Ciclismo 2014 #30

volta catalunha

7ª e última etapa – Domingo

westra

O holandês Lieuwe Westra (Astana) tanto tentou (principalmente na Volta ao Algarve) que finalmente conseguiu vencer uma etapa nesta temporada através de uma fuga. Na chegada a Barcelona, na consagração de Purito Rodriguez como vencedor da volta da sua região natal, Westra chegou isolado e venceu a 7ª etapa da Volta à Catalunha.

A etapa começou com uma fuga protagonizada por 13 ciclistas logo ao quilómetro 6. Lieuwe Westra (Astana), Stef Clement (Belkin; vencedor de etapa no dia anterior), Marcus Burghardt (BMC; fugitivo nos dias anteriores), Ratto (Cannondale; o maior derrotado da prova também tentou a sua sorte através de uma fuga), Pineau (FDJ), Vallee (Lotto), Thomas Voeckler (Europcar), Perrig Quemeneur (Europcar), Beppi Fumiyuki (Trek), Paterski (CCC), Bagot (Cofidis), Jerome Baugnies (Wanty) e Michael Kreder (Wanty) tentaram a sua sorte na etapa corrida num circuito desenhado à volta da cidade condal.

Enquanto a vantagem dos fugitivos aumentava (sensivelmente 3 minutos nesta altura) ao quilómetro 58, Chris Froome caía dentro do pelotão numa queda colectiva. O britânico saiu ileso da queda e rapidamente se re-inseriu dentro do pelotão.

Westra 2

Até ao circuito final (8 voltas) a diferença dos fugitivos manteve-se nos 3 minutos e meio de diferença. Sentido a oportunidade, na 5ª volta, Thomas Voeckler decidiu atacar para poder vencer a etapa. O francês atacou e Lieuwe Westra foi o único capaz de responder ao ciclista francês da Europcar e isolar-se posteriormente na frente da corrida. Com cerca de 1 minuto de vantagem até ao final da etapa, o holandês geriu a diferença e venceu isolado a etapa com 1 minuto e 22 segundos de diferença para Voeckler e Marcus Burghardt.

Tinha afirmado no último post que apesar de ser a última etapa, esta poderia não ser a etapa típica de consagração do líder da prova. Enquanto Westra alinhava sozinho na frente, no pelotão, com 4 segundos de diferença na geral para Purito Rodriguez, Alberto Contador tentou o seu ataque a 2 km da meta de forma a conseguir anular a diferença de Purito. O espanhol teve resposta imediata do seu compatriota e de Tejay Van Garderen (BMC), outro dos interessados em estabelecer diferença nesta última etapa. O Norte-Americano precisava de recuperar os 7 segundos de diferença que tinha para Purito para poder vencer a geral da prova. No entanto, nenhum deles conseguiu retirar a ténue diferença no cronómetro para o ciclista da Katusha, tendo este vencido a geral da prova.

Anotamento meu: Purito venceu a prova com um fantástico ataque disferido nos quilómetros finais da 3ª etapa (1ª das 2 de montanha) mostrando que é neste momento o único ciclista capaz de estabelecer diferenças consideráveis num curto espaço de terreno. O desempenho do ciclista catalão perante Chris Froome faz-me aguardar com alguma ansiedade o próximo Tour de France. Com Quintana ausente por opção da Movistar (irá correr Giro e Vuelta), os espanhóis são na minha opinião os únicos capazes de rivalizar com o britânico na prova francesa. Froome, Contador, Quintana e Van Garderen estiveram à altura da prova, dando algum espectáculo na alta montanha. O Norte-Americano venceu categoricamente a etapa raínha da prova. Perante um leque de ciclistas tão elevado, a prova merecia mais 1 ou 2 etapas de montanha nem que para tal tivesse que entrar em território andorrenho.

Purito 2

catalunha 7

Destaque também para o 4º lugar de Romain Bardet. O jovem ciclista francês de 24 anos andou taco-a-taco na alta montanha com os maiores trepadores da actualidade. Será desta que os franceses tem aqui um diamante em bruto capaz de ser lapidado para vencer a Grand Boucle dentro de alguns anos?

Desilusões:

Daniel Martin – O irlandês, vencedor da prova em 2013, prometeu andar com os melhores mas passou claramente ao lado da prova.

Carlos Betancur – Talvez a acusar o esforço dispendido na Paris-Nice, o colombiano ficou para trás logo na primeira dificuldade e no dia seguinte, fez a mala e voltou para casa. Bardet salvou a honra da AG2R. Esperava-se muito mais do colombiano numa altura da temporada em que toda a gente colocava Betancur na lista de favoritos à vitória na geral da prova.

A classificação da montanha foi ganha por Stef Clemens da Belkin. A Garmin venceu colectivamente.

 

Gent – Welvegen – Domingo

John Degenkolb 2

Semana de sonho para a Giant-Shimano. A equipa holandesa já soma 14 vitórias em etapas neste primeiro trimestre de temporada sendo para já, em conjunto com a Omega e com a Cannondale, uma das equipas mais dominadoras deste início de temporada. Luka Mezgec deu 3 alegrias em outros tantos sprints na Volta à Catalunha. Na primeira das míticas clássicas das colinas dos países baixos, John Degenkolb tratou de colocar a cereja no topo do bolo.

