O que eu ando a ver #60

Na ressaca do título, o jogo contra o Hoffenheim até permitiu a Guardiola colocar Ribery de forma ao francês adquirir forma depois das semanas em que esteve lesionado e Robben re-adquirir forma tendo em vista o main objective dos bávaros: a re-conquista da Liga dos Campeões.

O Hoffenheim foi a 2ª equipa nesta temporada a conseguir reverter uma vantagem de dois golos do Bayern. A primeira foi o Manchester City na fase de grupos da Champions.

O destaque individual na partida vai para o Brasileiro Roberto Firmino. O playmaker da equipa orientada por Marcus Gisdol mostrou mais uma vez (contra os melhores) o seu cartão de visita. Há muito que ando debaixo de olho neste brasileiro de 22 anos, jogador que trocou o modesto Figueirense de Santa Catarina pelo Hoffenheim em 2010. Para além dos 20 golos que já leva esta temporada (14 no campeonato e 6 na Taça) Firmino é um tecnicista por excelência capaz de fazer maravilhas com a bola. Não é exagero nenhum pensar que este jogador, actuando numa equipa de topo poderá facilmente chegar ao escrete. Apesar de ter renovado recentemente contrato com a equipa alemã até 2017 (para fazer aumentar a sua cláusula de rescisão) Firmino está neste momento a ser seguido por Borussia de Dortmund, Leverkusen, Manchester United, Liverpool, Everton – as equipas de Jurgen Klopp e Brandon Rodgers estão na linha da frente.

Acontecimento do dia

bayern

24º título dos bávaros, festejado a 7 jornadas do fim da Bundesliga. Mais um record para o clube que não gosta de perder, a juntar aos 53 jogos de invencibilidade para a Bundesliga. O primeiro ano de Guardiola roça a perfeição: nunca será perfeito pela derrota obtida frente ao Dortmund na Supertaça Alemã no início da temporada. No entanto, as vitórias no campeonato do mundo de clubes, na supertaça europeia, campeonato, as mais que prováveis vitórias na Champions e na Taça da Alemanha (prevejo eu) e um futebol do melhor que há na história do futebol roçam a perfeição nesta primeira época do catalão no clube.

Poderemos estar no início de uma dinastia que poderá durar uma\duas décadas. Vai ser muito difícil para qualquer clube da Bundesliga destronar o Bayern desta posição dominadora.

 

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O que eu ando a ver #55

Olympiastadium, Berlin

Hertha de Berlim vs Bayern Munchen – Em caso de vitória dos bávaros (a 52ª consecutiva) e deslize do Borussia de Dortmund frente ao Schalke, os bávaros são os primeiros a conquistar nesta temporada o título de campeões nacionais no futebol europeu. Sai o segundo (Mundial de Clubes) para Pep Guardiola?

P.S: Ao mesmo tempo em que escrevo estas palavras, Toni Kroos inaugura o marcador (6″).

Sorteio da Champions e da Liga Europa

CL

Quartos-de-final

Nesta fase da prova pode-se dizer que quem chegou até aqui, tem capacidades para eliminar qualquer adversário. Os quartos-de-final desta prova são, na minha opinião, a eliminatória mais espectacular da mesma. Basta recordar por exemplo a espectacularidade que eliminatórias como Galatasaray vs Real Madrid ou Borussia de Dortmund vs Málaga deram na edição do ano passado, com reviravoltas quase imprevisíveis, uma delas consumada, no caso do Dortmund.

road to lisbon

Com a final de 24 de Maio no horizonte, no Estádio da Luz, os quartos-de-final trazem-nos 4 excitantes eliminatórias:

  • Barcelona vs Atlético de Madrid
  • Real Madrid vs Borussia de Dortmund
  • Paris Saint Germain vs Chelsea
  • Manchester United vs Bayern de Munique

Exceptuando a eliminatória que vai opor os Red Devils ao Bayern de Munique (não creio que o United tenha de todo bagagem suficiente para eliminar a equipa bávara), todos os restantes jogos são jogos de tripla.

Barcelona vs Atlético de Madrid

Missão espinhola para os catalães. As duas equipas espanholas, respectivamente 2ª e 3ª na actual classificação da La Liga (o Barcelona poderá recuperar a 2ª posição amanhã caso vença o Real no Bernabeu e caso o Atlético escorregue frente ao Bétis no Benito Villamarin ou o Atlético poderá ser o maior beneficiário de uma vitória culé em Madrid, ascendendo à 1ª posição em igualdade de pontos com a equipa de Cristiano Ronaldo) farão, para a Champions, o 4º e 5º embate da temporada. Faltando um jogo por disputar (na 38ª e última jornada da Liga Espanhola, jogo que poderá ser decisivo para as aspirações ao título de ambas as equipas se ali chegarem em condições de se sagrarem campeãs), o saldo de confrontos realizados por estas duas equipas augura bastante equilíbrio para a eliminatória europeia. Nos dois jogos realizados para a Supertaça Espanhola em Agosto, ambas as partidas redundaram em empate (1-1 no Vicente Calderón e 0-0 em Nou Camp), acabando por vencer o troféu a equipa de Tata Martino em virtude do golo marcado em Madrid. Nessa altura, as fantásticas exibições demonstradas pela equipa de Simeone, os primeiros jogos sem Falcão, anunciavam, ao contrário do que previa com a saída do colombiano para o Mónaco, um Atlético de Madrid diferente, capaz, em muitos anos de lutar pelo campeonato espanhol. Para o campeonato, no Vicente Calderón, um novo empate a zero bolas na 19ª jornada confirmou novamente o equilíbrio.

