A estreia da delegação na presente edição dos Jogos Olímpicos de Inverno acontece dentro de aproximadamente 4 horas e 45 minutos. A partir das 5 e meia da manhã, com transmissão em directo na Sporttv, a nossa atleta Camille Dias entra em pista para executar a primeira descida no Slalom Gigante. A Portuguesa irá esquiar com o dorsal 79.
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Jogos Olímpicos do futuro
Já há muito que percebemos que a presença assídua das redes sociais nas nossas vidas era algo que vinha para ficar, mas há sempre aquela velha máxima do “antes é que era bom” que insiste em descredibilizar e denegrir o facto de as usarmos para tudo e para nada.
E uma das melhores parte desta “modalidade”, que é a de usar as redes sociais como um diário (mais propriamente o Instagram), já chegou aos jogos olímpicos de inverno em Sochi, por obra dos atletas (nomeadamente os Estado Unidenses, Canadianos e Britânicos), que nos provam que a prática dessa modalidade pode ser bem empregue na medida em que a proximidade entre os atletas e o público que os acompanha aumenta.
É sempre porreiro poder ver a abertura dos Jogos Olímpicos da perspectiva de um atleta, partilhar a sensação a partir de uma imagem do preciso momento de início da prova ou até mesmo a sensação de ganhar uma medalha.
Aqui fica o Top 10 das melhores fotos dos Jogos Olímpicos:
Desportos de Inverno #7
Biatlo – Perseguição 12,5 km – 5 voltas ao circuito olímpico de 2,5 km cada uma, com uma passagem pela carreira de tipo (3 blocos na posição deitada e 2 blocos na posição em pé).
O Biatlo é uma modalidade muito peculiar quando analisada pelo prisma do comportamento cardio-pneumonológico dos atletas no acto competitivo. É uma das únicas modalidades no mundo, senão a única, em que os atletas correm vários quilómetros na neve sobre esquis com frequências cardíacas na ordem dos 180 batimentos por minuto, necessitando posteriormente de realizar apneia para poderem atirar 5 balas aos alvos colocados nas carreiras de tiro.
No sábado, já tinha escrito aqui que o veteraníssimo esquiador de 40 anos Olé Einar Bjorndalen tinha iniciado o seu percurso nos Jogos de Sochi com mais uma medalha de ouro, a 12ª da sua carreira. A vitória na prova de sprint individual (10 km) permitiu ao esquiador noruguês igualar o número de medalhas olímpicas ganhas pelo seu compatriota do cross-country Bjorn Daehli bem como partir na pole position para a prova de perseguição de 12,5 km, prova onde os esquiadores que participaram na prova individual partem com o handicap cronométrico acumulado para o vencedor na prova de sprint individual.
Apontado como o favorito a todas as medalhas em disputa na categoria, o francês Martin Fourcade, atleta que domina a Taça do Mundo nas últimas duas épocas, soldado do exercito francês de profissão, viu todas as voltas trocadas na primeira prova do evento. Com um modesto 6º lugar que o arredou do medalheiro, Fourcade teria que reagir obrigatoriamente nesta prova mesmo apesar dos 19 segundos de diferença para Ole Einar Bjorndalen na hora da partida. No Biatlo, as vantagens travam-se essencialmente na carreira de tiro visto que cada tiro falhado dos 25 que a prova contempla dão lugar a uma volta de penalização numa pista que se encontra perto da meta na distância de 150 metros, volta essa que demora entre 20 a 25 segundos a ser cumprida pelos esquiadores.
Se na prova de sprint individual, Martin Fourcade registou os mesmos tempos de esqui de Bjorndalen durante as 4 voltas, falhando imenso na carreira de tiro (facto que explicou o seu 6º lugar), na prova de perseguição, o francês deixou bem claro que não estava em Sochi para ver o ouro passar novamente diante dos seus olhos. Aproveitando uma queda de um atleta canadiano que ia na liderança à 2ª volta e 2 tiros falhados na carreira de tiro por Olé Einar Bjorndalen (passaria apenas na 5ª posição no final dos 5 km) Martin Fourcade assumiu a liderança e não mais a largou até final. Sem falhar um único tiro até ao final da prova, não deu qualquer hipótese ao austríaco Langertingen que, até à 4ª volta, não tinha falhado qualquer tiro e até se encontrava a realizar melhores tempos nos sectores de esqui que o francês. Na 4ª volta, o austríaco cometeu 2 erros nos 2 primeiros tiros e desperdiçou a oportunidade de chegar às medalhas.