A Nata das clássicas deslocou-se à Bélgica para correr a primeira das clássicas belgas da primavera. John Degenkolb (Giant), Fabian Cancellara (Trek), Peter Sagan (Cannondale), Tom Boonen (Omega) Alexander Kristoff (Katusha), Phillip Gilbert (BMC), André Greipel (Lotto), Tyler Farrar (Garmin), Geraint Thomas (Sky) e Greg Van Avermaet constituam o principal grupo dos favoritos à vitória na prova. A única ausência de destaque na prova foi o campeão do mundo. A Lampre decidiu não escalonar o português para a prova. A prova não se adequava às características do português. Teremos que esperar pelas rampas de Liége e pelas rampas de Valkenburg (Amstel Gold Race) para ver o ciclista português em acção nas clássicas da primavera. Neste mês de Abril, o português irá disputar a Volta ao País Basco, prova onde é um dos principais favoritos à vitória na geral.

Os primeiros a tentar sair do pelotão foram Sebastian Lander (BMC), Manuele Boaro (Tinkoff), Jacobus Venter (MTN-Qubeka), Marcel Aregger (IAM) e Frederick Veuchelen (Wanty). Destaque para a Qubeka e para Wanty. Não sendo das principais equipas da divisão UCI Pro Continental tem estado muito bem nas provas em que são convidadas para correr com as equipas de World Tour. Apesar de terem orçamentos muito inferiores aos das equipas de World Tour e ciclistas menos cotados (de referir que o líder da Qubeka é o alemão Gerald Ciolek; não é um mau sprinter e até consegue de vez em quando inserir na luta entre os melhores, mas, também não é propriamente uma estrela do ciclismo mundial; o chefe-de-fila absoluto da Wanty é o italiano Danilo Napolitano), as primeiras exibições executadas durante a presente temporada nas provas a doer, provaram que estas duas equipas tem ciclistas muito combativos, que de resto, ao contrário de outras equipas com maior potencial e maiores ambições (casos da Cofidis e da Caja Rural; equipas que almejam vencer a divisão para poderem reclamar uma licença de World Tour na próxima temporada) tem-se escondido dentro do pelotão nas provas que tem corrido.

Esta fuga só seria anulada a cerca de 50 km para a meta. Em desespero, quando o pelotão já se aproximava a alta velocidade, Manuele Boaro ainda tentou sair do grupo em solitário. Seria apanhado poucos quilómetros depois.

As primeiras movimentações tácticas eram feitas lá atrás. A perseguição era feita por um pequeno grupo de ciclistas no qual estavam Sagan, Cancellara e Boonen. Uma queda tinha afastado quase todos os outros candidatos à vitória. Desse grupo haveriam de sair a 22 km da meta, Stijn Devolder (Trek), Silvain Dillier (BMC) e Andrey Amador (Movistar). Ameaçada pela presença de Devolder no ataque, a Omega de Boonen tratou de colocar Guillaume Van Keirsbuick em posição intermédia para tentar estabelecer a ponte entre os dois grupos. A ideia da Trek era colocar Devolder em posição intermédia para auxiliar posteriormente Cancellara vindo de trás. Já Dillier poderia fazer suspeitar que Phillipe Gilbert também poderia sair do grupo dos favoritos.

O que é certo é que o trio foi andando e só a 1 km da meta colocada em Welvegem foi alcançado pelo grupo principal, mais alargado nos quilómetros finais, graças à perseguição organizada feita em conjunto pela Cannondale de Sagan, pela Omega de Boonen e pela Giant-Shimano de Degenkolb. A Lotto-Belisol (a trabalhar para Greipel) e a Tinkoff também deram uma ajuda nos quilómetros finais. Se a equipa dinamarquesa pouco ou nada tinha a ganhar num sprint final contra os tubarões (mesmo com Daniele Benatti em prova), a equipa Belga trabalhou bem para o seu líder mas Greipel haveria de trocar as voltas ao envolver-se numa queda com Tyler Farrar nos metros finais. Os habituais empurrões de Greipel e as habituais mudanças bruscas de trajectória do norte-americano (manobras que de resto são odiadas e muito criticadas por meio pelotão) haveriam de provar em Welvegen o seu próprio veneno.

Quem aproveitou toda esta confusão, como o próprio afirmou no final da prova foi John Degenkolb. O holandês foi novamente letal e venceu o expectante Arnaud Demare (sempre discreto e muito bem colocado dentro do pelotão) no sprint final com o noruguês Kristoff novamente muito perto do brilharete.

 

Criterium Internacional da Corsega

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Numa das provas fetiche de Tiago Machado (Net-App-Endura), na qual o português já venceu a classificação da Juventude em 2010 e tinha feito um 5º lugar na geral em 2011, o ciclista da equipa alemã fez neste fim-de-semana pódio.