Dois estilos diferentes. O tiki-taka do Barcelona (bastante mais atacante e com menos contenção de bola, na era Tata Martino) frente à retranca inteligente de Simeone. Uma equipa que gosta de circular bola e capitalizar todos os erros defensivos das equipas contrárias, apostando ora nos desequilíbrios que Messi consegue efectuar pelo centro do terreno, conseguindo jogar sempre no limite (ou tira o adversário com um toque subtil quando este está perto de desarmar ou fazer falta, ou consegue enfiar as bolas para as costas da defesa no limite do desarme), ora pelos desequilíbrios que Iniesta e Neymar conseguem fazer pelas alas\alas-centro do terreno no caso de Andrés Iniesta. Se o brasileiro consegue trocar as voltas aos adversários com o seu drible desconcertante, o centrocampista titular da selecção espanhol é um 10 em 1 ao nível de soluções de jogo, graças ao seu poder de aceleração, ao seu drible rasgado, às movimentações que habitualmente faz para o interior da área de forma a aparecer em zona de finalização e à fantástica visão de jogo que possui. Iniesta é para mim o médio mais completo da actualidade do futebol mundial.

Já o Atlético de Madrid possui 3 características muito preciosas que podem irritar a equipa catalã:

  • O seu equilíbrio, organização e posicionamento defensivo. Uma equipa tendencialmente a defender com 9 atrás da linha da bola, bem organizada, com linhas muito juntas, a não dar espaços para jogar e com uma dupla de centrais (Miranda e Godin) quase sempre irrepreensível no desarme tanto pelo chão como pelo ar.
  • Se há coisa que os jogadores do Barcelona odeiam é não ter bola nos pés. A inteligência do meio-campo de Simeone (Gabi, Koke, Arda Turan, Raul Garcia) é capaz de retirar a posse a qualquer equipa e irritá-la profundamente com a sua contemporização de jogo quando a equipa necessita de travar o ímpeto do adversário e acelerar o jogo quando convém (o Atlético é a equipa com melhor contragolpe na Europa neste momento).
  • Um autêntico quebra cabeças na frente. Diego Costa “come o cérebro a qualquer central” – Piqué e Mascherano terão muitas dificuldades para travar o brasileiro. Este deverá “picar-se” com o argentino para “lhe fazer saltar a tampa” – com alguns, o brasileiro agora naturalizado espanhol conseguiu tirar os devidos frutos das picardias armadas. Com outros, como o caso de Pepe e Arbeloa, o “colchonero” saiu muito mal na fotografia.

Aposto numa eliminatória muito equilibrada, com direito a prolongamento no jogo da 2ª mão.

Real Madrid vs Borussia de Dortmund

lewandowski

Reedição da eliminatória das meias-finais da edição da temporada passada.

As condições estruturais actuais das equipas inverteram-se em relação às condições estruturais existentes em Abril do ano passado. Enquanto por um lado, o Borussia de Dortmund vivia o expoente da era Klopp, em Madrid, o egocentrismo de José Mourinho, com o treinador português já planear a fuga antecipada ao contrato assinado com Florentino Perez, minava por completo o balneário merengue (as tricas com Sérgio Ramos e Iker Casillas; a conturbada relação do setubalense com a imprensa espanhola) e a equipa, no rectângulo de jogo, não correspondia minimamente ao seu talento, vivendo quasi dos momentos de génio de CR7. Nas meias-finais da prova, o futebol objectivo do Dortmund, bem construído por Reus e Gotze (entretanto vendido ao Bayern) e bem finalizado por Robert Lewandowski (o primeiro reforço dos Bávaros para a próxima época) redundou numa derrota copiosa de Mourinho na eliminatória, com o polaco a assumir o papel de carrasco no jogo da primeira mão no Westfallen Stadium com um fantástico póquer na vitória por 4-1 dos germânicos. O tardio 2-0 dos espanhóis na 2ª mão foi insuficiente para sonegar a final à equipa de Jurgen Kloop.

Hodiernamente, os papéis inverteram-se. Carlo Ancelotti venceu o desafio Madrid e a equipa respira uma suprema confiança. Lidera a Liga com 4 pontos de vantagem e pode até, amanhã, arredar definitivamente o seu maior rival (Barcelona) da luta pelo título caso vença a equipa de Tata Martino no jogo do Santiago Bernabéu. O target-man do futebol merengue continua e continuará a ser (enquanto permanecer em Madrid) Cristiano Ronaldo. Contudo, a equipa ganhou colectivo e inteligência com Ancelotti. É indiscutível negar neste momento que o italiano não tenha devolvido a Madrid o bom futebol e a ambição que a história do clube, per se, exige a quem o representa. Com um meio campo extremamente inteligente e talentoso (Modric, Xabi Alonso, Isco, o lesionado Khédira) e com um ataque poderosíssimo e em excelente forma (Di Maria, Gareth Bale, Cristiano Ronaldo, Benzema, Morata, o lesionado Jesé Rodriguez) a equipa de Madrid, consegue, ofensivamente, praticar um futebol total com um leque vastíssimo de soluções e mecanismos de jogo, com epicentro na construção de Modric e Alonso, objectivo na finalização ora por parte de Ronaldo ou Benzema e meio na criatividade de Isco, Di Maria e Gareth Bale (o primeiro pelo centro, os segundos tanto pelo centro como pelas alas) através de processos muito simples e objectivos.