Lá atrás, Olé Einar Bjorndalen ia fazendo pela vida para conseguir chegar à medalha de bronze. Com parciais de esqui fenomenais, saltou da 6ª para a 4ª posição (aproveitou também os dois tiros falhados por Langertingen que seria 6º na prova) e ainda tentou retirar o francês Jean Guillaume Beatrix do bronze para assim fazer história no olimpismo como o atleta mais medalhado de sempre. Acabaria por perder a oportunidade no sprint final. A medalha de prata foi para o checo Ondraj Moravec.
Speed Skating ou como quem diz Patinagem de Velocidade
Mais uma limpeza para a delegação Holandesa. Michel Mulder e Jan Smeekens realizaram uma final 100% holandesa, ficando o primeiro com o ouro e o segundo com a prata. O irmão gémeo de Michel, Ronald, conquistou o bronze frente ao Coreano Tae Bo.
Ontem – Saltos de Esqui
A prova olímpica nos saltos costuma trazer algumas surpresas. Há 12 anos atrás, nunca mais me esqueço do dia em que quase chorei com a derrota (e afastamento das medalhas) do alemão Sven Hannawald, o meu grande ídolo de então na prova de trampolim normal. Hannawald na altura rivalizava com o polaco Adam Malysz. Fazendo um salto espantoso na prova de Salt Lake City, o alemão saltou mais 11 metros que o seu rival na altura mas não conseguiu aterrar em condições e bateu com a bacia no chão. Os juris presentes atribuíram-lhe péssimas notas de estilo e o alemão foi 4º na prova. Foi a última vez que vimos o melhor Sven Hannawald.
Na prova de trampolim normal de Sochi torci por Noriaka Kasai, o japonês de 41 anos que evidenciei num dos últimos posts desta série. Kasai é o actual 3º classificado desta taça do mundo. Como anteriormente escrevi, dado o carácter imprevisível da prova, com um bocadinho de sorte Kasai até poderia sonhar com uma medalha. O desfecho da prova acabou ser tudo menos imprevisível. O polaco Kamil Stoch, líder da Taça do Mundo confirmou a excelente forma em que se encontra ao realizar os dois melhores saltos da competição (105.5m no primeiro salto e 103.5m no 2º), o esloveno Primoz Prezec (2º na Taça do Mundo) ganhou a prata e Anders Bardal, duplo medalhado em Vancouver, o noruguês que só gosta de aparecer nas olimpíadas (7º do ranking da Taça do Mundo 2013\2014) arrecadou o Bronze. A dormir na palhota ficaram novamente os saltadores da armada austríaca (Thomas Diethart foi 4º, Michael Hayboeck foi 5º, Gregor Schlienzauer foi apenas 11º e Thomas Morgenstern 14º) da alemã (Andreas Wellinger foi 6º enquanto Andreas Wank foi 10º).
Após um intensivo treino de 10 meses nos trampolins finlandeses, o regresso à variante de Janne Ahonen não foi o melhor. O saltador foi 29º (penúltimo lugar). Ahonen regressou pela 3ª vez à modalidade a pedido da Federação Finlandesa. A passar por tempos difíceis na formação de atletas, a federação finlandesa apresentou-se em Sochi com a comitiva mais fraca da sua história no que a saltos de esqui diz respeito. Para poder inscrever uma equipa na prova colectiva, teve que ir buscar o seu medalhado veterano. A ver vamos se este consegue fazer melhor na prova colectiva e no sky flying.
Desportos de Inverno #5
Desfile das delegações no Estádio Olímpico de Sochi:
Vladimir Putin e o secretário-geral da ONU Ban-Ki Moon aplaudem a entrada da delegação Russa.
A Jamaica volta a competir no Bobsleigh. A delegação Jamaicana foi recebida com uma enorme salva de palmas no Estádio Olímpico de Sochi.
A extensa comitiva Norte-Americana.
O porta-estandarte da comitiva Mexicana aos Jogos, o príncipe Hubertus Von Hohenlowe-Langenburg de 55 anos. O mexicano é o atleta mais velho presente nos Jogos. Irá competir pela 6ª vez nos Jogos Olímpicos no Slalom e Slalom Gigante.