O critérium internacional da córsega é um dos vários critérios organizados em frança pela ASO, a empresa que detém os direitos de organização do Tour e agora da Vuelta, esta última, partilhada com a Unipublic. Na prova de 3 etapas, na qual participaram nomes como Jean-Christophe Peraud (vencedor da geral deste ano), Franck Schleck (Trek), Alexis Villermoz (AG2R), Michele Scarponi ou Janez Brajkovic(Astana), o português foi 3º à geral com 19 segundos de diferença para Peraud. Excelente participação do português que este ano irá correr o Tour em conjunto com outro português José Mendes pela equipa alemã.

Tour de Panne

1ª etapa – hoje

sagan 3

Sagan. Quem mais?

Mesmo a travar, The Terminator conseguiu vencer a primeira etapa do Tour de Panne, prova de 3 dias corrida na Bélgica, antecamara da prova de domingo, a perigosa Volta à Flandres.

Durante 3 dias, o pelotão que irá correr a Volta à Flandres (com umas equipas belgas de Pro Continental à mistura) irá experimentar novamente a experiência duríssima de correr etapas recheadas de segmentos de pavé seguidas de inclinadas colinas de 500\700 metros com pendentes de 7 e 8%.

Na primeira etapa da prova belga, uma fuga composta por ciclistas belgas de equipas menores (Wanty, Top-Sport; o único nome conhecido presente no grupo era Pim Ligthart da Lotto-Belisol; vencedor do prémio da montanha da Paris-Nice) obrigou Sagan a lançar-se com o colega de equipa Oscar Ratto e dois ciclistas da Omega ( um deles Gert Steegmans) a 9,5 km da meta numa altura em que os segmentos de pavé sucedidos de violentas rampas de 450 e 700 metros, respectivamente, estavam a cortar o pelotão em pequenos grupetos.

Sagan e Gatto chegaram ao grupo principal, obrigando Arnaud Demare a tentar fazer a ponte a cerca de 6 km da meta. O francês conseguiu chegar perto de Sagan mas viu de longe a sui-géneris vitória do eslovaco no sprint (lançado por Mauro Finetto da Bardiani; Finetto foi muito inteligente ao ser o primeiro a saltar do grupo principal para o grupo dos fugitivos quando ainda faltavam 20 km para a meta) quando o mesmo se encontrava a travar para oferecer a vitória ao colega de equipa Oscar Gatto. Num primeiro momento, pensou-se que teria sido Gatto a vencer a prova mas, no photo-finish, a roda de Sagan cruzou primeiro a linha de meta que a roda do outro homem da Cannondale. A imagem apresentada pela organização continha um pormenor delicioso: Sagan estava com a mão esquerda no travão a tentar travar para Gatto vencer a etapa perante a oposição de Alexander Kristoff. No final da etapa, Gatto mostrou-se todavia satisfeito com a vitória do colega de equipa, realçando que o objectivo da equipa era simplesmente vencer a etapa e preparar a grande prova de domingo.

Apesar de amanhã haver uma etapa em linha tão dura quanto a etapa de hoje, o mais provável é que a classificação geral se decida na quinta-feira no contra-relógio individual que fecha a prova.

 

 

Ciclismo 2014 #13

volta ao algarve

4ª etapa – Almodovar – Alto do Malhão 164,5 km

A 4ª e penúltima etapa da Volta ao Algarve trouxe à tona da competição a mais importante etapa do evento, a tão esperada subida ao Alto do Malhão, inclinação de média dificuldade na distância de 2,6 km. Antes de passar ao relato da etapa, permitam-me apenas uma crítica à organização da Volta a Portugal: no sentido de elevar a dificuldade da prova visto que esta ao nível de montanha se resume às subidas da Senhora da Graça e da Estrela, continuo a considerar incompreensível porque é a prova não vai ao Alto do Malhão. É certo afirmar que parte dos fundos que a organização da nossa prova raínha (João Lagos Sport) dispõe para a organizar provém dos apoios que as Câmaras Municipais de respectivas localidades dão à prova em troca de uma chegada ou partida de etapa. Contudo, neste caso, uma etapa a terminar no Alto do Malhão, poderia acrescentar mais competitividade à prova e o aumento de competitividade per se é capaz de trazer mais nomes para competir nesta. Enquadrada numa fase da temporada em que alguns ciclistas poderão utilizar o evento português para afinar baterias para a Vuelta, não seria mal pensado incluir esta subida no calendário da prova.

Na partida para a 4ª etapa, o polaco Michal Kwiatkowski partia com uma ligeira diferença para os seus mais directos rivais na classificação geral, o português Rui Costa e o espanhol Alberto Contador.

Contador

Na súbida do Alto do Malhão o primeiro ataque pertenceu ao ciclista português Ricardo Vilela da OFM-Quinta da Lixa. O português provou não ter pernas para levar o ataque até ao fim e rapidamente foi apanhado pelo grupo principal, comandado pela Omega-Pharma. Foi então a vez de Contador e Rui Costa. Ambos ameaçaram o ataque até que o espanhol o concretizou e chegou ao Alto do Malhão com 3 segundos de vantagem sobre Rui Costa e 10 sobre o líder. Rui Costa voltou a fazer pela 3ª vez o 2º lugar na etapa, o que revela algum azar do português na prova. Não quis vencer a primeira etapa e acabou não conquistar nenhuma! Tiago Machado (Net-App) foi 5º a 14 segundos, chegando à frente de Chris Horner também com o mesmo diferencial para o vencedor da etapa. Logo a seguir chegou Edgar Pinto a 16 segundos.Alberto Contador repetiu a vitória alcançada no Malhão na edição de 2010.