Em Dortmund, chegou ao fim a 1ª era Klopp. Creio que com a saída de Lewandowski no Verão, outros que tem acompanhado Jurgen Klopp nestes últimos 4 anos lhe irão seguir os passos. O futebol alemão é mesmo assim. Tirando o Bayern (a equipa mais regular nos últimos 20 anos de Bundesliga), os restantes grandes do futebol alemão (Estugarda, Hamburgo, Borussia de Dortmund, Schalke 04) vão vivendo fases boas e fases menos boas. As fases dependem de muitos factores: do dinheiro existente para investir numa equipa competitiva (relembro que na Alemanha todas as transferências tem que ser pagas a pronto), dos talentos que vem da formação dos clubes, das apostas que os clubes vão fazendo na sua política de transferências e nas apostas feitas com determinados treinadores. Relembro por exemplo que quando Jurgen Klopp foi contratado em 2008\2009, a meio de mais uma crise financeira do clube, os responsáveis do Dortmund estavam longe de imaginar que Klopp, um indivíduo com uma modesta carreira enquanto futebolista e até então treinador de um modesto clube da Bundesliga 2, o FC Mainz (clube que agora tem aspirações europeias na Bundesliga) seria capaz de pegar em meia dúzia de veteranos e meia dúzia de jovens com algum talento (Schmelzer, Grosskreutz, Hummels, Subotic, posteriormente Mario Gotze, Lewandowski, Lukasz Piszczek, Sven Bender, Nuri Sahin) e tornar a equipa bicampeã alemã em 2010\2011 e 2011\2012 e finalista europeia em 2013.

Com a saída de Gotze a equipa tornou-se bastante irregular. A batuta mudou para o criativo da equipa, de nome Marco Reus. É dos pés do antigo jogador do Borussia de Moenchagladbach que sai grande parte do perigo ofensivo desta equipa. O Dortmund joga a época nestes quartos-de-final. A continuidade na Champions poderá devolver o sonho europeu aos adeptos do clube e poderá salvar uma época desastrosa na Bundesliga. O dinheiro da Champions poderá garantir à equipa alemã um poderio financeiro capaz de relançar internamente a equipa na próxima temporada através da contratação de 2 ou 3 reforços de qualidade para as posições chave onde a equipa apresenta alguma carência (as alas e a frente do ataque com a saída de Lewandowski; Pierre Aubemeyang é um jogador talentoso mas não correspondeu minimamente às expectativas fantasiadas pela estrutura do clube aquando da sua contratação).

Uma eliminatória de encaixe homem-a-homem

  • Hummels e Subotic terão a missão de travar as movimentações de área de CR7. Cristiano Ronaldo não poderia ter melhor desafio pela frente visto que a dupla de Dortmund é uma das melhores duplas de centrais da Europa.
  • Schmelzer irá travar um excelente confronto com Gareth Bale. O lateral alemão adora atacar. O galês não pára de atacar. É com esta dupla missão que o alemão entrará em campo: ser profícuo a travar o galês e ser capaz de ir lá à frente executar os seus venenosos cruzamentos.
  • Marcelo vs Kuba – A ofensividade total do brasileiro contra a ofensividade total do polaco.
  • Na batalha de meio-campo, um churrilho de estrelas: Gundogan e Henrik Mkhitaryan contra Luka Modric e Xabi Alonso. 4 grandes tecnicistas. O turco é o único músculo de meio-campo destes se bem que o Croata está sempre em alta-rotação.
  • Lewandowski vs Pepe – O internacional português sabe o quão é difícil parar o polaco quando este embala em drible ou quando este consegue desmarcar-se na área. Não lhe poderá dar nenhum espaço. Com 1 centimetro de espaço, Lewandowski faz estragos.
  • Marco Reus – O joker. É um dos jogadores que mais adoro na actualidade. Completíssimo: capacidade de passe, visão de jogo, fantástico remate de meia distância, inteligência, poderoso no contragolpe. Em dia sim, vence um jogo sozinho.

Prevejo uma eliminatória equilibrada e uma vitória madrilena no final.

PSG vs Chelsea

O Cavalão vs O Cavalinho

Mourinho é o cavalinho. Blanc é o cavalão.

Mourinho entra sem pressão (já a retirou toda a pressão da equipa no que a esta época concerne quando afirmou que estava a construir uma equipa para vencer tudo no próximo ano) mas o que é certo é que apesar das suas constantes declarações, este Chelsea arrisca-se a vencer o campeonato e a Champions.

