, foram muitas as vozes vindas dos clubes que reclamaram o pagamento de uma compensação salarial advinda da perda do usufruto sobre os jogadores derivado de lesões ocorridas em jogos internacionais. Basta ver aqui quando o Sion pediu uma compensação à UEFA e à FIFA pela lesão do médio sérvio Dragan Mrdja, ou aqui, quando o Milan pediu compensação pela lesão do Norte-Americano Oguchi Oneywu, ou aqui, quando o Atlético de Madrid pediu uma compensação pela lesão do Argentino Maxi Rodriguez ao serviço da Selecção Argentina. A questão evoluiu para outros nível de discussão quando, por exemplo, aqui, em 2012, a Argentina e o Brasil disputaram dois amigáveis (o Superclássico das Américas; apenas foram convocados jogadores a actuar nos respectivos campeonatos dos dois países), amigáveis que ocorreram fora das janelas de jogos internacionais destacadas pela FIFA e que como tal levaram a que esta, assim como a COMNEBOL não se responsabilizasse por qualquer acontecimento decorrido nas partidas.

Sendo o médio defensivo titular do Real Madrid, aquirida tenho a opinião que a lesão de Khédira irá representar muito mais do que dano financeiro ao Real Madrid. A sua lesão representa uma perda de efectividade para a equipa, trabalho dispendido pelo seu treinador na construção da equipa, trabalho esse que agora terá de ser repensado ou reconstruído com outro jogador, novas rotinas de jogo para os seus colegas e, noutro plano, a hipótese do jogador voltar a falhar um mundial, facto que poderia interessar ao clube para poder, em caso de boa prestação do atleta na prova e na existência de uma boa proposta, vender o jogador a outro clube. Todos sabemos que se existe prova que valoriza imenso um jogador é a participação num campeonato do mundo. Financeiramente, se Khédira cumprir 6 meses de lesão, o Real Madrid perderá cerca de 3 milhões de euros visto que o Alemão tem um salário a rondar os 500 mil euros mensais.

A FIFA já aprovou (e já colocou em vigor) num dos seus congressos em 2012, congresso realizado em Budapeste, um novo programa (FIFA Club Protection Programme) que prevê o pagamento de compensações aos clubes em caso de lesões dos atletas ao serviço das suas respectivas selecções. Contudo, o programa apenas prevê o pagamento de indeminizações em casos específicos, com um valor máximo de 20 mil euros diários durante 365 dias. Para além do mais, o fundo que o sustenta tem como valor máximo 75 milhões de dólares para 2 anos. Exemplificando:

– A FIFA só compensará os clubes quando os jogadores lesionados tenham a sua primeira lesão na área corporal afectada durante o trabalho nas selecções. Um jogador que se tenha lesionado uma vez num joelho (indiferentemente de ter sido no clube ou na selecção no período que antecedeu a entrada em vigor da regra) não será passível de poder ser exercido o direito de compensação. Khédira não é o caso.

– Estabelecendo um máximo de 20500 euros\diários de compensação por 365 dias de trabalho, a FIFA estabelece uma base máxima de compensação de 7482500 euros por ano a cada atleta. Se por exemplo, Cristiano Ronaldo, Messi, Yaya Touré ou todos os jogadores que actualmente auferem mais do que essa verba se lesionarem por 1 ano, esse valor não compensará as perdas financeiras dos clubes nos seus salários.

– O plafond máximo do programa é de 75 milhões de dólares para 2 anos civis. Em Dezembro de 2014, a FIFA poderá aumentar esse plafond depois de discutida e aprovado um novo plafond. Ou seja, bastará que meia dúzia de atletas de topo se lesione por um período de 6 meses a 1 ano para absorver maior parte do fundo gerado pelo organismo. Como a FIFA se responsabiliza por mais um milhar de jogos por ano entre selecções, acho a verba muito escassa.

Noutro prisma, aparecem as fraudes.

O Presidente Vladimir Putin assinou recentemente uma lei que limita o acesso de futebolistas a pensões por incapacidade física, depois de um escândalo em que jogadores lesionados tiveram acesso a metade do orçamento previsto pela Segurança Social Russa.
A Segurança Social Russa paga pensões correspondentes a uma percentagem do salário de um trabalho inválido ou doente. Acontece que em 2011, um dos principais responsáveis autorizou o pagamento de uma verba de 5,2 milhões de euros. As novas regras legisladas pelo governo ajudaram a travar esta fraude e impedem que grandes estrelas do futebol russo perfeitamente saudáveis e clubes peçam grandes somas de compensação por períodos de lesão. O limite mensal que os futebolistas russos poderão receber a partir de agora é de 4 vezes mais do que o desconto feito pelo futebolista para a entidade, afirmou fonte da Segurança Social Russa.
Em Outubro de 2012, o responsável máximo pelo fundo pagou subsídios controversos a jogadores do Zenit por incapacidade física. Um Senador Russo afirmou que uma clínica utilizada pelo clube para forjar atestados de incapacidade física já foi obrigada pelo Kremlin a restituir ao fundo da Segurança Social Russa um valor de aproximadamente 18 milhões de rublos, valor correspondente a dois atestados que a justiça russa acabou por provar como fraude.

Transpondo este caso por analogia para o futebol internacional, já existiu um caso semelhante envolvendo o internacional Costa-Riquenho do Olympiacos Joel Campbell – o Costa-Riquenho poderá ter simulado uma lesão no jogo que opôs a sua selecção à Selecção Mexicana no jogo da ronda de qualificação da CONCACAF entre estas duas selecções. O caso ainda está a ser investigado pela Comissão de Ética do Organismo.