A Geral da prova ficou praticamente decidida. Michal Kwiatkowski segurou a camisola amarela apesar da diferença perdida para Contador. O espanhol irá ficar na 2ª posição da prova a 16 segundos do ciclista da Omega-Pharma-Quickstep. Rui Costa segurou o 3º lugar a 29 segundos. No top ten permaneceram Christopher Horner (Lampre-Mérida) a 1.32m do líder e o português Edgar Pinto, o melhor português das equipas portuguesas em prova (o melhor ciclista das equipas portuguesas foi o espanhol Eduard Prades da OFM na 7ª posição), alcançando o atleta oriundo da região de Aveiro o 10º lugar a 1.41m da liderança.

Rui Costa lidera a camisola verde dos Pontos, o português Valter Pereira do Banco BIC-Carmin-Tavira lidera a camisola da montanha e César Fonte da Rádio Popular-Boavista lídera a camisola das metas volantes. Na geral por equipas, a liderança é detida pela Lampre.

No final da etapa, Rui Costa mostrou-se satisfeito com o trabalho realizado: “Mostra que estou a ser o mais regular. Estou satisfeito com este resultado. Sabia que ia encontrar aqui adversários muito fortes, como o Kwiatkowski e o Alberto Contador. O Malhão é uma subida muito curta e muito explosiva. E gosto particularmente deste figurino. Ataquei para ver como estava o Kwiatkowski e apercebi-me que ia muito justo. No final, o Alberto acabou por estar melhor mas estou contente com o meu desempenho.” – o campeão do mundo também prometeu estar melhor no Paris-Nice, prova por etapas que se irá realizar no próximo mês.

Tour de Oman – 5ª etapa – ontem

Christopher Froome

Em Oman, na penúltima etapa, também ela decisiva no que às contas da geral da prova diz respeito, Christopher Froome venceu a etapa (primeira vitória do ano) e ascendeu à liderança da prova. Na subida final, o britânico saltou do pelotão sem pedir licença a ninguém e cavou uma diferença para os seus perseguidores, o norte-americano Tejay Van Garderen (BMC) de 22 segundos e 33 para o colombiano Rigoberto Uran (Omega-Pharma-Quickstep).

Com a vitória na etapa, Froome destronou Peter Sagan e prepara-se para vencer a geral da prova visto que tem 26 segundos de avanço sobre Van Garderen. A última etapa deverá ser discutida ao sprint.

Para logo à noite deixo as análises da última etapa no Algarve e em Oman, as 4 etapas da Volta à Andalucia, prova onde participou o português Fábio Silvestre (Trek-Leopard) e as duas etapas do Tour de Haut Var.

 

Ciclismo 2014 #11

volta ao algarve

Começou hoje em Faro a 40ª edição da Volta ao Algarve, a única prova do calendário ciclístico português que é pontuável para o ranking da World Tour. Até domingo, alguns dos melhores ciclistas mundiais da actualidade estarão a competir no nosso país.

Apesar da prova Algarvia estar inserida numa fase inicial da temporada na qual tanto os ciclistas como as equipas ultimam a preparação física ideal para encarar as primeiras provas competitivas a sério (no início do próximo mês) pode-se dizer que o cartaz é bastante apetecível: 5 etapas com a presença de alguns dos melhores ciclistas da actualidade como o campeão do mundo Rui Costa (a correr pela primeira vez esta temporada com a camisola do arco-íris) Alberto Contador (Saxo-Tinkoff) Mark Cavendish (Omega-Pharma-Quickstep) Aleksandr Kolobnev (Katusha) Christopher Horner (Lampre-Mérida) Arnaud Demare (Française des Jeux) ou Rein Taaramae (Cofidis).

A armada portuguesa também está bem representada. Para além das equipas Banco BIC-Carmin, OFM-Quinta da Lixa, Radio Popular Boavista, LA-Antarte Paredes dos Móveis e do campeão do mundo, marcam presença na prova Tiago Machado e José Mendes (Net-App) Bruno Pires e Sérgio Paulinho (Saxo-Tinkoff) e Nelson Oliveira (Lampre). A única ausência de vulto no que toca à nata do ciclismo português é a de André Cardoso da Garmin.

sasha modolo 2

O sprinter italiano de 26 anos Sasha Modolo ganhou a primeira etapa da prova, tirada que ligou Faro a Albufeira na distância de 160 km.

Sem grandes obstáculos no percurso (apenas uma 3ª categoria à passagem do quilómetro 34), a etapa foi animada com uma fuga de 5 ciclistas menos cotados que obrigou as equipas com sprinters presentes (Omega-Pharma, Lampre, Française des Jeux) a trabalhar arduamente no pelotão. Na parte final da etapa, a Lampre assumiu as despesas da corrida e preparou caminho para o seu sprinter. Na recta da meta, Rui Costa poderia ter ganho a etapa. O português preferiu abrir nos metros finais para a vitória do seu colega de equipa Sasha Modolo, respeitando os papéis existentes dentro da equipa. A atitude do chefe-de-fila da Lampre levou Modolo a classificá-lo no final como um “senhor dentro do pelotão”. No terceiro lugar ficou o veteraníssimo sprinter italiano Alessandro Petacchi (Omega-Pharma-Quickstep). Modolo conquistou em Albufeira a sua 4ª vitória da temporada depois de ter vencido uma etapa no Tour do Dubai e 2 na Vuelta a Maiorca.