Laurent Blanc entra com pressão. O proprietário do clube parisiense dotou o antigo seleccionador francês de um plantel de sonho, bem recheado em todas as posições do terreno, para, dominar de forma avassaladora a Ligue 1 e conquistar o título europeu nesta ou na próxima época. ” O Nosso projeto ainda está em construção, mas a nossa ambição é ganhar a Champions League” – afirmou Blanc. Uma construção desmedida, um onze de sonho e muitas soluções no banco de suplentes: de Yohan Cabaye ao mago Lucas Moura, passando pelo rapidíssimo Lavezzi ou pelo tecnicista Verrati.

Batalha de meio-campo – Muito talento em ambos os conjuntos – Matic, Hazard, William, Lampard, Mikel, Oscar, Ramires de um lado. Thiago Motta, Marco Verrati, Cabaye, Matuidi, Pastore do outro. Todas estas soluções garantem força, pulmão, assertividade no passe, inteligência, visão de jogo e criatividade, muita criatividade, em particular, quando falamos de Eden Hazard, o verdadeiro mago desta equipa do Chelsea. Se bem que Oscar é um jogador que me agrada pela simplicidade de processos, pela rapidez que incute na equipa atráves do seu rápido pensamento de jogo e pela rapidez com que, recebendo a bola no meio-campo, não inventa, não engonha e quase sempre consegue descobrir uma excelente solução para dar continuidade à jogada.

Referências de ataque de sonho – Maior pendente para o PSG com Cavani e Ibra. Dois killers. Samuel Eto´o aparece em grande forma nesta temporada, tendo sido decisivo no jogo contra o Galatasaray e noutros desafios domésticos da equipa de Mourinho. Fernando Torres tem por seu turno a estrelinha de campeão. Quando entra, nos minutos finais, costuma ser decisivo. Assim o foi contra o Barcelona há 2 anos e contra o Benfica na final da Liga Europa do ano passado.

O duelo entre PSG e Chelsea será para mim o mais espectacular, futebolisticamente falando.

Manchester United vs Bayern de Munique

champions

O confronto mais desequilibrado destes quartos-de-final. Em breves palavras: à passagem da meia-hora da primeira mão tudo poderá estar decidido. A equipa de Guardiola decide, esmaga, humilha e no final sorri e agradece ao generoso público afecto. David Moyes deverá ter visto o purgatório e o inferno nas bolinhas do sorteio quando se apercebeu que irá defrontar o campeão europeu. Com um plantel desequilibrado, com a moral em baixa, e com uma equipa que neste momento pratica um futebol sem nexo, desligado entre sectores, pouco pressionante defensivamente, as hipóteses deste Manchester eliminar o campeão europeu são quase nulas. Os laivos de genialidade de Robin Van Persie atenuaram por completo uma eliminatória em que os gregos do Olympiacos mereceram mais mas foram muito perdulários no jogo de Old Traford. O mesmo não se irá passar nesta eliminatória: a equipa de Guardiola é absolutamente letal. Cada tiro, cada melro.

 

Liga Europa

Carlos Bacca

Porto vs Sevilla

Ainda no rescaldo de Napoli. Nunca pensei que este Porto fosse capaz de tamanha proeza. Mérito de Luis Castro, demérito da equipa Napolitana. O Porto segue para a casa de partida. Ou melhor, para um das casas de partida: Sevilla. Sanchez Pizjuan, o mítico estádio da capital Andaluz onde o Porto de Mourinho conseguiu o seu primeiro triunfo na competição, na altura, ainda denominada como Taça UEFA, naquele jogo de loucos frente ao Celtic de Glasgow de Henrik Larsson.

O Sevilla não era a equipa mais forte a sorteio. A Juventus e o Benfica seriam adversários muito mais fortes que a equipa sevilhana.

Vinda de uma eliminatória difícil contra o rival Bétis (derrota em casa por 2-0, vitória mesmo ao lado no Benito Villamarin por 2-0 com o triunfo na eliminatória a ser obtido na marcação de grandes penalidades) o Sevilla, actual 7º classificado da Liga Espanhola é uma equipa, no mínimo, inconstante. É uma capaz do pior e do melhor num curto espaço de tempo.

O Porto irá reencontrar Beto. O português é o titular da baliza sevillana e está na equipa andaluz em definitivo depois de ter cumprido a segunda metade de 2012\2013 por empréstimo do FC Porto. À sua frente Beto tem uma defensiva agressiva mas bastante inconstante. Tanto Federico Fazio, como Javi Navarro como Dani Pareja são centrais que conseguem executar uma boa marcação (a Jackson e Ghilas) usando e abusando do físico. Contudo são dois centrais muito instáveis ao nível exibicional, cometendo bastantes falhas. Nas alas jogará o português Diogo Figueiras (o tal desconhecido que o Sevilla veio buscar ao Paços de Ferreira). O português é um lateral bastante ofensivo e faz boas combinações com os jogadores que actuam na direita (Reyes, Perotti). Na esquerda estará Alberto Moreno, uma das estrelas da equipa. Equilibrado, é certinho a defender e a atacar. Se Luis Castro colocar Quaresma na direita, Moreno tem capacidade para estancar aquele que neste momento é o jogador que cria mais perigo na equipa do Porto.