A comitiva Alemã marcou a diferença pelas vestes usadas no desfile.
Comitiva do Irão.
A delegação portuguesa com Arthur Hanse como porta-estandarte. O esquiador fez questão de publicar na sua página de facebook o momento emocionante da recepção feita pela Organização à Comitiva Portuguesa na aldeia Olímpica.
3 anotamentos finais:
1. O 3º regresso à competição de Janne Ahonen.
O esquiador volta pela 3ª vez à competição nos Jogos Olímpicos de Sochi. Já o tinha feito em Vancouver 2010. Ahonen ainda tem a ténue esperança de ganhar uma medalha de ouro, a única que falta ao seu extenso currículo de 2 medalhas de prata (por equipas nos Jogos de Salt Lake City em 2002 e Turim em 2006) 5 medalhas de ouro em Mundiais, 8 medalhas de prata, 4 de bronze, 36 vitórias em etapas da Taça do Mundo e 2 vitórias na Classificação Geral da Taça do Mundo.
2. Noriaki Kasai e Takanobu Okabe
Noriaki Kasai.
Takanobu Okabe.
Exemplos de longevidade. O primeiro tem 41 anos, está na sua 7ª participação olímpica e já foi medalha de prata nos Jogos de Lillehammer em 1994. O segundo tem 43 anos e está na sua 8ª participação olímpica e já foi prata em Lillehammer na prova por equipas do trampolim longo e Ouro em Nagano na mesma prova. Irão competir nas provas individuais e nas provas por equipas. Nas provas individuais não serão candidatos às medalhas mas nas provas por equipas podem conseguir um resultado dentro das 5 primeiras, principalmente no trampolim longo, prova onde os Japoneses são grandes especialistas.
3. As “condições” em que decorrem os jogos.
Muito se tem escrito nos últimos dias sobre as condições oferecidas às comitivas na aldeia olímpica por parte da organização bem como sobre as ameaças que pendem sobre estes jogos.
Já não seria a primeira vez que um grupo deste calíbre aproveita um evento desportivo (tão mediático) para dar visibilidade à sua luta através do terror.
O próprio presidente Norte-Americano Barack Obama mostrou-se confiante quanto às medidas de segurança dispostas pelas autoridades russas.
Outras notícias afirmam as más condições existentes na cidade e na aldeia olímpica.
À TSF, o chefe da missão Portuguesa Pedro Farromba afirmou que as condições encontradas pela comitiva portuguesa na aldeia olímpica são satisfatórias, realçando que os membros da organização estão a esforçar-se para que nada falte às delegações na sua estadia em Sochi.
Desportos de Inverno #4
O Comité Olímpico Português apresentou os dois atletas que irão representar as cores nacionais nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi. A luso suiça Camille Dias de apenas 17 anos e o luso-francês Arthur Hanse de 20, irão representar Portugal no slalom e slalom gigante. Camille irá entrar em prova no Super G no dia 18 a partir das 7 da manhã (hora portuguesa; transmissão na Sporttv) enquanto Arthur irá competir a partir da mesma hora no dia seguinte. Para dia 21 e 22 a partir das 12:45 (hora portuguesa) irão representar as cores nacionais na prova de Slalom.
Desportos de Inverno #3
A equipa de Bobsleigh da Jamaica volta aos Jogos Olímpicos 12 anos depois!
Melhor notícia desde a presença do português Dany Silva, o homem que à falta de neve em Portugal, esquiava pelas praias de Peniche.
Desportos de Inverno #2
A propósito dos saltos de esqui encontrei este belíssimo vídeo no youtube, gravado numa Go Pro (muito utilizada neste tipo de modalidades) com o Norueguês Anders Jacobsen (medalhado de bronze e de prata em várias competições internacionais) num treino realizado no trampolim de Lillehammer (Noruega)
Desportos de Inverno #1
A incrível queda do saltador austríaco Thomas Morgenstern, vencedor de 3 medalhas de ouro olímpicas, 8 medalhas de ouro em campeonatos do mundo e 2 Taças do Mundo, considerado por muitos o melhor saltador de sempre, num treino para uma prova da Taça do Mundo da disciplina no trampolim de Bad Mittendorf na Áustria.
Morgenstern encontra-se hospitalizado em Salzburgo, permanecendo em estado clínico crítico em virtude do traumatismo craniano que sofreu na queda.