César Fonte bonificou num sprint intermédio e é 2º da geral. Rui Costa é 3º. Arnaud Demare foi 6º e Mark Cavendish não entrou sequer no sprint final.

A prova prossegue amanhã com uma etapa que é considerada como uma autêntica clássica dentro das provas por etapa. A tirada liga Lagoa a Monchique na distância de 190 km. Antes de chegar à serra de Monchique, os ciclistas terão que passar pelas várias inclinações sinalizadas ao longo do percurso.

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O nosso grande campeão do mundo correu pela sua primeira vez com a camisola que o identifica como o nº1 do ciclismo mundial. No seu site oficial, Rui Costa descreveu as sensações vividas na primeira etapa.A aposta da Lampre é levar o campeão mundial à vitória na geral da prova algarvia. O dia de amanhã poderá ser decisivo quanto a esse objectivo.

Cycling: 5th Tour of Oman 2014 / Stage 1

Se meio pelotão internacional está no Algarve, a outra metade está no médio Oriente a correr a Volta a Oman.

A prova daquele pequeno país do continente asiático apresenta-se como um autêntico paraíso para os roladores.

1ª etapa

Na primeira etapa da prova, a Lotto-Belisol controlou todos os acontecimentos na cabeça do pelotão. No final da etapa, os elementos da equipa belga aceleraram o ritmo no pelotão de forma a garantirem as melhores condições de sprint para o seu velocista (o alemão André Greipel). Na recta da meta, o alemão não facilitou e conquistou a sua segunda vitória em etapas na presente temporada, 1 semana depois de ter vencido uma etapa no Tour do Qatar. O seu maior rival na prova de Oman, o belga Tom Boonen (Omega-Pharma-Quickstep) não consegui inserir-se na discussão da etapa. No final da mesma, o antigo campeão do mundo afirmou que a vitória de Greipel foi merecida em virtude do trabalho realizado pelos elementos da Lotto-Belisol.

2ª etapa – ontem quarta-feira.

kristoff

Na 2ª etapa da prova, os corredores da IAM Cycling iniciaram a etapa com um enorme sentimento de tristeza. Horas antes tinha sido confirmada a morte de Kristof Goddaerts, ciclista belga de 27 anos que alinhava na equipa suiça. Goddaerts foi atropelado por um autocarro quando treinava na sua cidade natal na Bélgica. Apesar da tristeza demonstrada nos rostos de alguns ciclistas, os homens da IAM Cycling decidiram continuar a sua participação na prova. Antes da partida, o pelotão cumpriu 1 minuto de silêncio em honra do seu antigo colega de profissão.

Sem obstáculos pela frente no percurso, previa-se uma chegada em linha disputada ao sprint. Foi exactamente isso que aconteceu. Na recta da meta, o actual detentor da medalha de bronze olímpica na prova de estrada conquistada em Londres 2012, o noruguês Alexander Kristoff da Katusha, venceu a etapa e assumiu a liderança na geral da prova. No final da etapa, Kristoff mostou-se feliz por ter ganho a tirada (1ª vitória da temporada) e revelou que nos últimos meses treinou intensivamente o seu posicionamento e a sua postura na bicicleta na especialidade de sprint de forma a poder ombrear com os melhores finalizadores do pelotão mundial.

Ciclismo 2014 #9

Vuelta a Mallorca

2ª etapa – Segunda-feira

Mallorca Challenge 2014

Na 2ª etapa do Challenge da ilha maiorquina, Sasha Modolo (Lampre) repetiu a vitória obtida no domingo ao vencer a tirada que ligou Ses Salines-Campos Santanyí na distância de 183 km. Numa etapa marcada por uma fuga de 7 ciclistas, o ciclista da equipa de Rui Costa bateu ao Sprint o britânico Ben Swift da Sky e o belga Gianni Meersmann da Omega-Pharma Quickstep.

3ª etapa

Kwiatowski

A Omega-Pharma viria a ter mais sorte na 3ª etapa da prova. Com um total de 159,9 km e 5 contagens de montanha pela frente (a última de primeira categoria a 18,9 km da meta) a etapa foi animada com uma fuga de 6 ciclistas entre os quais o estónio Tanel Kangert da Astana. Chegaram a gozar 9 minutos de vantagem para o pelotão, liderado pela Movistar. Na contagem de montanha de primeira categoria (Coll del Puig Mayor) o trepador polaco Michael Kwiatkowski lançou o seu ataque em conjunto com o colombiano Sérgio Henao (Sky). Ambos colaram-se aos homens da frente, tendo sido o primeiro mais forte no ataque urdido a 6 km da meta.