No meio-campo Unay Emery tem apostado mais (quando digo apostado mais, quero com isto dizer que Emery não costuma apresentar um onze base e por norma faz rodar imenso o plantel) num meio-campo composto por Carriço a trinco (esse mítico) Ivan Rakitic na construção de jogo (é o cérebro da equipa) José António Reyes numa ala, Perotti na outra, Marko Marin ora no centro na criação de jogo ora no flanco direito, e um ataque composto ou por Carlos Bacca (sozinho) e Kevin Gameiro ou por Carlos Bacca e Jairo Samperio mais recuado nas suas costas, ou por Carlos Bacca e Vitolo nas suas costas, papel onde se sente claramente mais à vontade como tecnicista que é.

De onde é que vem o perigo deste Sevilla?

  • De Rakitic. É o motor desta equipa espanhola. Joga e faz jogar. Sem o croata, os sevilhanos não conseguem ser objectivos no seu jogo ofensivo.
  • De Carlos Bacca. Jackson conhece-o bem porque são companheiros de selecção. Mortífero. Acrobático. Fortíssimo nas movimentações de área. Mangala, Maicon, Reyes ou Abdoulaye não lhe poderão dar um milímetro. Transforma uma bola morta em golo.
  • De Kevin Gameiro. Menos efectivo que Bacca mas o luso-francês também é um homem de área.
  • De Reyes. Numa bola parada, num cruzamento, espeta a bola na área e assiste com pinta um dos seus companheiros
  • De Marco Marin. O alemão está a subir de rendimento nesta parte final de temporada. Quando mete o turbo, é menino para individualizar, sacar 2 ou 3 adversários da frente e construir uma situação de perigo.

Benfica vs AZ Alkmaar

Dick Advocaat

Ao Benfica saiu a lotaria. Ao AZ a fava que ninguém neste momento queria.

O treinador do AZ, Dick Advocaat pode dizer que sabe o que é vencer esta competição. O treinador de 66 anos, um dos globetrotters da actualidade do futebol mundial (já treinou em 7 países diferentes) leva no seu extenso currículo, para além do título holandês conquistado em 1996\1997 ao serviço do PSV, das 2 ligas escocesas conquistas pelo Rangers entre 1998 e 2000 e do título russo conquistado em 2007 ao serviço do Zenit, uma vitória na competição na época 2007\2008 precisamente ao serviço da equipa de São Petersburgo. No ano em que os semi-desconhecidos do Petrovski (Arshavin, Anyukov, Fayzulin, Denisov, Konstantin Zyryanov, Pavel Pogrebnyak) se deram a conhecer à europa e catapultaram o Zenit para um estatuto europeu até então nunca detido pelo clube da antiga Leninegrado.

A equipa que orienta é neste momento 7ª classificada da Eredivisie, lugar que para já lhe garante a participação no playoff final disputado entre todas as equipas que se classificarem entre o 3º e o 8º lugar (apuramento para as competições europeias). Pelo menos, a coisa na Liga Holandesa é decidida assim.

Pontos fracos deste AZ:

  • A sua inconsistência. É uma equipa capaz de ganhar 3 ou 4 jogos seguidos e perder outros 3 ou 4 seguidos.
  • Dois centrais duros de rins (Nick Vergiever e Jeffrey Gouweleeuw) fortes no jogo áereo mas com muitas dificuldades para travar avançados rápidos, caso de Lima e Rodrigo.

Pontos fortes:

  • Muita rapidez na frente de ataque – O extremo Roy Beerens é um jogador rapidinho e com uma capacidade de cruzamento fantástica. É a estrela da companhia. Em conjunto com…
  • A dupla de médios centro – Viktor Elm, um conhecido nosso. Alinhou contra a selecção portuguesa no passado mês de Novembro e Nemanja Gudelj, um conhecido dos sérvios que alinham na equipa encarnada. Este sérvio de 22 anos, contratado no verão passado ao NAC Breda, é o grande maestro desta equipa.

Outros jogos da liga europa:

Lyon vs Juventus – O Olympique Lyonnais será presa fácil para a equipa de Turim. Apesar de Alexandre Lacazette estar em grande forma e da dupla de centrocampistas da equipa lionesa ser do melhor que se encontra pela Ligue 1 (Grenier e Gourcouff), a defensiva do Lyon tem jogos em que é como passar a faca na manteiga.

Basel vs Valência – A equipa suiça será um adversário tenebroso para a equipa de Pizzi. É uma equipa bastante segura defensivamente (destaque para o sueco Behrang Safari na direita e para o central Fabian Schar), com um meio campo muito activo (David Degen, Marcelo Dias, Valentin Stocker, Fabian Frei) com um jogo orientado para a grande referência ofensiva da equipa, o veteraníssimo Marco Streller.