4ª etapa

meersman

A última etapa do Challenge de Mallorca trouxe uma etapa com 4 ascenções de 2ª categoria. A etapa foi preenchida com uma fuga com algum sucesso protagoniza por gente de topo do pelotão internacionais, entre os quais Ruben Plaza e Igor Antón (Movistar) Mikel Landa (Astana) Anton Txurruca (Caja Rural) Jurgen Van der Broeck (Lotto-Belisol) e o português Tiago Machado (Net-App). O português seria de resto o último a ser apanhado pelo pelotão a 50 km da meta.

Gianni Meersman acabaria por vencer a tirada ao sprint, batendo o espanhol Fran Ventoso (Movistar) e o britânico Ben Swift da Sky.

Tour do Qatar

3ª etapa – ontem

michael hepburn

Dia de contra-relógio de 10,9 km no Circuito de Losail. Na luta contra o relógio, o campeão australiano da especialidade Michael Hepburn da Orica GreenEdge confirmou as suas credenciais ao vencer a etapa de especialidade com um tempo de 13 minutos e 28 segundos. A 1 segundo do australiano, posicionou-se na 2ª posição Lars Boom da Belkin. O italiano Daniele Bennati (Saxo Bank) ficou na terceira posição a 6 segundos. O camisola dourada Niki Terpstra (Omega-Pharma-Quickstep) foi 5º, tendo perdido 8 segundos para o vencedor.

O holandês aumentou a sua vantagem nesta etapa para Jurgen Roelants (Lotto-Belisol) para 21 segundos. Lars Boom desalojou Tom Boonen da 2ª posição e cifrou 24 segundos de desvantagem para o líder.

4ª etapa –

Tom Boonen 2

Tirada de 135 km corrida com o vento a favor, dificuldade que fez cortes no pelotão nos primeiros 30 km. Lars Boom furou logo ao 4º quilómetro. Phillipe Gilbert voltou a tentar a sua sorte numa fuga. O vento haveria de fazer estragos nos últimos 40 km ao formar vários grupos. Para trás, impedidos de lutar pelo sprint ficaram Lars Boom, Fabien Cancellara e Arnaud Demare (Française des Jeux). A etapa seria novamente disputada ao sprint com vitória para o Gigante Belga Tom Boonen sobre o alemão André Greipel da Lotto-Belisol e sobre Holandês Barry Markus da Belkin. Com a vitória Boonen subiu ao 2º lugar da prova a 17 segundos do seu companheiro de equipa Niki Terpstra.

Amanhã disputa-se a penúltima etapa da prova.

Ciclismo 2014 #4

le tour

Ficou-se a saber hoje as 4 felizardas que conseguiram os wildcards disponibilizados pela organização do Tour para a prova de 2014. Entre as várias equipas da UCI Pro Continental que pediram wildcard para a maior prova do ciclismo mundial e para as provas organizadas pela ASO, entidade que organiza o Tour, Paris – Nice e Criterium Dauphiné, a  Suiça IAM, as francesas Cofidis e Bretagne e a Alemã Net-App dos portugueses Tiago Machado e José Mendes foram as equipas que tiveram a sorte de poder obter esse mesmo wild card. Os corredores Portugueses irão marcar presença na prova francesa visto que ambos estavam escalados para a provar caso a sua equipa obtivesse o direito a participar.

A escolha destas equipas tem a sua razão lógica: as francesas Cofidis e Bretagne foram escolhidas por critério de localidade (são as duas francesas do escalão minimamente competitivas para a prova em questão) enquanto as outras duas foram escolhidas pelo facto de serem as mais competitivas da divisão e, as equipas teoricamente candidatas a pedir licença de World Tour no próximo ano. A escolha destas 4 equipas irá permitir o acesso ao Tour a bons ciclistas que se encontram fora do “radar” World Tour como Heinrich Haussler, Gustav Larsson, Thomas Lokvist, Marcel Wyss, Sebastien Hinault, Sylvain Chavanel (IAM) David De La Cruz, Leopold Konig, José Mendes, Tiago Machado (Net-App) Brice e Romain Feillu (Bretagne) e Jerome Coppel, Christophe Le Mevel, Cyril Lemoine, Daniel Navarro, Rein Taaramae e Julien Simon por parte da Cofidis.

Convém também referir que a subida da Europcar para a World Tour permitiu a atribuição de 4 licenças em vez de 3. De fora ficaram a MTN-Qubeka e a Caja Rural, equipa agora liderada por Luis León Sanchez.

No que diz respeito às licenças para o Paris-Nice e Critério Du Dauphiné, a Net-App ficou de fora para a primeira prova, ficando de fora da licença a Bretagne para a segunda.

Apresentação:

Canondale:

Cannondale

2014 irá marcar o 2º ano de actividade da equipa formada pela marca de bicicletas depois da desistência da Liquigás enquanto patrocinador.