O que eu ando a ver #48

10 meses depois de terem sido atropelados por 6-1 no Allianz Arena a contar para a Bundesliga da época 2012\2013, os lobos da Volfswagen (das auto) voltaram a ser cilindrados pelo superlativo, transcendente, futebol do Bayern de Munique. Mais 6-1. Caricato foi o facto de ter visto ontem na semanal magazine da Bundesliga (Sporttv), Phillip Lahm afirmar, a propósito dos 49 jogos que a equipa bávara leva sem perder para o campeonato (recorde da história do campeonato alemão) que no futebol “os recordes não são tudo mas se a equipa os puder quebrar…” – Guardiola tem a plena noção que, na sua primeira época no comando técnico dos bávaros, por mais que faça (dentro de 4 jornadas pode tornar-se campeão e para mim é mais ou menos certo que se irá tornar bicampeão europeu no final do ano; espero não me vir a queimar com estas palavras) não irá superar a temporada passada e o número de títulos conquistados por Jupp Heynckes (o campeonato do mundo de clubes não conta porque Don Jupp não teve a oportunidade de discutir esse título).

Tenho reflectido imenso sobre a estratégia passada e presente tomada pelos bávaros. Muitos pensaram que a ideia que motivou a contratação de Guardiola prendeu-se com o facto do espanhol poder trazer mais mediatismo para o clube. Todos nós sabemos o quanto vale o mediatismo no futebol neste momento. Tal ideia é profundamente errada. O Bayern é arrogante. O Bayern não precisa de investidores vindos das arábias. Com mais ou menos patrocínios, o Bayern tem o que necessita para vencer: o seu estádio completamente cheio todos os jogos, milhares de associados, uma máquina de merchandizing brutal (basta só referir que na loja online do Bayern, o clube até cintos de cabedal com o símbolo do clube vende), milhões e milhões vindos dos sponsors fidedignos do clube (T-Mobile, Audi, Allianz, HypoVereinsBank, Lufthansa, Paulaner, Yingi Solar, Adidas; de referir que só o patrocínio da Adidas rende 20 milhões de euros por temporada e que o da T-Mobile é de 18 milhões de euros por temporada), milhões de milhões vindos das transmissões televisivas e das receitas geradas por anos e anos de Champions (continuo a considerar que o Bayern tem os melhores resultados na Champions nos últimos 20 anos apesar de só ter vencido a prova em duas ocasiões). A ideia que subjaz por detrás da contratação de Guardiola é simplesmente uma, aquela que de resto tem sido a filosofia do clube desde Beckenbauer, Hoeness e Gerd Muller: ser o maior clube europeia. Mehr als ein verein. Mia san Mia. E Guardiola paulatinamente vai moldando a equipa a seu jeito para atacar tudo o que mexer nas próximas épocas. Não só é assustadora a possibilidade do espanhol vencer 2 ou 3 Ligas dos Campeões nos próximos 5 anos como está a tornar-se assustador o fosso que vai separando o Bayern dos restantes clubes da Bundesliga, campeonato que ao contrário do que aquilo que muitos julgam, sempre se pautou pelo equilíbrio (ver a lista de vencedores, ver a higiène a que os clubes são sujeitos pelas duras regras que a Federação Alemã impõe na contratação de jogadores ou na sua gestão).

Falamos portanto dos mais directos competidores. Em Dortmund Klopp irá perder Robert Lewandowski para o Bayern na próxima temporada. Com a saída do polaco, Klopp (o tal que agora dá para entrar nos anúncios do Opel Insignia) irá perder metade do seu abono de família. A ver vamos se a saída do polaco não irá provocar um cataclismo de todo o tamanho no seio do clube da Vestefália, cataclismo esse que de resto já é expectável no seio deste: a morte desta geração do Borussia, a sua completa desfragmentação e o início de uma nova era no clube a partir da estaca zero. Com ou sem Klopp. Do técnico germânico conhecemos o facto, de, estar apto a aceitar novos desafios. Afinal de contas, toda esta geração do clube foi efectivamente construída por Klopp a partir da estaca zero.

Em Gelsenkirchen e em Leverkusen, há talento de sobra (Draxler, Boateng, Howedes, Matip, Huntelaar, Farfan; Kiessling, Sidney Sam, Castro, Emre Can, Lars Bendes; entre outros) mas a condição tanto de Schalke como de Bayer de Leverkusen é bastante diferente da condição do Bayern: enquanto o Bayern é comprador, tanto o Schalke como o Leverkusen, apesar de compradores, não tem estatuto e poderio financeiro para manter os seus grandes jogadores quando assediados pelos grandes europeus.

não estou contra o Borba #1

Eu e o João Borba temos conversas bastante profundas. Sobre gajas, carros e futebol. Entre outras cenas que não lembram ao diabo como a discussão que tivemos acerca das razões que levaram à morte do filosofo Calígula.

Na conversa de hoje chegámos à conclusão que não percebemos o que é que Sérgio Busquets anda a fazer em campo: Se o Barcelona tratou de despachar Yayá Touré com o argumento de que o costa-marfinense não ia encaixar no sistema de jogo, facto que se constitui desde já como uma falácia. Se Pep Guardiola encostou Javier Mascherano a central com o argumento de que o argentino iria perder resistencia com o avançar da idade e de que teria outras características adequadas aquilo que se pretendia da posição de central como a sua capacidade de desarme e a facilidade com que, a partir da defesa pode sair a jogar e assim iniciar a transição ofensiva da equipa. Se Busquets é o trinco da equipa e não participa de forma regular nos processos ofensivos da equipa, limitando-se a passar a bola a Xavi quando participa. Se Mascherano é efectivamente o primeiro jogador a sair ao portador da bola quando a equipa contrária se encontra a jogar em contra-golpe, que raio é que Busquets anda a fazer dentro de campo?

Sorteio Champions

Criam-se situações para tudo nos dias que correm. O canal do city mostra-nos a reacção dos jogadores do City ao sorteio da Champions.

1. Manchester City vs Barcelona é em conjunto com o Bayern de Munique vs Arsenal um dos jogos cabeça de cartaz dos oitavos de final. 4 equipas com aspirações. O City chega pela primeira vez aos oitavos-de-final da prova. Depois de duas experiências falhadas na maior prova da UEFA (dois 3ºs lugares e consequente repiscagem para a Liga Europa, onde não conseguiu atingir os quartos-de-final; uma das eliminações ocorreu naquele jogo fantástico que o Sporting de Sá Pinto fez no City of Manchester) o City conseguiu acabar com o enguiço da fase de grupos e os milhões imperaram. Pellegrini está a fazer um grande trabalho no City (assim como o fez em Madrid ao contrário do que todos os pseudo-experts de bola afirmam; perdeu o campenato mas foi até agora o treinador que obteve a maior pontuação dos merengues na Liga) e o futebol de ataque protagonizado pela equipa de Manchester levou a que incomodasse o imperioso Bayern no Allianz Arena. Aos 11″ o Bayern vencia por 2-0 e Ribery dava espectáculo. Vindos de uma fantástica goleada por 7-0 ao Werder Bremen para a Bundesliga suspeitava-se nessa hora que os bávaros iriam arrancar para mais uma goleada. Pé ante pé (com uma exibição enorme de Fernandinho) os homens de Pellegrini conseguiram fazer o que os clubes alemães não fazem há 40 jogos para a Bundesliga: vencer no terreno do fantástico Bayern, cada vez mais cunhado na toada de Guardiola: uma equipa que entra a matar, constrói uma vantagem segura nos primeiros 25 minutos de jogo e depois retira qualquer oportunidade de reacção ao adversário a partir de um jogo de posse e circulação de bola. A única diferença que vislumbro deste Bayern em relação ao Barcelona de Guardiola é a fome insaciável de golos que Arjen Robben e companhia têm mesmo a ganhar. Pela frente, os homens de Pellegrini terão o Barcelona de Tata Martino. O argentino tem cunhado algumas diferenças no estilo de jogo da equipa em relação ao que era apresentado pelos seus antecessores. A essência de Guardiola continua lá mas foi alterada por Martino. O fio de jogo continua lá: os desiquílibrios pelo miolo de Messi (e Neymar pelo flanco esquerdo), a constante subida dos laterais ao último terço do terreno, a infindável posse de Xavi e Iniesta, o rigor táctico de Busquets no equilíbrio da equipa e a figura de Alexis como um avançado móvel trabalhador não-finalizador. Contudo, Martino incutiu mais objectividade na equipa e ao contrário de Guardiola e Villanova, esta não fecha a loja quando se encontra a vencer por 2 ou 3-0.

Prevê-se um duelo muito renhido. Messi pode não alinhar na eliminatória ou alinhar em péssimas condições de forma em virtude da lesão que está a tratar na Argentina com o staff médico da sua selecção. Neymar está a subir imenso de rendimento e assume-se como o patrão de equipa na ausência do astro argentino. O City poderá repetir em Nou Camp a façanha cometida no Allianz Arena, sendo portanto expectável uma eliminatória em que qualquer equipa poderá vencer fora de portas.

Bayern e Arsenal encontrar-se-ão no final de Fevereiro. Sobre a equipa de Guardiola existe pouco a dizer. A equipa de Wènger tem agora nos próximos dias o seu maior teste: passar o boxing day na liderança. Em situações normais, com o Arsenal em 3º ou 4º o boxing day costuma ser muito difícil para a equipa de Wènger. Na liderança, será um teste de fogo às capacidades internas deste Arsenal que faz da criatividade dos homens do meio-campo (Wilshere, Ramsey, Ozil) o seu forte. Se o Arsenal passar o infernal calendário do natal sem derrotas, estou certo que chegará a Fevereiro com todas as possibilidades de vender muito cara a eliminatória à equipa bávara.

Noutro vértice temos os duelos entre Atlético de Madrid e Milan. Madrilenos e milaneses irão encontrar-se em Fevereiro para uma eliminatória com conteúdos interessantes. Duas épocas completamente distintas, com objectivos iniciais completamente distintos. Apesar do Atlético ter o objectivo de se posicionar a meio da luta de titãs que tem caracterizado a liga espanhola nos últimos 10 anos, se vendessem a Simeone a conjectura actual interna e externa do Atleti, estou certo que o Argentino seria capaz de a comprar no imediato a pronto pagamento. Allegri vai vivendo dias de amargura no seu desesperável Milan. Com um pé fora do clube dia sim dia não, com um plantel desiquilibradíssimo, com resultados muito fracos a nível interno e um apuramento europeu arrancado a ferros (ou melhor, com um empate em amesterdão resultante de um penalti assinalado num lance em que a falta pertence a Mario Balotelli) o treinador italiano aguarda apenas o momento em que Barbara Berlusconi receba a tão esperada ordem do seu pai para passar o cheque de indeminização por despedimento. O que de certa forma é injusto para um treinador cuja direcção prometeu uma reestruturação total ao plantel na época passada e não cumpriu. Ainda para mais quando Allegri cumpriu os objectivos traçados pela direcção na época passada, época essa em que a direcção milanese decidiu estoirar por completo com o plantel da sua equipa com a venda dos melhores jogadores (Zlatan e Thiago Silva num primeiro momento e Kevin Prince Boateng num segundo já no passado defeso).