Localização: Sesto – Piemonte – Itália

Site: www.cannondaleprocycling.com

Director Desportivo: Biagio Conte

Chefes-de-fila: Ivan Basso, Peter Sagan,

Gregários de luxo\corredores de estatuto protegido: Maciej Bodnar, Moreno Mozer,

Contra-relógio: Cameron Wurf

Sprinters: Peter Sagan, Elia Viviani, Juraj Sagan (irmão de Peter Sagan)

Clássicas: Oscar Gatto,

Gregários: George Bennett, Guillaume Boivin, Damiano Caruso, Alessandro Di Marchi, Edward King, Kristian Koren, Paolo Longo Borghini, Alan Marangoni, Cristiano Salerno, José Sarmiento, Alberto Bettiol, Davide Formolo, Michel Koch, Mattias Krizek, Matej Mohoric, David Villela, Fabio Sabatini, Marco Marcato

ivan basso

Principais vitórias\conquistas em 2013:

  • 2 etapas no Tour de Oman (Peter Sagan)
  • Grande Prémio de Cittá di Camaiore (Peter Sagan)
  • Vitória na Strade Bianchi (Moreno Mozer)
  • 2 etapas na Tirreno-Adriático (Peter Sagan)
  • Clássica Gent-Welwegen (Peter Sagan)
  • 1 etapa no Tour de Panne (Peter Sagan)
  • Clássica Brabaantse Pijl (Peter Sagan)
  • 2 etapas na Volta à Califórnia (Peter Sagan)
  • 2 etapas no Critério Du Dauphiné (Elia Viviani e Alessandro Di Marchi)
  • 2 etapas na Volta à Suiça (Peter Sagan)
  • Campeonato Nacional da Polónia de Contra-relógio (Maciej Bodnar)
  • Campeonato Nacional da Dinamarca (Brian Vanborg – transferido)
  • Campeonato Nacional da Eslováquia (Peter Sagan)
  • Vitória em etapa no Tour (Peter Sagan)
  • Camisola dos Pontos no Tour (Peter Sagan)
  • Vitória na Geral no Tour de Elk Grove (Elia Viviani) com 2 etapas ganhas pelo ciclista.
  • 4 etapas no US Pro Cycling Challenge (Peter Sagan)
  • 3 etapas no Tour de Alberta (Peter Sagan, uma delas no prólogo)
  • 1 etapa na Volta à Espanha (Daniele Ratto)
  • 1 etapa na Volta à Grã-Bretanha (Elia Viviani)
  • Vitória no GP de Montreal (Peter Sagan)
  • Classificação por pontos na Volta à Suiça (Peter Sagan)
  • 2º lugar no Tour da Flandres (Peter Sagan)
  • 6º lugar nos campeonatos do Mundo (Peter Sagan)

Peter Sagan

Os objectivos da Cannondale para 2014 são muito fáceis de descrever: levar Basso à vitória no Giro, apesar da idade avançada do trepador e levar Peter Sagan a nova vitória na camisola dos pontos do Tour, a maior número de vitórias possíveis na prova francesa e ao maior número de provas (em particular de clássicas pontuáveis para o ranking world tour) em que o fantástico sprinter eslovaco participe.

Depois de um ano 2013 para esquecer com muitos problemas físicos, sem pedalada para a nova geração de chefes-de-fila que apareceram nos últimos 2 anos nas equipas de World, Ivan Basso vai regressar em 2014 aos fundamentals: o Giro de Itália. Nas estradas italianas, sem atacar, Basso é por estatuto adquirido um candidato à vitória. Para o ajudar, Basso irá alocar os seus gregários de luxo Moreno Mozer e Maciej Bodnar, com o primeiro a deter um estatuto de segunda opção para a geral da prova. Mozer também terá como objectivo para esta época vencer a geral da Volta à Polónia (finais de Julho), prova que lhe escapou por um fio em 2012.

O australiano de 31 anos Cameron Wurf é o contra-relogista da equipa. Wurf também consegue andar bem em média montanha.

O resto são sprints. Equipa totalmente preparada para Sagan. A missão de todos os gregários que correrem com o eslovaco durante a época será preparar os sprints do eslovaco. O ciclista eslovaco também estará de olho nos campeonatos do mundo, uma das únicas grandes provas do calendário ciclístico que ainda não conseguiu vencer na sua carreira. Como 2º sprinter continuará Elia Viviani, ciclista que saiu da pista para a estrada em 2010 e que de resto, aos 24 anos já tem algumas vitórias (na Volta à Grã-Bretanha e no Dauphiné) que lhe granjeam algum respeito dentro do pelotão e que lhe auspiciam a possibilidade de se tornar o sprinter de serviço da selecção italiana para os próximos anos.

Um dos pontos negativos da equipa é para mim a ausência de gregários que possam ajudar Basso a re-conquistar o ceptro de rei do ciclismo italiano. Um dos pontos positivos da equipa é a quantidade de soluções que esta tem para as provas por etapas de poucos dias bem como para as clássicas do calendário internacional.

 

Française des Jeux:

fdj

O projecto de ciclismo patrocinado pelo Ministério do Desporto Francês e pela entidade que empreende os jogos de lotaria em território francês. Apesar desta equipa possuir 3 corredores estrangeiros, é um projecto historicamente constituído no aproveitamento dos melhores talentos formados em França.