Carga positiva. Dois estilos que tem alguns traços em comum. O cinismo catenacciano da equipa de Simeone, assimilado talvez nos anos em que o Argentino jogou na Lázio. Uma defesa extremamente organizada, eficaz. Alessandro Nesta revestido de Diego Godín. Favalli num certinho Felipe Luis que só não é titular na selecção do seu país porque do outro lado, junto à Plaza Cibelles mora o melhor lateral-esquerdo do mundo, Marcelo. Koke na pele de Sérgio Conceição. Gabi, o cérebro. Arda Turan, o homem que sabe tudo sobre bola a lembrar os bons tempos de Dejan Stankovic. Diego Costa, o target-man, a fazer talvez, aquela, que será lembrada como a sua melhor época no futebol. O Atleti é uma equipa que defende com 10 homens, raramente se desorganiza, raramente deixa jogar, e, cuja organização nunca seja posta em causa no poderíssimo contragolpe que possuí, quase sempre efectuado com poucos homens.

O Milan de Allegri também funciona nesses moldes. Uma equipa de pendor defensivo, com um meio-campo muito musculado (De Jong, Muntari, Nocerino) e com um ataque vocacionado para o contra-ataque: Kaká, Robinho e Balotelli. Menor organização defensiva do que a demonstrada pelo Atlético, mais instabilidade, probabilidade de existirem mudanças drásticas em Janeiro. O Atlético parte com maior favoritismo para a eliminatória mas precisa de ter cautela: este mesmo Milan causou calafrios ao Barcelona na mesma fase da edição passada, com uma “allegri” vitória em San Siro e um jogo interessante em Nou Camp onde esteve muito perto de selar passagem para a fase seguinte não fosse um fatídico minuto mudar toda a sua sorte com uma bola no poste de Mbaye Niang depois de uma cavalgada rusticana do francês de campo a campo sequenciada por um golo de Messi que na altura fez o 2-0 e empatou a eliminatória. Num jogo a eliminar contra uma equipa italiana, nunca fiando. Simeone sabe-o perfeitamente por experiência própria.

O mesmo se aplica a Mourinho no excitante Chelsea vs Galatasaray. Treinador italiano, jogadores com milhões de km de champions que se dão bem no contra-ataque (Eboué, Sneijder, Drogba, Altintop), um jovem sedento de títulos (Bruma) e um amoroso brasileiro de nome Felipe Melo a distribuir cacete quanto baste no meio campo. Contra a Juventus provou-se a filosofia deste novo Galatasaray: mais italianos que os caralhos dos italianos!

Mourinho baixou as espectativas. Afirmou recentemente que muito dificilmente será capaz de vencer um título esta época. Mais uma vez jogou de forma inteligente. Mourinho sabe que num dia sim de Hazard e Schurrle é capaz de se bater taco-a-taco contra quem vier. No entanto, recordou que está a formar uma equipa. É certo que quando Mou precisar do velho bastião blue (Terry, Lampard, Obi Mikel, Ashley Cole, John Obi Mikel, Michael Essien) este virá em seu auxílio. Mourinho tem a vantagem de conhecer o outro lado por dentro e por fora visto que conduziu os 2 principais jogadores da equipa turca à glória noutras batalhas da sua carreira.

Trigo limpo farinha amparo.

PSG vs Bayer Leverkusen. O mundo lembrou-se subitamente de Kiessling. Joachim Low lembrou-se subitamente de Kiessling. Gonzalo Castro é um jogador apetitoso e tornou-se cobiçado por meia europa e Lars Bender passou a ser o mais bonito dos gémeos Bender. Tretas. Icy est Paris. Laurent Blanc arrebenta com todas as escalas e avança com o objectivo Lisboa. Para os “veteranos” Zlatan, Thiago Silva, Maxwell, Lavezzi, Thiago Motta poderá ser a última vez na carreira que reunem toda a química necessária para escrever uma página nunca antes escrita na equipa parisiense e nas suas carreiras. Os novos como Cavani. Matuidi, “Pirlo Son” Marco Verrati, Gregory Van Der Wiel, Lucas Moura, Rabiot, Digne tem aqui a sua oportunidade de ouro. Prevejo uma eliminatória resolvida de forma fácil no jogo de Paris.

Real Madrid vs Schalke. Idem.

Borussia de Dortmund vs Zenit. A jogar como jogou na fase de grupos, Spaletti arrisca-se a levar uma copiosa humilhação na eliminatória. Sem estar o Dortmund a fazer uma época primordiosa. Se Hulk sair em Janeiro como se fala, com Shirokov lesionado e Danny arredado das escolhas por ofensas verbais ao lunático italiano, será uma porca miseria.