Localização: Moussy – França

Site: www.equipecyclistefdj.fr

Director Desportivo: Thierry Bricaud

Chefes-de-fila: Pierrick Fedrigo, Thibault Pinot,

Gregários de luxo\corredores de estatuto protegido: Arnold Jeanesson, Arthur Vichot , Anthony Roux,

Contra-relógio:

Sprinters: Nacer Bouhanni, Arnaud Demare, Murilo Fischer,

Clássicas: Sebastien Chavanel, Anthony Geslin, Jeremy Roy, Cedric Pineau

Gregários: David Boucher, David Courteille, Mickael Delage, Kenny Elissonde, Alexandre Geniez, Mathieu Ladagnous, Johan LeBon, Laurent Mangel, Francis Mourey, Yohan Offredo, Laurent Pichon, Jussi Veikkanen, Geoffrey Soupe, Benoit Vangrenard, Pierre-Henri Lecuisinier,

Principais vitórias\conquistas no ano 2013:

  • 1 etapa na Etoile de Bessèges (Anthony Roux)
  • 1 etapa no Tour de Oman (Nacer Bouhanni)
  • Vitória na Geral do Tour Haut Var (Arthur Vichot)
  • 1 etapa no Paris-Nice (Nacer Bouhanni)
  • Campeonato Nacional da Finlândia (Jussi Veikkanen)
  • 1 etapa no Circuit de La Sarthe (Nacer Bouhanni)
  • Clássica Paris-Camembert (Pierrick Fèdrigo)
  • GP de Demais (Arnaud Demare)
  • Vitória na Geral dos 4 dias de Dunkerque e 3 etapas (Arnaud Demare)
  • 1 etapa na Volta à Suiça (Arnaud Demare)
  • Campeonato Nacional Francês (Arthur Vichot)
  • London Classic (Arnaud Demare)
  • 1 etapa na Volta a Burgos (Anthony Roux)
  • 1 etapa na ENECO Tour (Arnaud Demare)
  • 1 etapa na Tour de Limousin (Mathieu Ladagnous)
  • 2 etapas na Vuelta (Alexandre Geniez e Kenny Elissonde)
  • 2 etapas na Volta a Pequim (Nacer Bouhanni)
  • 7º lugar na Volta à Espanha (Thibault Pinot)

pinot

Juventude, talento, versatilidade, maturidade e experiência. Eis as 5 chaves do sucesso desta interessante equipa francesa.

A comandar as tropas o veterano Pierrick Fèdrigo homem que já venceu duas etapas no Tour (na altura ao serviço da Boygues Telecom) e a jovem promessa do ciclismo francês Thibault Pinot. Aos 23 anos, o ágil trepador já conseguiu vencer uma etapa no Tour (aos 21 anos) e dois lugares dentro do top-10 tanto na prova francesa (10º em 2012) como na Vuelta. Pinot será o chefe-de-equipa desta equipa no Tour, prova onde tentará novamente ser top-1o, o melhor dos franceses e quiçá, o vencedor do prémio de montanha ou da juventude na prova de forma a envergar a camisola às bolinhas vermelhas ou a camisola branca que simboliza a vitória na competição particular entre os ciclistas menores de 25 anos, nos Champs-Elysées em Paris. Thibault já provou por várias ocasiões ser capaz de acompanhar os melhores na montanha. É o herdeiro natural da esperança francesa numa vitória na prova, facto que já não acontece desde a vitória de Bernard Hinault no longínquo ano de 1986.

A equipa francesa não se esgota nestes dois corredores. Com estatuto protegido dentro da equipa, ou seja, com carta branca para não trabalhar para os líderes e seguir a sua própria estratégia de corrida temos Anthony Roux e Arnold Jeannesson. O primeiro dispensa apresentações pelas vitórias que alcançou durante a carreira. O segundo tarda em afirmar as credenciais que prometeu no passado quando foi contratado à semi-desconhecida Auber Big Mat pela Caisse D´Epargne (actualmente) ou envergou a camisola da juventude no Tour durante algumas etapas. Jeanesson poderá assumir a liderança da equipa no Giro de Itália no próximo mês de Maio.

Com objectivos próprios também irá correr o actual campeão francês Arthur Vichot, fruto das vitórias que conquistou no ano 2013.

Bouhanni e Demare:

Nacer Bouhanni

Nacer Bouhanni.

Demare

Nacer Bouhanni (23 anos) e Arnaud Demare (22 anos) são os homens em quem a França depositará a esperança de vencer os campeonatos do mundo de estrada dos próximos anos bem como a prova de estrada dos Jogos Olímpicos de 2016. Duas forças da natureza alternam na mesma equipa. Há muito que o panorama ciclista francês não tinha dois talentos tão grandes na variante de sprint. Na Taça de França não deram hipóteses a ninguém. Paulatinamente foram aparecendo com vitórias nas provas por etapas. 2014 será o ano da sua consolidação absoluta na elite dos grandes sprinters internacionais.

Para ajudar toda esta gente, a Française des Jeux tem um leque de gregários competentes. Jussi Veikkanen (o crónico campeão finlandês) Alexandre Geniez, Kenny Elissonde, Sebastien Chavanel, Jeremy Roy – tudo gente com capacidade para lançar sprints, auxiliar e proteger Pinot e Fèdrigo e ainda mostrar uma apetência grande para fugas de longa distância que valem vitórias em etapas. Não tenho dúvidas que Thierry Bricaud tem aqui um grande (e barato) colectivo, tendo em conta as necessidades que comporta competir no World Tour e os megalómanos objectivos para curto plantel que certas equipas apresentam.